terça-feira, 29 de abril de 2014

O HOMEM QUE DEVE MORRER - chamada 2




VEM AÍ...   




Você vai conhecer o Dr. Cyro Valdez
Cyro Valdez (Tarcísio Meira)

Ciro Valdez é um bom médico, um enviado de outro planeta, ou apenas um charlatão que engana uma cidade de gente ignorante? Por que ele deve morrer?

... e Otto Muller
Otto Muller  (Jardel Filho)

Otto, um vilão ao estilo nazista, é preconceituoso, intolerante e pérfido, e, em vez de ficar agradecido a Cyro por este lhe ter salvo a vida, passa a odiá-lo, e mais ainda ao descobrir o amor do médico por sua ex-esposa, Ester (Glória Menezes). Daí em diante, as vilanias de Otto e do advogado da mineradora, dr. Paulus - eternamente apaixonado por Ester -, passam a ser o grande obstáculo para que Cyro possa cumprir sua missão.

DIA.... , A ESTRÉIA DE


baseado na obra de Janete Clair

domingo, 27 de abril de 2014

O HOMEM QUE DEVE MORRER - chamada



    VEM AÍ...



Mais um grande sucesso da TV, adaptado de uma obra de JANETE CLAIR

Desta vez, Tarcísio Meira interpreta Cyro Valdez, "o homem que andava por caminhos que nunca foram abertos."

Reencarnação, intolerância e preconceito nortearam a trama de Janete Clair.

Um grande elenco, contando com:

    
GLÓRIA MENEZES - ESTER
DINA SFAT - VANDA VIDAL




JARDEL FILHO - OTTO MULLER

CLAUDIO CAVALCANTI - BABY


BETTY FARIA - INÊS




PAULO JOSÉ - ANDRÉ


DIA ... NÃO PERCA A ESTRÉIA DE









sábado, 26 de abril de 2014

O HOMEM QUE DEVE MORRER - Capítulo 1



Novela de Janete Clair

Adaptação de Toni Figueira

CAPÍTULO 1

Participam deste capítulo

Cyro Valdez – Tarcísio Meira
Mestre Jonas  -  Gilberto Martinho
Inês  -  Betty Faria
Pé-na-Cova  -  Antonio Pitanga
Comendador Liberato  -  Macedo Netto
Baby  -  Cláudio Cavalcanti
Ricardo  -  Edney Giovenazzi
Vanda Vidal  -  Dina Sfat

CENA 1  -  PORTO AZUL  -  ALDEIA DE PESCADORES  -  PRAIA  BONITA -  EXTERNA  -  DIA

AMANHECERA. DA ALDEIA QUE SE ESTENDIA PARALELA AO MAR, BANHADA PELO VENTO FRESCO, ERGUIAM-SE PEQUENOS ROLOS DE FUMAÇA CLARA. AS CHOUPANAS VIVIAM.

DE REPENTE, O VULTO. A PRINCÍPIO DIMINUTO, POUCO A POUCO DESENHANDO-SE ENTRE O VAIVÉM DAS ÁGUAS E O VERDE DAS ÁRVORES DO LITORAL. A JOVEM DESLIZAVA LÉPIDA, E REPENTINAMENTE EMBICOU EM DIAGONAL, EM DIREÇÃO AO MAR.

LOGO ABAIXO, ONDE OS RECIFES AMORTECIAM AINDA MAIS AS ONDAS ENRAIVECIDAS, O BARCO DE MADEIRA VELHA, PINTADO DE AZUL, DESCANSAVA, ANCORADO, ENQUANTO UM BANDO DE PESCADORES, DE BRAÇOS RIJOS E PELE ESCURA, PUXAVA A MUQUE A REDE QUE AOS POUCOS SE MOSTRAVA POR INTEIRO. MESTRE JONAS COMANDAVA O RITMO DE TRABALHO, ENTOANDO EM CÔRO, UMA VELHA CANÇÃO DOS MARES.

PESCADORES  -  “... vento corta, pele queima
                             Pescador puxando a rede,
                             Neste duro tira-teima
                             Cresce a fome, aumenta a sede...”

OS HOMENS FORÇAVAM AS MALHAS, E OS PEIXES SALTITAVAM, PRESOS, DE MISTURA À VEGETAÇÃO DO FUNDO DO OCEANO.

A BARBA DE MESTRE JONAS, SALPICADA DE SAL, PARECIA MAIS BRANCA. JONAS ERA UM MÍSTICO, COMO A MAIORIA DOS HOMENS QUE VIVE E MORRE NA LABUTA DO MAR. CARÁTER FIRME, DURO COMO SEUS MÚSCULOS, ENRIJECIDOS NO EXERCÍCIO DIÁRIO DE SEUS SESSENTA ANOS DE VIDA.

A MOÇA APROXIMOU-SE DO GRUPO, AO MESMO TEMPO QUE O ESTRANHO, DE GRAVATA E PALETÓ SOBRE O OMBRO. OS PESCADORES CANTAVAM FORTE. A UMA PERGUNTA DO JOVEM, INÊS APONTOU A FIGURA DE MESTRE JONAS.

O REPÓRTER APROXIMOU-SE DOS PESCADORES.

REPÓRTER  -  (bateu nas costas do pescador-chefe) Bom dia, Mestre Jonas!

MESTRE JONAS  -  (virou-se sem pressa) Bom dia, moço!

REPÓRTER  -  José Godoy. Repórter. Desculpe importuná-lo, mestre, mas fui destacado para fazer uma matéria sobre um fato ocorrido aqui, em Porto Azul, há cerca de... uns 31 anos, mais ou menos... noite em que o céu clareou, de repente.

DISFARÇADAMENTE, O RAPAZ PREMIU O BOTÃO DO GRAVADOR E PRENDEU O MICROFONE À ALTURA DO PESCOÇO.

MESTRE JONAS  -  (tirou o chapéu de palha) Ih, moço. Aconteceu tanta coisa estranha naquela noite! Uns chamam de “a noite do espanto”. Outros de “a noite do demônio”. Pra mim, foi “a noite da Grande Luz...”

REPÓRTER  -  Dizem que quatro pessoas tiveram o mesmo sonho naquela noite: que certa moça de 15 anos ia ter um filho, que não era de nenhum homem da terra. E vinha cumprir missão.

MESTRE JONAS  -  (levou a mão à testa e cerrou os olhos) Foi o sonho que eu tive. Eu e mais três meninos.

REPÓRTER  -  Esses meninos, o senhor conhece?

MESTRE JONAS  -  Tá tudo home, moço. Um trabalha no circo. Era o André. Agora é palhaço, saltimbanco. Qualquer coisa assim. Outro é dona Lia Sanches, moça que trabalha prum ricaço, e o terceiro...

O PRETINHO EXPEDITO CORTOU:

EXPEDITO  -  Isso foi há muito tempo, moço. Coisa esquisita, aquela.

GODOY VOLTOU-SE PARA O INTRUSO, AGUARDANDO A REAÇÃO DO CHEFE. JONAS MANTEVE-SE CALADO. PÉ-NA-COVA ENDIREITOU-SE, PUXOU O CALÇÃO ÚMIDO E DESBOTADO PARA CIMA E SE CALOU, TAMBÉM.

REPÓRTER  -  E o sonho se realizou... pelo menos a primeira parte, pelo que sei: a criança nasceu, nove meses depois. E a mãe era virgem...

PÉ-NA-COVA  -  O espanto foi tanto que ela teve de fugir com o menino.

REPÓRTER  -  E você acredita que ele volte, um dia, já homem, para cumprir o que o sonho profetizava?

MESTRE JONAS  -  (fazendo o sinal-da-cruz) Moço... eu acredito.

CORTA PARA:

CENA 2  -  AEROPORTO DE FLORIANÓPOLIS  -  EXTERNA  -  DIA.

DEPOIS QUE A TORRE DE COMANDO DEU AS COORDENADAS E AUTORIZOU O POUSO, O APARELHO QUADRIMOTOR TOCOU A PISTA, CORREU CÉLERE PELA TRILHA ACINZENTADA E FREOU, COM OS MOTORES GIRANDO EM RETROCESSO.

CORTA PARA:


Mestre Jonas (Gilberto Martinho)

CENA 3  -  AEROPORTO DE FLORIANÓPOLIS  -  DESEMBARQUE  -  INTERIOR  -  DIA.

OS PASSAGEIROS DESCERAM PELA PEQUENA ESCADA PROJETADA POR UMA MANOBRA DO COMISSÁRIO DE BORDO. E AGORA, ENQUANTO  UNS AGUARDAVAM, NERVOSOS, MALAS E EMBRULHOS, OUTROS BEBIAM TRANQUILOS XÍCARAS DE CAFÉ FORTE.

ALTO-FALANTE  -  (off)  “Atenção, Dr. Cyro Valdez, passageiro do vôo 320. Por obséquio, queira apresentar-se no balcão da companhia...”

O RAPAZ MORENO, ESPADAÚDO, DE LONGOS CABELOS CAÍDOS SOBRE O COLARINHO, FRANZIU O CENHO E CAMINHOU NA DIREÇÃO DO FUNDO DO EDIFÍCIO. TRANQUILO, APROXIMOU-SE DO BALCÃO, SOB OS OLHARES DISCRETOS DE DUAS RECEPCIONISTAS DE UNIFORME AZUL. AO MESMO TEMPO UM GRUPO DE REPÓRTERES MOVIMENTOU-SE, APROXIMANDO-SE DO RECÉM-CHEGADO, ENQUANTO A CLARIDADE REPENTINA DOS FLASHES ILUMINAVA O INTERIOR DO SAGUÃO.

REPÓRTER  -  Dr. Cyro, por favor... uma entrevista. Qual o motivo que o trás a Florianópolis? É verdade que vem a convite do Comendador Liberato? E por que...

MIL PERGUNTAS AO MESMO TEMPO. OS JORNALISTAS MISTURAVAM-SE, BUSCANDO RESPOSTAS. CYRO ENERVAVA-SE. O AVIÃO, NA PISTA, RUGIA MAIS FORTEMENTE, COM OS QUATRO MOTORES A TODA FORÇA. O AEROPORTO REGURGITAVA.

CORTA PARA:

CENA  4  -  PALACETE DO COMENDADOR LIBERATO  -  EXTERNA  -  NOITE.

A NOITE CAÍRA SOBRE A CAPITAL DE SANTA CATARINA. DEPOIS DE REDUZIR A MARCHA, O LUXUOSO CARRO PAROU DIANTE DO PORTÃO ILUMINADO DO PALACETE.

CYRO VALDEZ DESCEU E OLHOU O JARDIM ORNAMENTADO. LUZES COLORIDAS, PESSOAS CIRCULANDO – UNS DANÇANDO AO RITMO DE MÚSICA POP, OUTROS BEBENDO, OU CONVERSANDO ANIMADAMENTE, EM GRUPOS.

CYRO ATRAVESSOU OS 30 OU 40 METROS QUE SEPARAVAM O GRANDE PORTÃO DA PORTA DE ENTRADA DA RICA RESIDENCIA.

ADMIRAVA-SE, AINDA, QUANDO A VELHA GOVERNANTA O CONVIDOU A ENTRAR.

CORTA PARA:

CENA 5  -  PALACETE DO COMENDADOR LIBERATO  -  QUARTO  -  INTERIOR  -  NOITE.

NO QUARTO, ENCOSTADO A DOIS TRAVESSEIROS, O COMENDADOR LIBERATO MAL RESPIRAVA.

COMENDADOR LIBERATO  -  Mande-o entrar.

CYRO  -  Com licença!

CYRO DEU ALGUNS PASSOS NO INTERIOR DO APOSENTO. AO LADO DO DONO, UM HOMEM DE MEIA-IDADE, COM UM ESTETOSCÓPIO PENDURADO AO PESCOÇO.

COMENDADOR LIBERATO  -  (ergueu-se, com esforço, sentou e estendeu a mão) Dr. Cyro Valdez, é uma honra conhecê-lo!

O MÉDICO ADIANTOU-SE E APERTOU AS MÃOS DO RECÉM-CHEGADO.

DR. AVELAR  -  Muita honra, também. Sou o Dr. Jorge Avelar (Cyro apertou-lhe as mãos, com energia) Temíamos que o senhor não pudesse   atender ao nosso apelo. Para um homem como o senhor, não deve ter sido fácil abandonar  a direção do hospital, em Londres...

CYRO  -  Pela carta que o senhor me escreveu, creio que não devemos perder tempo (apontou para a janela, por onde entravam sons barulhentos de um grupo de rock) Se bem que o ambiente aqui não esteja muito de acordo com a gravidade da doença.

OS OLHARES SE ENCONTRARAM, ENQUANTO O COMENDADOR ENRUBESCIA, LEVEMENTE.

COMENDADOR LIBERATO  -  (com ar triste e ressentido) Ah, é meu filho... Faz anos hoje e para ele tanto faz que eu leve a breca.

CORTA PARA:

CENA 6  -  PALACETE DO COMENDADOR LIBERATO  -  SAGUÃO  -  INTERIOR  -  NOITE.

BABY LIBERATO AGARROU A LOURA E COM BRUTALIDADE BEIJOU-LHE OS LÁBIOS CARNUDOS. O COPO DE UÍSQUE DANÇAVA-LHE NA MÃO QUE SE ENROSCAVA POR ENTRE AS AXILAS DA JOVEM.

A VOZ GRAVE TIROU-O DO DESLUMBRAMENTO.

RICARDO  -  Baby... nós... queríamos lhe dar os parabéns.

BABY  -  Meu caro Ricardo! (um sorriso largo abriu-se à chegada do casal) Que alegria em vê-lo!

RICARDO  -  (abraçou-o) Queria apresentar-lhe Vanda Vidal, uma atriz de quem todo o país ainda vai ouvir falar...

BABY  -  (olhou-a com interesse) Mesmo sem conhecê-la, eu participo desse otimismo.

VANDA  -  (sorriu, constrangida com o olhar fixo do rapaz, e estendeu-lhe a mão) Meus parabéns pela data de hoje.

BABY  -  Nada disso... O regulamento da festa diz que todas as moças tem que beijar o aniversariante. É lei.

VANDA ESTREMECEU. RICARDO PISCOU NERVOSAMENTE. BABY OBSERVOU O EMBARAÇO DOS DOIS.

BABY  -  E não tem que pedir permissão a ele, não. Já disse. É do regulamento.

SEM OUTRO AVISO, BABY TOMOU-A NOS BRAÇOS, BEIJANDO-A DEMORADAMENTE NOS LÁBIOS.

RICARDO APERTAVA AS MÃOS. SÉRIO.

DE REPENTE, AS PALMAS E OS GRITOS DE ALEGRIA DOS JOVENS, ATRAÍDOS PELO DIÁLOGO E PELA CENA INCOMUM. ERA COMO O FINAL FELIZ DE UM FILME DE AMOR.

CORTA PARA:

CENA 7  -  PALACETE DO COMENDADOR LIBERATO  -  QUARTO  -  INTERIOR  -  NOITE.

DEBRUÇADO SOBRE O PEITO DO COMENDADOR, CYRO VALDEZ ANOTAVA QUALQUER COISA NUM PAPEL BRANCO. O ESTETOSCÓPIO CORRIA DE UM LADO PARA OUTRO SOBRE O PEITO CABELUDO DO VELHO. O MÉDICO ESCUTAVA ATENTAMENTE OS BATIMENTOS CARDÍACOS. EM SEGUIDA EXAMINOU AS CHAPAS QUE O DR. AVELAR LHE ENTREGARA. CYRO OBSERVAVA DE ENCONTRO À LUZ DO QUARTO.

COMENDADOR LIBERATO  -  Seja franco, doutor. Não precisa me tapear, como os outros. Eu sei que estou no fim...

CYRO  -  (respondeu, sério) Espero que não, Sr. Liberato. Mas, pela exposição que me fez do seu caso o Dr. Avelar e pelo exame superficial que acabei de fazer, parece-me que terei de operá-lo o mais rápido possível.


FIM DO CAPÍTULO 1

Ciro Valdez é um bom médico, um enviado de outro planeta, ou apenas um charlatão que engana uma cidade de gente ignorante? Por que ele deve morrer? Ester vai conseguir se livrar do carrasco Otto Müller? Por que Baby Liberato vai deixar de ser um playboy? Césario , o mau-caráter cheio de remorsos, vai conseguir ser o gerente da mina de carvão? Talvez você não saiba quem são estes personagens . Eles fazem parte da historia da novela.

NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO DE