segunda-feira, 25 de junho de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 64

Novela de Antonio Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes



CAPÍTULO 64
 Personagens deste capítulo:
VÍTOR
HELÔ
SUSI
ARAKEN
RENATÃO
SAMUCA
CELSO BARROSO
BABI
KONSTANTÓPULUS
MISS JULY
LÍDIA
ELISA

CENA  1  -  IPANEMA  -  PRÉDIO DO APARTAMENTO DE SUSI  -  FRENTE -  EXT.   -  NOITE. 
Continuação Imediata da Última Cena do Capítulo Anterior.

SUSI  -  Está bem. Eu conto. Vou fazer isso porque você é um cara bacana e não merece a sujeirada que armaram pra você, Vítor. Quem me mandou foi o Renatão! Renato Itararé de Souza.

VÍTOR  -  (murmurou, pasmo) Renatão!...

SUSI  -  Mas não pense que é ele a pessoa que você procura. Essa pessoa se chama Carlos Eduardo Oliveira Ramos, seu sogro! O pai de sua querida Helô! Ele queria calar sua boca. E sabe por que? Porque sua Helozinha está cada vez mais encrencada!

 
VÍTOR  -  Foi o Oliveira, então, E Helô... ela... sabia?

SUSI  -  Tá na cara que sabia.

VÍTOR  -  Ela foi me buscar na prisão...

SUSI  -  Lógico. Deve ter combinado tudo com o pai. Ele, inclusive, botou advogado pra lhe defender. São todos uns nojentos! Você viu o que eles fizeram comigo, não viu? Oliveira me desrespeitou, levando pra dentro de casa a ex-mulher e, pràticamente, me expulsou de lá e...

VÍTOR  -  (cortou, sensato) Nós sabemos que não foi bem assim, Susi. Dona Elisa é uma mulher doente e eles só queriam ajudá-la. E você saiu porque quis; ninguém a mandou embora.

SUSI  -  (exaltada) Eles te botaram na cadeia, e você ainda os defende?

VÍTOR  -  (desconversou) Isso não vem ao caso, agora. Muito obrigado pela ajuda, Susi. Boa noite.

SUSI DEU-LHE AS COSTAS E ENTROU NO PRÉDIO. VÍTOR ENCAMINHOU-SE PARA O CARRO DE ARAKEN, QUE O AGUARDAVA.

CORTA PARA:

CENA 2  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  QUARTO DE ELISA  -  INT.  -  NOITE.

LÍDIA APROXIMOU-SE DA CAMA E CERTIFICOU-SE DE QUE ELISA DORMIA PROFUNDAMENTE. EM SEGUIDA, ABRIU A PORTA COM CUIDADO E, SEM FAZER RUÍDO, GANHOU O CORREDOR.

CORTA PARA:


CENA  3  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  CORREDOR  -  INT.  -  NOITE.

LÍDIA DEU ALGUNS PASSOS EM DIREÇÃO AO QUARTO DE HELÔ, OLHOU PARA OS LADOS E GIROU A MAÇANETA DA PORTA. NESTE MOMENTO UMA VOZ A FEZ VOLTAR-SE, MAL DISFARÇANDO O SUSTO.

MISS JULY  -  (surpresa) Lídia! O que está fazendo? Este é o quarto de Helô!

LÍDIA  -  (fingiu desatenção) Oh... é mesmo! Que cabeça, a minha... Perdoe, Miss July... o de Dona Elisa é o do lado... É que este apartamento é tão grande... ainda não me acostumei...

MISS JULY  -  (sorriu, simpática) Que isso, não precisa se desculpar! Logo se acostuma. Estou um pouco cansada, vou me deitar. Se precisar de mim, meu quarto é o último do corredor. Boa noite.

LÍDIA  -  Boa noite, Miss July. Vou beber um copo d’água e também vou me recolher. O Doutor Oliveira já foi dormir?

MISS JULY  -  Não. Doutor Oliveira foi a um jantar de negócios. Volta mais tarde.

LÍDIA  -  Ah... claro. Boa noite, Miss July.

MISS JULY OLHOU-A COM UMA PONTA DE DESCONFIANÇA, ENQUANTO LÍDIA DIRIGIA-SE PARA A COPA.

MISS JULY  -  (desconfiada) Parecia meio nervosa... Que estranho!... 

CORTA PARA:

CENA 4  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

POR VOLTA DE MEIA-NOITE, RENATÃO, BABI E SAMUCA CHEGARAM AO APARTAMENTO, LIGEIRAMENTE “TOCADOS”, APÓS ALGUMAS DOSES DE UÍSQUE COM AMIGOS NO CASTELINHO.   SEM   SE IMPORTAR   COM  A  PRESENÇA DO AMIGO, O PLAYBOY TOMOU A JOVEM NOS BRAÇOS E BEIJOU-A, SÔFREGAMENTE.

SAMUCA  -  (deixou-se cair no divã e protestou) Ei! Vão devagar com a louça, eu tou aqui!...

RENATÃO  -  Pois então, meu amigo, tá na hora de “cantar pra subir”! Vai pro seu quarto, vai!

SAMUCA ERGUEU-SE COM DIFICULDADE E ENCAMINHOU-SE PARA O CORREDOR.

SAMUCA  -  Você manda, meu velho! Como diz aquele ditado... (parou no meio da sala e ergueu o dedo indicador, como em um discurso) “os verdadeiros amigos são aqueles que aparecem e desaparecem na hora certa”!

DITO ISTO, SAMUCA GANHOU O CORREDOR.

RENATÃO  -  Só o Samuca mesmo... a essa altura do campeonato, vir com sua velha filosofia de almanaque! (pegou Babi pela mão e puxou-a para o quarto) Vem, meu amor. Vem...

BABI SEGUIU-O. ENTRARAM NO QUARTO, COM RENATÃO BEIJANDO-LHE O PESCOÇO.

CORTA PARA:

CENA  5  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  QUARTO DE OLIVEIRA  -  INT.  -  NOITE.

LENTAMENTE, A MAÇANETA GIROU E A PORTA ABRIU-SE, DANDO PASSAGEM A LÍDIA, QUE ENTROU NO QUARTO DO BANQUEIRO. DECORADO COM CONFORTO E BOM GOSTO,  O AMBIENTE ESTAVA NA PEMUNBRA, ILUMINADO APENAS PELA FRACA LUZ DE UM ABAJOUR. A MULHER  OLHOU DETIDAMENTE   À   SUA  VOLTA,  ESTUDANDO  O  LOCAL.   EM SEGUIDA, COMEÇOU UMA BUSCA DESENFREADA. ABRIU ARMÁRIOS, GAVETAS, LIVROS, PORTA-RETRATOS. APÓS ALGUNS      MINUTOS   DE    BUSCA,   SENTOU-SE  NA   CAMA, DESANIMADA. FOI NESTE MOMENTO QUE SEUS OLHOS FIXARAM-SE NA ESCULTURA DE BRONZE DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, SOBRE O CRIADO-MUDO. PEGOU-A ENTRE AS MÃOS. O MOVIMENTO PROVOCOU UM LEVE BARULHO DE METAIS NO INTERIOR DA PEÇA. LÍDIA SACUDIU-A. O MEDALHÃO CAIU A SEUS PÉS.

LÍDIA  -  (murmurou, com o coração aos pulos) O medalhão! Bingo! Achei!

CORTA PARA:

CENA  5  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA DE JANTAR  -  INT.  -  DIA.

NO DIA SEGUINTE, KONSTANTÓPULUS SERVIA O CAFÉ DA MANHÃ, QUANDO BABI ENTROU NO RECINTO, DESCALÇA, TRAJANDO UMA LARGA CAMISA DE MALHA DE RENATÃO.

BABI  -  (bocejando) Bom dia, Konstan!

KONSTANTÓPULUS  -  Bom dia, Dona Babi. Se quiser tomar café, já está na mesa.

BABI  -  (acercou-se da mesa, examinando) Hum, geléias, sucos, frutas. Parece tudo delicioso. (pegou uma maçã e mordeu) Vou fazer uma surpresa pro meu amor. Konstan, por favor, coloque tudo numa bandeja que vamos tomar café na cama!

KONSTANTÓPULUS, VELHO CONHECEDOR DOS HÁBITOS DO PATRÃO, FITOU-A, RECEOSO.

KONSTANTÓPULUS  -  Dona Babi... desculpe... sem querer me intrometer... não seria melhor esperar seu Renatão acordar?

BABI  -  Que é isso, Konstan! Já são quase onze da manhã! (piscou para ele) Deixe comigo. Eu acordo esse dorminhoco!

KONSTANTÓPULUS  -  (deu de ombros) Se a senhora prefere assim... Depois não diga que não avisei...

CORTA PARA:


CENA  6  -  “FOLHA DO RIO”  -  REDAÇÃO  -  INT.  -  DIA.

AINDA NAQUELA MANHÃ, NO JORNAL, ARAKEN RECEBEU A VISITA DE LÍDIA.

LÍDIA  -  Bom dia, meu querido!

ARAKEN ERGUEU OS OLHOS, SURPRÊSO.

ARAKEN  -  Lídia! E então... conseguiu?

SEM RESPONDER, LÍDIA ABRIU UMA BOLSA, RETIROU O MEDALHÃO E BALANÇOU-O DIANTE DOS OLHOS DO JORNALISTA.

LÍDIA  -  Lógico, meu amigo. Não foi fácil. Aquela Miss July é muito esperta. Não saía do meu pé! Foi a maior adrenalina entrar no quarto do Oliveira Ramos, com medo de ser pega em flagrante! Mas deu tudo certo.

EUFÓRICO, ARAKEN LEVANTOU-SE DA CADEIRA E BEIJOU-A NO ROSTO.

ARAKEN  -  Você é demais! Eu sabia que podia contar com você. Vou ligar agora mesmo pro Celso Barroso!

CORTA PARA:

CENA  7  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  QUARTO  -  INT.  -  DIA.

BABI ENTROU NO QUARTO COM UMA FARTA BANDEJA DE CAFÉ DA MANHÃ E APROXIMOU-SE DA CAMA. RENATÃO DORMIA A SONO SOLTO.

BABI  -  (colocou a bandeja no criado-mudo) Amor, acorda! São quase meio-dia!


A JOVEM ABRIU AS CORTINAS, DEIXANDO A CLARIDADE ENTRAR. EM SEGUIDA, JOGOU-SE NA CAMA, BEIJANDO RENATÃO VÁRIAS VEZES NO ROSTO.

BABI  -  Acorda, seu preguiçoso! Trouxe café na cama pro meu gatão!

RENATÃO, AINDA TONTO, ESFREGOU OS OLHOS, TENTANDO LOCALIZAR-SE.

RENATÃO  -  O que tá acontecendo?... Quem... Babi! O que você tá fazendo aqui?

BABI  -  (sorriu, divertida) Alô! Alô! Hora de pousar! Eu dormi aqui, lembra?

O PLAYBOY SENTOU-SE NA CAMA. TENTAVA ACOSTUMAR-SE À CLARIDADE DO AMBIENTE, ESFORÇANDO-SE PARA ESCONDER UMA CRESCENTE IRRITAÇÃO.

RENATÃO  -  Ah, sim, é verdade... Você dormiu aqui... Olha, Babi, é bom que você saiba logo que eu odeio acordar cedo, e odeio mais ainda que me acordem e abram essas cortinas quando estou dormindo!

BABI NÃO SE DEU POR VENCIDA.

BABI  -  (falou, carinhosa) Pois então, acho bom ir se acostumando, porque quando eu vier morar aqui, vai ter que mudar esses hábitos. Vou acordar meu maridinho antes do meio-dia, pra tomar café e depois correr no calçadão! 

RENATÃO BALANÇOU A CABEÇA, AINDA CONFUSO.

RENATÃO  -  Peraí... não entendi... Você disse... morar aqui? Falou a palavra marido?

BABI  -  (divertida) Falei, lógico. Meu marido! Meu homem, meu companheiro. Qual o problema? Não se faça de bobo, amor. Desde o primeiro dia, eu deixei claro pra você que quero me casar   de  véu  e  grinalda, como manda o figurino! (e sonhadora, já imaginando a cena) Quero entrar numa igreja toda de branco, ao som da marcha nupcial e tudo o que tiver direito!

RENATÃO DEU UM PULO DA CAMA, ASSUSTADO.

RENATÃO  -  Calma aí! Não lembro dessa conversa, eu juro! Babi, meu amor, temos que conversar sobre isso. Casar nunca esteve nos meus planos! Não dá pra pular essa parte?

BABI FICOU SÉRIA, DE REPENTE. LEVANTOU-SE E FITOU-O COM ESTRANHEZA.

BABI  -  Pular? Nunca esteve nos seus planos? Mas... você disse que me amava... E a faixa no avião, pra me conquistar? Eu pensei que você queria casar e morar comigo, pra sempre!

RENATÃO  -  (ergueu as mãos, tentando acalmá-la) Meu amor, eu te amo, sim, não duvide disso. Eu apenas não tou preparado, não acredito em casamento. Não quero morar junto, acho isso uma bobagem!

BABI ENCAROU-O, INDIGNADA. UMA LÁGRIMA BROTOU DE SEUS OLHOS.

BABI  -  Cafajeste! Você só queria brincar comigo! Agora entendi tudo! Você não presta, Renatão!

DITO ISTO, A JOVEM RECOLHEU SUAS ROUPAS, NERVOSAMENTE, E DIRIGIU-SE PARA A SALA. RENATÃO FOI ATRÁS.

CORTA PARA;

CENA  8  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.  

KONSTANTÓPULUS TOMOU UM BAITA SUSTO QUANDO, SEM A MENOR CERIMÔNIA, BABI ARRANCOU A CAMISA DE RENATÃO DO CORPO E COMEÇOU A VESTIR SUAS ROUPAS.

RENATÃO  -  (trajando apenas uma cueca de sêda, os cabelos desgrenhados)  Babi,   meu   amor,   vamos conversar!  Por favor, fique calma! Olha, a gente pode ser feliz de outro jeito, sem precisar casar. Vai ser muito mais gostoso, mais excitante, pense bem...

BABI  ACABOU DE VESTIR-SE, CALÇOU OS SAPATOS E ERGUEU-SE, ENCARANDO O PLAYBOY COM REVOLTA E MÁGOA NO OLHAR.

BABI  -  Acabou, Renatão! E desta vez, pode contratar a esquadrilha da fumaça, se pendurar no rabo dum avião, que não volto atrás! Vou sair por aquela porta e, por favor, não me procure nunca mais!

RENATÃO  -  Babi, espere! Vamos conversar...

BABI SAIU BATENDO A PORTA ATRÁS DE SI. RENATÃO DEIXOU OS BRAÇOS CAÍREM, DESANIMADO, SOB O OLHAR AINDA ASSUSTADO DE KONSTANTÓPULUS.

RENATÃO  -  Por mais que eu tente, não consigo entender as mulheres, Konstan! Por que dar tanta importância pra um pedaço de papel? É tão fácil ser feliz... por que elas complicam tudo?

CORTA PARA:
              
CENA  9  -  “FOLHA DO RIO”  -  REDAÇÃO  -  INT.  -  DIA.

UMA HORA DEPOIS FOI A VEZ DO ADVOGADO CELSO BARROSO CHEGAR À REDAÇÃO À PROCURA DE ARAKEN.

DR. CELSO  -  Vim o mais depressa que pude. E então... tem boas notícias pra mim?

ARAKEN TIROU O MEDALHÃO DO BOLSO. ENTREGOU AO ADVOGADO.

ARAKEN  -  Eis aqui o tesouro do pirata. Acho que com isso o senhor liquida a questão.

DR. CELSO  -  (sorriu, agradecido) Deixa comigo. Não é uma prova definitiva, mas parece bastante para justificar a revisão criminal.


ARAKEN  -  Espero, sinceramente, que consiga livrar Jurema de Alencar da cadeia e que a verdadeira assassina seja indiciada.

DR. CELSO  -  Você acredita mesmo que pode ser Helô?

ARAKEN  -  Tudo indica que sim.

CORTA PARA:

CENA  10  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  QUARTO DE ELISA  -  INT.  -  DIA.

HELÔ FAZIA COMPANHIA À MÃE. PENTEAVA SEUS CABELOS, ENQUANTO ELISA FAZIA FAZIA UM BORDADO, COM UMA CESTA DE LINHAS NO COLO. FOI ASSIM QUE MISS JULY ENCONTROU-AS, QUANDO ENTROU NO QUARTO COM O CELULAR DE HELÔ.

MISS JULY  -  Helô, seu celular está tocando sem parar.

HELÔ LARGOU E ESCOVA E PEGOU O CELULAR, ANSIOSA.

HELÔ  -  (olhou o visor) Vítor! É ele! (atendeu) Vítor! Sou eu. Sim, sim. Claro, eu vou. Até já.

HELÔ DESLIGOU E, SEM SE CONTER, BEIJOU A MÃE E ABRAÇOU MISS JULY, OS OLHOS BRILHANDO DE FELICIDADE.

HELÔ  -  Ele quer me ver, Miss July! Vou encontrar meu marido, mamãe! Ele está me esperando, agora, no Arpoador!

MISS JULY  -  O que está esperando, menina? Vá logo!

EXCITADA, HELÔ COBRIU A MÃE DE BEIJOS E CORREU PARA SEU QUARTO. MISS JULY SORRIU, CONTAGIADA PELA FELICIDADE DA JOVEM. ELISA RETOMOU SEU BORDADO, TOTALMENTE ALHEIA AO QUE SE PASSAVA À SUA VOLTA.

CORTA PARA:


CENA  11  -  ARPOADOR  -  CALÇADÃO  -  EXT.  -  DIA.
DIANTE DO BELO ESPETÁCULO DO PÔR-DO-SOL DE IPANEMA, AO LONGE, EM MEIO A DEZENAS DE PESSOAS QUE CAMINHAVAM NAQUELE FIM DE TARDE, VÍTOR E HELÔ SE RECONHECERAM E CAMINHARAM UM AO ENCONTRO DO OUTRO, COMO QUE ATRAÍDOS POR UM ÍMÂ.

ERA COMO SE NINGUÉM MAIS EXISTISSE ALÉM DELES NA FACE DA TERRA. APROXIMARAM-SE MAIS E MAIS, E SEM DIZER QUALQUER PALAVRA, ABRAÇARAM-SE, EMOCIONADOS, E BEIJARAM-SE, COM PAIXÃO.

VÍTOR  -  (murmurou ao seu ouvido) Senti muito a sua falta!...

HELÔ NÃO CABIA EM SI DE FELICIDADE. SORRIA, ENTRE LÁGRIMAS.

FIM DO CAPÍTULO 64
Susi (Maria Cláudia)

e no próximo capítulo...


*** Vítor conta a Helô que descobriu que foi seu pai quem armou a cilada para pô-lo na cadeia! O que farão diante deste fato?


*** Renatão, novamente deprimido, recebe convite para o casamento de Rodolfo Augusto e Maria Regina.


*** Helô enfrenta o pai, dizendo que já sabe de toda a verdade!


NÃO PERCA O CAPÍTULO 65 DE




 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 63

Novela de Antonio Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes


CAPÍTULO 63
Personagens deste capítulo:

VÍTOR
HELÔ
OLIVEIRA RAMOS
ARAKEN
RENATÃO
SAMUCA
SUSI
GOUVEIA NETO
DOM CARVAJAL
D. CONSUELO
DOM JOSÉ
BOLA 2
JOANINHA
MISS JULY
LÍDIA
ELISA
 CENA 1  -  DELEGACIA  -  FACHADA  -  EXT.  -  NOITE.

Continuação Imediata da Última Cena do Capítulo Anterior.

VÍTOR E HELÔ FICARAM ALI, PARADOS, OLHANDO-SE LONGAMENTE.

VÍTOR  -  (quebrou o silêncio) Como vai, Helô?

HELÔ  -  (procurando disfarçar a emoção) Vou indo... e você?

VÍTOR  -  (sorriu, a expressão de alívio) Como vê, agora melhor. Acho que devo agradecer a você e a seu pai... 

HELÔ  -  Isso não tem a menor importância... O importante é que, agora, você está livre.

VÍTOR  -  É. Armaram uma cilada pra mim. Imagina, eu, envolvido com tráfico de drogas!...

HELÔ  -  Fiquei indignada quando soube da injustiça que fizeram com você!

VÍTOR  -  Pois é. Mas eu vou descobrir quem fez isso.

HELÔ  -  (mostrou o carro, ali perto) Vamos? Vim buscar você, te dar uma carona.

VÍTOR  -  Ah, sim, obrigado. Vamos, então. Vou voltar pra Pensão da D. Didi.

HELÔ  -  Eu te levo.

VÍTOR  -  Obrigado, Helô.

ENCAMINHARAM-SE PARA O AUTOMÓVEL.

CORTA PARA:
        
CENA  2  -  PENSÃO PRIMAVERA  -  FACHADA  -  EXT.  -  NOITE.

HELÔ PAROU O CARRO EM FRENTE À PENSÃO. VÍTOR SORRIU, AGRADECIDO E ABRIU A PORTA PARA SAIR DO VEÍCULO. HELÔ SEGUROU-O PELO BRAÇO, NUM IMPULSO.

HELÔ  -  Vítor! Espera!

VÍTOR  -  (fitou-a, ar tranquilo) Mais uma vez, obrigado por ter ido à delegacia, Helô. E obrigado pela carona também. Você é uma mulher muito especial.

HELÔ  -  Quando a gente se vê de novo?

VÍTOR  -  Eu te ligo. Prometo.

HELÔ  -  (sorriu, com ternura no olhar) Vou esperar.

VÍTOR BEIJOU-A NO ROSTO,  SALTOU E PAROU JUNTO À JANELA DO AUTOMÓVEL.

VÍTOR  -  Boa noite, Helô. Dirija com cuidado, tá?

HELÔ SORRIU. O BRILHO NOS OLHOS E O SEMBLANTE TRANQUILO A DEIXAVAM AINDA MAIS BELA.

HELÔ  -  Boa noite, Vítor.
         
HELÔ DEU PARTIDA. VÍTOR FICOU PARADO ALGUNS INSTANTES OLHANDO O CARRO SE AFASTAR E ENTROU NA PENSÃO PRIMAVERA.

CORTA PARA:

CENA  3  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  ESCRITÓRIO  -  INT.  -  DIA.

APÓS O CAFÉ DA MANHÃ, OLIVEIRA RAMOS TRANCOU-SE NO ESCRITÓRIO E LIGOU PARA O DIRETOR DA “FOLHA DO RIO”.
 
OLIVEIRA RAMOS  -  Gouveia Neto? Sou eu, Oliveira Ramos. Quase não dormi essa noite, pensando. Não estou gostando nada dos rumos que essa história está tomando. Pensei, pensei e cheguei a uma conclusão!

GOUVEIA NETO  -  (voz em off) Que conclusão, Doutor Oliveira?

OLIVEIRA RAMOS  -  Temos que iniciar nova campanha, e desta vez... acabando de vez com a reputação de Jurema de Alencar! Mostre-a  para o povo como uma mulher fria, sem escrúpulos e capaz, sim, de cometer um crime brutal!

GOUVEIA NETO  -  (voz em off) Mas uma campanha dessas, Dr. Oliveira Ramos! Agora que a mulher já foi condenada, está na penitenciária... isto ia ficar antipático para o jornal.

OLIVEIRA RAMOS  -  Mas que diabo, vocês passaram o ano inteiro dizendo o diabo dela, fizeram dela uma fera. A “Fera de Ipanema”, e agora vocês ficam cheios de escrúpulos!

GOUVEIA NETO  -  (voz em off) Antes, era diferente. Ela ainda não tinha sido condenada. Agora, parece covardia.

O BANQUEIRO SE MOSTRAVA IMPACIENTE.

OLIVEIRA RAMOS  -  Gouveia, eu não tenho muito tempo a perder. Além do mais, sou um homem objetivo. Você se recusa a fazer a campanha?

GOUVEIA ESTAVA ACOVARDADO.

GOUVEIA NETO  -  (voz em off) Não, eu não disse que me recuso. Acho, apenas, inoportuna.

OLIVEIRA RAMOS  -  Não é inoportuna. Ademais, o advogado de defesa pediu revisão criminal e é preciso impedir que o juiz despache favoravelmente.

GOUVEIA NETO  -  (voz em off)  Agora entendo.
  
OLIVEIRA RAMOS  -  E quanto a esse juiz, seria bom ver se ele não tem nenhum rabo de palha. Os juízes, antes de serem juízes, foram homens como os outros. Alguns ainda são. Quem sabe se esse não tem algum vício: jogo, bebida, mulheres!

CORTA PARA:

CENA  4  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

AO SOM DA CAMPAINHA, MISS JULY ABRIU A PORTA E DEPAROU COM A JOVEM MORENA, DE APARENCIA DISCRETA, OS CABELOS PRESOS NUM COQUE, NA ALTURA DA NUCA.

LÍDIA  -  Bom dia. A senhora é Miss July?

MISS JULY  -  Sim, sou eu. O que deseja?

LÍDIA  -  (sorriu, amável) Desculpe ter vindo assim, sem avisar. Meu nome é Lídia. Sou enfermeira... É que eu soube, no Hospital, pela secretária do Dr. Leivas, que estão precisando de uma pessoa para cuidar de uma senhora doente...

MISS JULY  -  Ah, sim! É verdade. Entre, por favor. Tem referências?

LÍDIA  -  (estendeu-lhe uma folha de papel) Tenho, sim. Aqui está.

MISS JULY  -  Muito bem. Venha, Lídia, vamos conversar na cozinha, enquanto tomamos um cafezinho.

CORTA PARA:

CENA  5  -  CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA  -  CAPELA  -  INT.  -  DIA.



O CLIMA ERA DE PROFUNDA TRISTEZA NO VELÓRIO DE D. CONSUELO.  EM  VOLTA  DO  CAIXÃO, SAMUCA, DOM JOSÉ E  DOM CARVAJAL, QUE BALANÇAVA A CABEÇA, INCONSOLÁVEL.


DOM CARVAJAL  -  (acercando-se ainda mais do caixão, fitando demoradamente o rosto da velha senhora) Mi pobre Consuelo! Hay muchas cosas que yo quería decir y no tive tiempo!


RENATÃO FEZ SINAL PARA QUE SAMUCA O ACOMPANHASSE A UM CANTO MAIS AFASTADO.


RENATÃO  -  (falou, em voz baixa) E então, velho, ela vai ser enterrada aqui mesmo, no Brasil?


SAMUCA  -  Não. Conversei com Dom Carvajal. Ele veio do México para providenciar o translado do corpo pra Cartagena, onde vivem os parentes dela. O avião sai às 10 da noite.


RENATÃO  -  Entendi (coçou o queixo, intrigado) Agora, a pergunta que não quer calar: e o empréstimo que ela fez no Banco Oliveira Ramos? E a mansão, o carro?...


SAMUCA  -  Sinceramente? Ainda não sei. Conversei com Dom José e ele acredita que Dom Carvajal vai voltar ao Brasil pra resolver esse “pepino”.


RENATÃO  -  Imagine quando o Oliveira Ramos souber que a velha morreu... vai ter um troço!


SAMUCA  -  É... se eles derem o cano, ele vai ter um prejuízão!


RENATÃO OLHOU PARA A PORTA E SUSSURROU PARA SAMUCA:


RENATÃO  -  Por falar no diabo... ele acaba de chegar! Olha aí, na porta!


SAMUCA VOLTOU-SE E VIU OLIVEIRA RAMOS, EXPRESSÃO SÉRIA POR TRÁS DOS ÓCULOS ESCUROS, ENTRAR  NA   CAPELA  MORTUÁRIA   E  APROXIMAR- SE  DO  CAIXÃO. FICOU ALGUNS INSTANTES EM SILENCIO, E ACERCOU-SE DE DOM JOSÉ E DOM CARVAJAL.

OLIVEIRA RAMOS  -  Meus pêsames... fiquei realmente chocado, quando soube!...


DAÍ A INSTANTES, JOANINHA ENTROU, DISCRETAMENTE, ATRAINDO A ATENÇÃO DE SAMUCA, QUE FOI AO SEU ENCONTRO.


SAMUCA  -  Joaninha! Você veio... Que bom.


JOANINHA  -  (pesarosa) Você fez bem em me ligar... Coitada!... Me deu pena dela...
         
APROXIMARAM-SE DO CAIXÃO. JOANINHA PÔS UMA ROSA BRANCA NAS MÃOS DE D. CONSUELO.


JOANINHA  -  Que descanse em paz...


SAMUCA  -  Amém.


CORTA PARA:

CENA  6  -  PENSÃO PRIMAVERA  -  QUARTO DE VÍTOR  -  INT.  -  DIA.


VÍTOR CAMINHAVA PELO QUARTO, PENSATIVO, SOB O OLHAR ATENTO DE ARAKEN.


VÍTOR  -  Tenho certeza, agora. Só há uma pessoa que pode esclarecer tudo sobre a minha prisão: o marginal que me acusou.


ARAKEN  -  “Bola 2”.


VÍTOR  -  Deve ter sido pago pra isso.


ARAKEN  -  E eu quase garanto que sei quem pagou. Mas precisamos ter certeza.
  
VÍTOR  -  A certeza, somente ele poderá dar. Mas “Bola 2” está preso.


ARAKEN  -  Não está mais. Saiu esta manhã... o que é estranho, também.


VÍTOR  -  Ele disse ao delegado Fontoura que havia se encontrado comigo na Galeria Alaska. Onde fica isso?


ARAKEN  -  Copacabana, no Posto 6.


VÍTOR  -  Vou atrás desse sujeito. Preciso falar com ele, de qualquer maneira!


CORTA PARA:

CENA  7  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  QUARTO DE ELISA  -  INT.  -  DIA.


ELISA, SENTADA NUMA CONFORTÁVEL POLTRONA, FOLHEAVA, DISTRAÌDAMENTE, UMA REVISTA, QUANDO MISS JULY ENTROU NO QUARTO EM COMPANHIA DE LÍDIA.


MISS JULY  -  D. Elisa, quero lhe apresentar Lídia, sua enfermeira. Ela foi contratada pelo Dr. Oliveira pra cuidar da senhora. 


ELISA FITOU-AS, COM DESDÉM.


ELISA  -  Não preciso de enfermeira.


MISS JULY  -  Que é isso, D. Elisa! Seja educada com a moça. Ela está aqui pra cuidar da senhora, dar seus remédios e refeições na hora certa, lhe fazer companhia...


LÍDIA  -  (sorriu, amável) Como vai. D. Elisa? Espero que sejamos amigas.


ELISA  -  Você não vai ficar o dia inteiro atrás de mim, vai?
  
MISS JULY  -  (pacientemente) Ela vai cuidar da senhora, D. Elisa, e vai estar por perto quando for preciso.


ELISA  -  (para Lídia) Você sabe bordar?


LÍDIA  -  Quase nada... a senhora me ensina?


ELISA  -  (sorriu, animada, e pegou uma pequena cesta de costura do criado-mudo) Sente aqui do meu lado. Eu te ensino. Você conhece o Roberto Carlos?


LÍDIA  -  Quem?...


MISS JULY  -  É o cantor...


LÍDIA  -  Ah, claro! Sou fã dele! Adoro suas músicas.


ELISA  -  Que bom. Nós vamos no casar, sabia? Ele me escreve toda semana!


MISS JULY SORRIU E RETIROU-SE DO APOSENTO, DEIXANDO ELISA E LÍDIA SÒZINHAS.


CORTA PARA:


CENA  8  -  COPACABANA  -  GALERIA ALASKA  -  EXT.  -  NOITE.


SEGUINDO AS INDICAÇÕES DE ARAKEN, VÍTOR CAMINHAVA PELO CALÇADÃO DE COPACABANA. O MOVIMENTO DE TURISTAS ERA INTENSO, COM PESSOAS INDO E VINDO EM TODAS AS DIREÇÕES. CAMINHOU MAIS ALGUNS MINUTOS E, DE LONGE, DIVISOU O LETREIRO: “GALERIA ALASKA”. 


VÍTOR  -  (entrando na galeria) É Aqui!


CAMINHOU, ESTUDANDO O AMBIENTE. PAROU EM FRENTE A UM BAR, ONDE ALGUMAS PESSOAS BEBIAM, E APROXIMOU-SE DO BALCÃO.
 
GARÇOM  -  Vai uma cervejinha aí, amigo?


VÍTOR  -  Não, obrigado. Uma água mineral, por favor.


O GARÇOM OLHOU-O COM CERTA ESTRANHEZA, MAS VÍTOR NÃO PERCEBEU. SUA ATENÇÃO FOI REPENTINAMENTE ATRAÍDA PARA A PRESENÇA DE DOIS HOMENS QUE CONVERSAVAM, EM ATITUDE SUSPEITA, A ALGUNS METROS DALI. 


VÍTOR  -  (os olhos fixos num dos homens) “É ele! É o mesmo sujeito da foto que o delegado Fontoura me mostrou!” 


O GARÇOM VOLTOU COM A ÁGUA, MAS VÍTOR ACABARA DE SAIR DO BAR.


GARÇOM  -  Cadê o cara? Aparece cada maluco!...


VÍTOR  -  Bola 2!


OS DOIS HOMENS VOLTARAM-SE AO MESMO TEMPO, ASSUSTADOS.


BOLA 2  -  Quem é você? O que quer, meu chapa?


VÍTOR  -  Sou o homem que foi preso acusado de contrabando de drogas!


BOLA 2 EMPALIDECEU E, NUM IMPULSO, TENTOU CORRER, MAS VÍTOR FOI MAIS RÁPIDO: AGARROU-LHE O BRAÇO, COM FIRMEZA.


VÍTOR  -  Calma aí, rapaz! Você não sai daqui enquanto não me contar quem te mandou inventar aquela história pra polícia! 


BOLA 2  -  (fazendo uma careta de dor) Eu não sei de nada! Eu juro! Só falei pra polícia o que o Mãozinha de Veludo mandou! 


VÍTOR  -  Mãozinha de Veludo!
 
CORTA PARA:


CENA  9  -  IPANEMA  -  PRÉDIO DO APARTAMENTO DE SUSI  -  FRENTE -  EXT.   -  NOITE. 


O AUTOMÓVEL DE ARAKEN ESTAVA PARADO A ALGUNS METROS DO PRÉDIO. A UM PEDIDO DE VÍTOR, O JORNALISTA O LEVARA À RESIDENCIA DA EX-MULHER DE OLIVEIRA RAMOS. ESTAVAM OS DOIS NO INTERIOR DO VEÍCULO, OLHANDO ATENTAMENTE A ENTRADA DO PRÉDIO. 


VÍTOR  -  Já estamos aqui há quase uma hora, e nada...


ARAKEN  -  Calma, o porteiro falou que ela saiu e não deve demorar. Temos que ter paciência...


QUASE MEIA HORA DEPOIS, RECONHECERAM A JOVEM LOIRA QUE CAMINHAVA EM DIREÇÃO Á PORTARIA DO EDIFÍCIO.


ARAKEN  -  (apontou) É ela!


VÍTOR, NUM IMPULSO, SAIU DO CARRO E CORREU EM DIREÇÃO À JOVEM, ALCANÇANDO-A.


VÍTOR  -  Susi!


SUSI VOLTOU-SE, SURPRÊSA. NERVOSA, TENTOU ENTRAR NO PRÉDIO, MAS VÍTOR A DETEVE, POSTANDO-SE À SUA FRENTE.


SUSI  -  O... o que você quer? 


VÍTOR  -  (enérgico) Quero saber o nome da pessoa que mandou você me atrair pra fora da pensão, a fim de que o Mãozinha “plantasse” a muamba no meu quarto!


SUSI  -  Eu...  eu não sei de nada....


 VÍTOR  -  Sabe, sim. Você me atraiu pra fora da pensão, pra- quele sujeito colocar a droga debaixo do meu colchão! Quem mandou você, Susi? Fale!


SUSI REFLETIU POR ALGUNS INSTANTES E DECIDIU-SE.


SUSI  -  Está bem. Eu conto. Vou fazer isso porque você é um cara bacana e não merece a sujeirada que armaram pra você, Vítor. Quem me mandou foi o Renatão! Renato Itararé de Souza.


VÍTOR  -  (murmurou, pasmo) Renatão!...


SUSI  -  Mas não pense que é ele a pessoa que você procura. Essa pessoa se chama Carlos Eduardo Oliveira Ramos, seu sogro! O pai de sua querida Helô! Ele queria calar sua boca. E sabe por que? Porque sua Helozinha está cada vez mais encrencada!

FIM DO CAPÍTULO 63
e no próximo capítulo...

*** É revelada a identidade de Lídia e suas reais intenções fazendo-se passar por enfermeira de Elisa!

*** Babi discute com Renatão e, mais uma vez, dá-lhe um fora!

*** Vítor e Helô marcam um encontro.

NÃO PERCA O CAPÍTULO 64 DE