Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair
CAPÍTULO 107
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:BRANCA
LAPORT
ALBERTO
JOÃO
LÁZARO
CENA 1 - COROADO - HOTEL DO GENTIL PALHARES - QUARTO DE BRANCA - INT. - DIA.
Passadas as primeiras horas de surpresa, Branca retomara a tranquilidade emocional. A morte do marido era uma dessas coisas inexplicáveis e o aparecimento do corpo no túmulo onde fôra enterrado o desconhecido, parecia-lhe sobrenatural. Ela, agora, jantava sozinha no seu quarto de hotel. A presença de Laport, o homem com quem ela se casara, longe de perturbá-la, veio dar-lhe um pouco mais de força.
BRANCA - Você sumiu o dia inteiro!
LAPORT - Estou chegando agora... dei um pulo a Belo Horizonte. Fui tratar de negócios. E aqui, como foram as coisas?
BRANCA - Até agora... estou confusa. Eu não sei o que aconteceu!
LAPORT - Como?
BANCA - Era Lourenço! Ele mesmo! Morto e enterrado, sem a menor sombra de dúvida! Ele mesmo! Você entende?
LAPORT - (com sua pronúncia de estrangeiro, balançou a cabeça) Non... sinceramente. Com certeza... houve engano.
BRANCA - Que engano, nada! Todo mundo viu logo! Era ele!
LAPORT - Estranho...
BRANCA - O rosto deformado... como da primeira vez. Mas muito fácil de ser identificado. E se restasse alguma dúvida, bastaria ver o laudo do dentista. A arcada dentária era dele!
LAPORT - Você me disse que há 3 meses atras esteve com Lourenço! Depois ele sumiu.
BRANCA - Exato. Há 3 meses. Foi a última vez que o vi. Depois desapareceu. Com certeza... o mataram... e o colocaram no lugar do outro!
LAPORT - Sim, mas quem... quem teria feito isso com tanta precisão de detalhes?
BRANCA - Gastão!
LAPORT - Gaston... non... non explica nada. Gaston viajou pro estrangeiro, fugido da polícia. Há mais de um mês.
BRANCA - Ele podia ter assassinado Lourenço, não podia?
LAPORT - E como... viria até aqui... para trocar o corpo? (concluiu, confiante) Non, Gaston non deu fim a Lourenço. Esteve com ele, sim, e o ameaçou... para que ele revelasse onde estava o diamante. Mas Lourenço fugiu sozinho, ninguém o levou.
BRANCA - (rememorou os acontecimentos do dia fatídico) Quando cheguei em casa naquele dia... eu não o encontrei... a enfermeira tinha estado lá.
LAPORT - (segurou com força as mãos da mulher) Chegou o momento de lhe contar o que sei sobre o paradeiro de Lourenço!
CORTA PARA:
CENA 2 - COROADO - DELEGACIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA.
Não havia ninguém na sala de visitas da delegacia quando Branca D’Ávila tornou a procurar o fillho. Pela expressão fechada, podia-se perceber que algo de muito grave a perturbava.
ALBERTO - (com azedume) Vai viajar, amanhã, com... seu marido?
BRANCA - Vamos até Belo Horizonte. Voltamos logo. Tenho de estar aqui... pro julgamento daquele bandido. Vou fazer questão de ouvir a sentença dele!
As palavras cruéis da própria mãe, dirigidas contra um homem que nada tinha com as tramas que o envolveram e roubaram sua liberdade, irritavam o jovem Alberto. A cada instante ele verificava a natureza pérfida e má da mulher, retratada nas atitudes desonestas e no ódio que dedicava a João Coragem.
ALBERTO - (incisivo) Por que tanto ódio, mãe?
BRANCA - Você sabe. Não vamos repetir sempre a mesma coisa!
ALBERTO - Mãe... tudo o que está acontecendo não é justo. Nem essa acusação estúpida pra cima do João.
BRANCA - (tensa) Ele matou teu pai!
ALBERTO - A gente tá sabendo que tudo isso é uma farsa!
BRANCA - Farsa? Mas você não viu? É seu pai mesmo quem está enterrado... E como é que você tem coragem de dizer que seu amigo não o matou?
O rapaz já não suportava as atitudes da mãe. Sentia o sangue sugir-lhe ao cérebro.
ALBERTO - Que trama do diabo está acontecendo? Quem trouxe o corpo do meu pai pra cá? Que foi que houve com ele? Quem fez essa maldade? Foi a senhora? Pra poder se casar com esse gringo miserável?
BRANCA - (reagiu ameaçadoramente) Pare de dizer asneiras! Não sei o que está acontecendo. Fiquei perplexa... tanto ou mais que você.
Falavam em voz baixa, para evitar que o delegado ouvisse as palavras. Falcão fumava na sala contígua, lendo uma revista.
ALBERTO - Não acredito.
BRANCA - Se não acredita, não posso fazer nada. O fato é que eu estava procurando seu pai há muito tempo. Três meses.(diante da expressão de espanto do filho, falou) Ele estava doente, na cama, ainda em consequencia do desastre. Um dia cheguei e ele havia desaparecido. Soube agora que ele foi pra São Paulo... onde procurou uma mulher... sua antiga...
ALBERTO - (cortou, indignado) Como pode saber disso tudo?
BRANCA - Meu atual marido me contou.
ALBERTO - Mãe, vem cá. Conta essa história direito. A senhora me diz que estava procurando meu pai... mas veio pra cá casada com outro!
BRANCA - Claro! Ou você acha que eu tinha de me sacrificar por ele a vida toda?
ALBERTO - (concluiu, com lógica) Se a senhora se casou... é porque sabia que ele já estava morto! Enterrado... aqui, no lugar do outro!
BRANCA - Eu não sabia! Me casei... porque Laport é um bom homem. E me quer bem. Me respeita. E para a sociedade, para todo mundo, eu já estava viúva!
ALBERTO - (levantou-se, sombrio, desolado) Vai ver que foi esse homem... que matou meu pai! E no dia em que eu não aguentar mais tanta falsidade, eu... conto tudo pra Justiça!
Mais uma vez Branca buscou auxílio no apelo ao amor filial, ao sentimentalismo do filho.
BRANCA - Pois bem. No dia em que você disser alguma coisa... pra salvar seu grande amigo... o bandido que o transformou num assassino... você estará entregando sua própria mãe. (deixou escorrer uma lágrima forçada, limpando-a com o dorso da mão) Aí, então, tudo vai se voltar contra mim.
ALBERTO - Quem podia ter tirado a vida dele?
BRANCA - Ele estava envolvido com gente da pior espécie, Ou então... foi a própria mulher que ele procurou em São Paulo.
ALBERTO - Quem é?
BRANCA - Só pode ser uma pessoa. A sujeita por quem ele tinha verdadeira loucura. Estela Barros. A mulher de Pedro Barros!
Alberto arregalou os olhos de espanto.
CORTA PARA:
CENA 3 - COROADO - DELEGACIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA.
Quando Branca se retirou, segundos depois Lázaro cruzava a porta de entrada da delegacia. Procurou Falcão e explicou-lhe a razão da visita. Queria falar com João Coragem. Novamente a porta da cela se descerrou e os dois homens encararam-se, frente a frente, na pequena sala de visitas.
JOÃO - Que é que tu qué falá comigo?
LÁZARO - Muita coisa... e nada ao mesmo tempo. No fundo, foi vontade de batê um papo, como nos velho tempo.
JOÃO - Quem sabe tu tá esperando agradecimento por tê me poupado a minha vida?
LÁZARO - Tu também teve chance de me matá e não matô. Então, eu também te devo agradecimento.
JOÃO - Tu ainda continua trabalhando pro coronel?
LÁZARO - Forçado, mas continuo. Ele não me perdoa por eu tê te deixado vivê. A orde era pra matá.
JOÃO - Então... a orde era dele!
LÁZARO - Pensei que tu soubesse. Agora, somo assim como dois inimigo. Ele não me tolera. Já me despediu não sei quanta vez e eu continuo, de teimoso. Sabe... tenho que tê pra onde ir. Foi então que eu pensei que tu tivesse precisando de mim.
JOÃO - Pra quê? Pra me traí pela segunda vez?
LÁZARO - Um home tem direito de errá, até achá o seu caminho certo. Foi o que aconteceu comigo. Acho que achei o meu. Que é contigo. A gente custa a acertá, João.
O rapaz fitava desconfiado o homem que um dia chegara a ser seu amigo.
JOÃO - Não acha que depois de tudo tu tem que dá uma prova, mas prova verdadeira, desse arrependimento?
LÁZARO - Eu dou. Por exemplo, sei que o Castro comprou o garimpo do coronel e não foi pra ele...
JOÃO - Sabe?
LÁZARO - Sei do propósito dessa compra... e fiquei calado. Deixei realizá o negócio. Até forcei.
JOÃO - Isso num é muita coisa...
LÁZARO - Posso te dá outra prova. Te prevenindo que falta muito pra derrubá o coronel. Ele tá usando um jogo... deixando todo mundo pensá que tá quase na miséria... fingindo que tá muito preocupado com isso...
JOÃO - E não tá?
LÁZARO - João, ele tem uma fortuna, só em pedra preciosa... fortuna que tá deixando pra fazê uso numa hora certa. O sem-vergonha é macaco velho. Na hora que quisé, ele troca aquela pedraria toda por dinheiro... e tá rico de novo. Podre de rico, João! Sei até onde ele guarda a sua pedraria... num lugar muito escondido... onde ninguém nem sonha que seja esconderijo de tanta riqueza.
JOÃO - (moveu-se, interessado) Conta...
LÁZARO - Um dia eu segui o velho e vi o esconderijo. É num túmulo da família. Se tu qué prova de lealdade... te dou essa. Jogo o velho na miséria.
Erguendo o corpo, João atirou fora o cigarro. Deu alguns passos no interior da pequena sala.
JOÃO - Não, eu não tou exigindo essa espécie de prova.
LÁZARO - Então... te tiro daqui.
JOÃO - A coisa agora é séria, Lázaro. Não é pra um home só.
LÁZARO - Me junto aos teus e oriento...
JOÃO - Vou dá um voto de confiança pra Justiça. Eu quero. Quanto ao perdão que tu qué de mim, eu num perdôo. Deus pode te perdoá. Eu num sou Deus. Tu maltratô minha mãe e isso eu nunca vou podê esquecê.
Passadas as primeiras horas de surpresa, Branca retomara a tranquilidade emocional. A morte do marido era uma dessas coisas inexplicáveis e o aparecimento do corpo no túmulo onde fôra enterrado o desconhecido, parecia-lhe sobrenatural. Ela, agora, jantava sozinha no seu quarto de hotel. A presença de Laport, o homem com quem ela se casara, longe de perturbá-la, veio dar-lhe um pouco mais de força.
BRANCA - Você sumiu o dia inteiro!
LAPORT - Estou chegando agora... dei um pulo a Belo Horizonte. Fui tratar de negócios. E aqui, como foram as coisas?
BRANCA - Até agora... estou confusa. Eu não sei o que aconteceu!
LAPORT - Como?
BANCA - Era Lourenço! Ele mesmo! Morto e enterrado, sem a menor sombra de dúvida! Ele mesmo! Você entende?
LAPORT - (com sua pronúncia de estrangeiro, balançou a cabeça) Non... sinceramente. Com certeza... houve engano.
BRANCA - Que engano, nada! Todo mundo viu logo! Era ele!
LAPORT - Estranho...
BRANCA - O rosto deformado... como da primeira vez. Mas muito fácil de ser identificado. E se restasse alguma dúvida, bastaria ver o laudo do dentista. A arcada dentária era dele!
LAPORT - Você me disse que há 3 meses atras esteve com Lourenço! Depois ele sumiu.
BRANCA - Exato. Há 3 meses. Foi a última vez que o vi. Depois desapareceu. Com certeza... o mataram... e o colocaram no lugar do outro!
LAPORT - Sim, mas quem... quem teria feito isso com tanta precisão de detalhes?
BRANCA - Gastão!
LAPORT - Gaston... non... non explica nada. Gaston viajou pro estrangeiro, fugido da polícia. Há mais de um mês.
BRANCA - Ele podia ter assassinado Lourenço, não podia?
LAPORT - E como... viria até aqui... para trocar o corpo? (concluiu, confiante) Non, Gaston non deu fim a Lourenço. Esteve com ele, sim, e o ameaçou... para que ele revelasse onde estava o diamante. Mas Lourenço fugiu sozinho, ninguém o levou.
BRANCA - (rememorou os acontecimentos do dia fatídico) Quando cheguei em casa naquele dia... eu não o encontrei... a enfermeira tinha estado lá.
LAPORT - (segurou com força as mãos da mulher) Chegou o momento de lhe contar o que sei sobre o paradeiro de Lourenço!
CORTA PARA:
CENA 2 - COROADO - DELEGACIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA.
Não havia ninguém na sala de visitas da delegacia quando Branca D’Ávila tornou a procurar o fillho. Pela expressão fechada, podia-se perceber que algo de muito grave a perturbava.
ALBERTO - (com azedume) Vai viajar, amanhã, com... seu marido?
BRANCA - Vamos até Belo Horizonte. Voltamos logo. Tenho de estar aqui... pro julgamento daquele bandido. Vou fazer questão de ouvir a sentença dele!
As palavras cruéis da própria mãe, dirigidas contra um homem que nada tinha com as tramas que o envolveram e roubaram sua liberdade, irritavam o jovem Alberto. A cada instante ele verificava a natureza pérfida e má da mulher, retratada nas atitudes desonestas e no ódio que dedicava a João Coragem.
ALBERTO - (incisivo) Por que tanto ódio, mãe?
BRANCA - Você sabe. Não vamos repetir sempre a mesma coisa!
ALBERTO - Mãe... tudo o que está acontecendo não é justo. Nem essa acusação estúpida pra cima do João.
BRANCA - (tensa) Ele matou teu pai!
ALBERTO - A gente tá sabendo que tudo isso é uma farsa!
BRANCA - Farsa? Mas você não viu? É seu pai mesmo quem está enterrado... E como é que você tem coragem de dizer que seu amigo não o matou?
O rapaz já não suportava as atitudes da mãe. Sentia o sangue sugir-lhe ao cérebro.
ALBERTO - Que trama do diabo está acontecendo? Quem trouxe o corpo do meu pai pra cá? Que foi que houve com ele? Quem fez essa maldade? Foi a senhora? Pra poder se casar com esse gringo miserável?
BRANCA - (reagiu ameaçadoramente) Pare de dizer asneiras! Não sei o que está acontecendo. Fiquei perplexa... tanto ou mais que você.
Falavam em voz baixa, para evitar que o delegado ouvisse as palavras. Falcão fumava na sala contígua, lendo uma revista.
ALBERTO - Não acredito.
BRANCA - Se não acredita, não posso fazer nada. O fato é que eu estava procurando seu pai há muito tempo. Três meses.(diante da expressão de espanto do filho, falou) Ele estava doente, na cama, ainda em consequencia do desastre. Um dia cheguei e ele havia desaparecido. Soube agora que ele foi pra São Paulo... onde procurou uma mulher... sua antiga...
ALBERTO - (cortou, indignado) Como pode saber disso tudo?
BRANCA - Meu atual marido me contou.
ALBERTO - Mãe, vem cá. Conta essa história direito. A senhora me diz que estava procurando meu pai... mas veio pra cá casada com outro!
BRANCA - Claro! Ou você acha que eu tinha de me sacrificar por ele a vida toda?
ALBERTO - (concluiu, com lógica) Se a senhora se casou... é porque sabia que ele já estava morto! Enterrado... aqui, no lugar do outro!
BRANCA - Eu não sabia! Me casei... porque Laport é um bom homem. E me quer bem. Me respeita. E para a sociedade, para todo mundo, eu já estava viúva!
ALBERTO - (levantou-se, sombrio, desolado) Vai ver que foi esse homem... que matou meu pai! E no dia em que eu não aguentar mais tanta falsidade, eu... conto tudo pra Justiça!
Mais uma vez Branca buscou auxílio no apelo ao amor filial, ao sentimentalismo do filho.
BRANCA - Pois bem. No dia em que você disser alguma coisa... pra salvar seu grande amigo... o bandido que o transformou num assassino... você estará entregando sua própria mãe. (deixou escorrer uma lágrima forçada, limpando-a com o dorso da mão) Aí, então, tudo vai se voltar contra mim.
ALBERTO - Quem podia ter tirado a vida dele?
BRANCA - Ele estava envolvido com gente da pior espécie, Ou então... foi a própria mulher que ele procurou em São Paulo.
ALBERTO - Quem é?
BRANCA - Só pode ser uma pessoa. A sujeita por quem ele tinha verdadeira loucura. Estela Barros. A mulher de Pedro Barros!
Alberto arregalou os olhos de espanto.
CORTA PARA:
CENA 3 - COROADO - DELEGACIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA.
Quando Branca se retirou, segundos depois Lázaro cruzava a porta de entrada da delegacia. Procurou Falcão e explicou-lhe a razão da visita. Queria falar com João Coragem. Novamente a porta da cela se descerrou e os dois homens encararam-se, frente a frente, na pequena sala de visitas.
JOÃO - Que é que tu qué falá comigo?
LÁZARO - Muita coisa... e nada ao mesmo tempo. No fundo, foi vontade de batê um papo, como nos velho tempo.
JOÃO - Quem sabe tu tá esperando agradecimento por tê me poupado a minha vida?
LÁZARO - Tu também teve chance de me matá e não matô. Então, eu também te devo agradecimento.
JOÃO - Tu ainda continua trabalhando pro coronel?
LÁZARO - Forçado, mas continuo. Ele não me perdoa por eu tê te deixado vivê. A orde era pra matá.
JOÃO - Então... a orde era dele!
LÁZARO - Pensei que tu soubesse. Agora, somo assim como dois inimigo. Ele não me tolera. Já me despediu não sei quanta vez e eu continuo, de teimoso. Sabe... tenho que tê pra onde ir. Foi então que eu pensei que tu tivesse precisando de mim.
JOÃO - Pra quê? Pra me traí pela segunda vez?
LÁZARO - Um home tem direito de errá, até achá o seu caminho certo. Foi o que aconteceu comigo. Acho que achei o meu. Que é contigo. A gente custa a acertá, João.
O rapaz fitava desconfiado o homem que um dia chegara a ser seu amigo.
JOÃO - Não acha que depois de tudo tu tem que dá uma prova, mas prova verdadeira, desse arrependimento?
LÁZARO - Eu dou. Por exemplo, sei que o Castro comprou o garimpo do coronel e não foi pra ele...
JOÃO - Sabe?
LÁZARO - Sei do propósito dessa compra... e fiquei calado. Deixei realizá o negócio. Até forcei.
JOÃO - Isso num é muita coisa...
LÁZARO - Posso te dá outra prova. Te prevenindo que falta muito pra derrubá o coronel. Ele tá usando um jogo... deixando todo mundo pensá que tá quase na miséria... fingindo que tá muito preocupado com isso...
JOÃO - E não tá?
LÁZARO - João, ele tem uma fortuna, só em pedra preciosa... fortuna que tá deixando pra fazê uso numa hora certa. O sem-vergonha é macaco velho. Na hora que quisé, ele troca aquela pedraria toda por dinheiro... e tá rico de novo. Podre de rico, João! Sei até onde ele guarda a sua pedraria... num lugar muito escondido... onde ninguém nem sonha que seja esconderijo de tanta riqueza.
JOÃO - (moveu-se, interessado) Conta...
LÁZARO - Um dia eu segui o velho e vi o esconderijo. É num túmulo da família. Se tu qué prova de lealdade... te dou essa. Jogo o velho na miséria.
Erguendo o corpo, João atirou fora o cigarro. Deu alguns passos no interior da pequena sala.
JOÃO - Não, eu não tou exigindo essa espécie de prova.
LÁZARO - Então... te tiro daqui.
JOÃO - A coisa agora é séria, Lázaro. Não é pra um home só.
LÁZARO - Me junto aos teus e oriento...
JOÃO - Vou dá um voto de confiança pra Justiça. Eu quero. Quanto ao perdão que tu qué de mim, eu num perdôo. Deus pode te perdoá. Eu num sou Deus. Tu maltratô minha mãe e isso eu nunca vou podê esquecê.
FIM DO CAPÍTULO 107
e no próximo capítulo...
*** Cena hilária do casamento de Juca Cipó e Margarida!
Indaiá (Jurema Penna) Hernani (Paulo Araújo) e João (Tarcísio Meira) |
*** Cena hilária do casamento de Juca Cipó e Margarida!
*** Curiosidade: em 1970, Claudio Marzo e Regina Duarte foram convocados para fazer o par romãntico da novela "Minha Doce Namorada", devido ao grande sucesso de Duda e Ritinha. Assim, tiveram de encerrar mais cedo sua participação na novela de Janete Clair. Com isso, na nossa versão, a 12 capítulos do final, teremos no próximo episódio a última cena de Duda e Ritinha.
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