terça-feira, 9 de agosto de 2011

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 50


Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair 
CAPÍTULO 50

PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:
JOÃO
DELEGADO FALCÃO
DR. RAFAEL
MARIA DE LARA
INDAIÁ
JUCA CIPO
PEDRO BARROS

CENA 1  -  COROADO  -  DELEGACIA  -  INT.  -  DIA.

Há horas que João Coragem, pacientemente, aguardava a chegada do delegado, sentado no banco de madeira que acompanhava toda a extensão da parede, na sala de audiência da delegacia. Falcão entrou agitado.


JOÃO  -  (aflito) Agarrô ele?

DELEGADO FALCÃO  -  Lourenço? Não. Não encontrei.

JOÃO  -  Como... não encontrô?  Hoje se esgotô o prazo que eu lhe dei.

DELEGADO FALCÃO  -  Pedro Barros fez muita queixa dele. Era um péssimo empregado.  Andava muito esquisito, ùltimamente. E  há dois dias desapareceu. Tudo indica que fugiu... levando seu diamante, João.

JOÃO  -  (levantando-se)  Mas Pedro Barros deve sabê onde ele está!

DELEGADO FALCÃO  -  Por que devia saber?

JOÃO  -  Porque as coisa... entre eles foi tudo combinado. Pedro Barros tá metido nisso. Prova é que Juca também tá envolvido!

DELEGADO FALCÃO  -  Juca nega tudo.

Inteiramente descontrolado, João Coragem agarrou violentamente a gola do paletó do delegado, balançando-o como se fôra um graveto tocado por um vendaval.


JOÃO  -  O senhô tá protegendo eles! Eu quero Lourenço hoje, aqui, preso. Na falta dele... prende então o Pedro Barros!

Falcão livrou-se da fúria do Coragem.


DELEGADO FALCÃO  -  Você está doido, João? Você não pode me obrigar a um ato desses... contra um homem... que estava fora no momento do roubo!

JOÃO  -  Mas ele tem de dizê onde tá Lourenço. Prende ele! Prende e obriga a dizê!

DELEGADO FALCÃO  -  (com decisão, abotoando o paletó)  Há uma queixa contra Lourenço e estou empenhado em agarrar ele. Mas contra Pedro Barros eu não posso fazer nada.

Movido pela ânsia de justiça, o garimpeiro descontrolou-se ante a visível covardia que se ocultava nas palavras do homem que representava a lei de Coroado.


JOÃO  -  (dedo em riste, avisou sem temor)  Mas eu posso, Falcão! Eu posso!

A passos largos, deixou a delegacia. Diogo Falcão admoestava-o lá de dentro.


DELEGADO FALCÃO  -  João! Veja lá o que vai fazer! Não seja louco!

CORTA PARA:

CENA 2  -  FAZENDA DE PEDRO BARROS  -  CASA-GRANDE - QUARTO DE LARA  -  INT.  -  DIA.

Maria de Lara levantou-se e foi até a janela de seu quarto. Era dia e poucas nuvens, muito brancas, enodoavam o azul profundo do infinito. Voltou-se quando a porta se abriu e o Dr. Rafael entrou, em companhia de Indaiá. Lara o mandara chamar.


DR. RAFAEL -  O que foi?

MARIA DE LARA  -  Doutor... minha empregada esteve ontem na casa de meu marido... e me trouxe notícias muito tristes.

DR. RAFAEL  -  Sobre o roubo?

MARIA DE LARA  -  É. Isto é verdade?

DR. RAFAEL  -  É, infelizmente.  Mas não é caso pra você se preocupar. Precisa de descanso absoluto.

MARIA DE LARA  -  Como não? O irmão de João está ferido... a família toda prejudicada. O pai deles á morte... João fora de si!

O psiquiatra confirmou as versões da moça, com um aceno de cabeça. Passeava, interminàvelmente, de um lado para o outro do quarto, cabeça semi-curvada.


DR. RAFAEL  -  Tudo isto é verdadeiro. Eu já sabia desde ontem quando ouvi comentários entre os empregados.

MARIA DE LARA  -  (torcia as mãos, nervosa) O senhor não sabe a importância do diamante na vida de João!

DR. RAFAEL  -  Eu imagino, sim. Mas isto não é tudo. Não é com dinheiro que se constrói a felicidade.

MARIA DE LARA  -  Tenho receio dele perder a cabeça... e também de papai estar envolvido nisso.

DR. RAFAEL  -  Não fique fazendo suposições. Elas podem ser falsas.

MARIA DE LARA  -  Papai não veio me ver desde que chegou e isto me faz pensar nas piores coisas.  Acho que este era o golpe que estavam preparando para João. (virando-se para Indaiá)  Preciso falar com papai!  (e para o médico)  Qual foi o empregado que fugiu?

Rafael fitou Indaiá que procurara seus olhos segundos antes.


DR. RAFAEL  -  Foi... o tal Lourenço D’Ávila... Dizem que é o responsável pelo roubo. Neste momento, a polícia de Coroado está empenhada em encontrá-lo. A pedido de seu pai.

CORTA PARA:

CENA 3  -  FAZENDA DE PEDRO BARROS  -  CASA-GRANDE  -  EXT.  -  DIA.


JUCA CIPÓ  -  Pera ai! Pera aí! Aonde pensa que vai? Tá maluco?

Juca Cipó enfureceu-se com o sem-formalismo de João Coragem que, sem se importar com a jagunçada do coronel, meteu-se pelo portão e já atingia a porta de entrada da residência. João parou por alguns segundos.

JOÃO  -  (ordenou)  Vai avisar teu patrão que tou aqui!

JUCA CIPÓ  -  Você não pode ir entrando assim! Onde é que nós tamo?

JOÃO  -  Onde tá minha mulhé?

Bateu com força na porta.


JOÃO  -  (gritando)  Lara! Lara!

PEDRO BARROS  -  (abriu a porta, com gesto brusco)  Onde você pensa que tá, mocinho? Que barulho é esse?
    
JOÃO  -  Eu penso que tô na frente do home que mandou invadir minha casa, pra roubá, pra matá! E se tou aqui é pra reaver o que o sinhô roubô de mim.

PEDRO BARROS  -  Eu não entendo...

JOÃO  -  (com expressão de louco)  Eu explico! Vim buscá minha pedra e a minha mulhé! Vou levá as duas coisa!

Barros não queria acreditar no que ouvia.


JOÃO  -  Dei um prazo e o prazo se esgotô!  Ninguém fez nada, até agora, dentro da lei! Exijo a sua prisão ou o diamante. (e decisivo)  Exijo Lara... ou a sua vida!

FIM DO CAPÍTULO 50
Lourenço, Branca e Jerônimo
E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

*** JOÃO DÁ UM SÔCO EM PEDRO BARROS, ENCOSTA A ARMA EM SEU QUEIXO E DIZ A LARA QUE ARRUME SUAS COISAS, POIS VAI EMBORA COM ELE!

***FALCÃO INTERCEPTA AS LIGAÇÕES DE LOURENÇO PARA ESTELA E DESCOBRE ONDE ELE ESTÁ. PEDRO BARROS ORDENA O DELEGADO QUE MANDE SEUS HOMENS ATRÁS DELE!


NÃO PERCA O CAPÍTULO 53 DE

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