Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
http://youtu.be/zIuryHGvAVc
CAPÍTULO 39
Personagens deste capítulo:
HELÔ
VÍTOR
ELISA
MISS
JULY
BABI
SAMUCA
RENATÃO
SUSI
OLIVEIRA RAMOS
LAURO LEMOS
VERINHA
MARCOS
MÃOZINHA DE VELUDO
MARIO MALUCO
RICARDINHO
EMILIANO
MARIETA
DR. OTO
MARISA
ENFERMEIRO 1
ENFERMEIRO 2
CENA 1 -
APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS
- SALA -
INT. - NOITE.
A FESTA NA
CASA DO BANQUEIRO OLIVEIRA RAMOS FOI CONSIDERADA VERDADEIRO SUCESSO PELA
CRÔNICA SOCIAL PRESENTE NAS PESSOAS DE LAURO LEMOS E BRUNO ASTUTO. AS FOFOCAS
CORRIAM SOLTAS E A ANIMAÇÃO TOTAL. JÁ ERA UM POUCO TARDE QUANDO VÍTOR SEGUROU HELÔ
PELA MÃO E LEVOU-A A UM LUGAR MAIS TRANQUILO, À BEIRA DA PISCINA.
VÍTOR
- E então... está feliz?
HELÔ
- (sorriu, os olhos brilhando)
Muito! Hoje é o dia mais feliz da minha vida! Sou a mulher mais feliz do mundo.
Eu te amo, Vítor.
VÍTOR
- (falou com sinceridade) Quero
te fazer muito feliz, Helô. Muito (olhou o relógio) Escute... você não acha que
a gente poderia escapar de fininho? Não esqueça que temos que pegar a estrada,
ainda...
HELÔ
- Ótimo, adorei a idéia! Vai ser
maravilhoso passar a nossa lua-de-mel no sítio de Teresópolis! Você não aceitou
a viagem à Europa como presente de casamento do meu pai... mas isso não
importa. O que eu mais quero é tá com você, não importa o lugar. Vou pro quarto
me trocar... me espera?
VÍTOR
- Sempre!
A ALGUNS
METROS DALI, MARCOS, QUE NÃO TIRAVA OS OLHOS DE VERINHA, CRIOU CORAGEM E
APROXIMOU-SE, RECEOSO.
MARCOS - Oi, Verinha...
VERINHA -
Oi...
MARCOS -
Fiquei a noite inteira te olhando... criando coragem pra falar com
você...
VERINHA -
(fingindo desinteresse) Ah, é? Não percebi...
MARCOS -
Escuta, Verinha, eu tou muito arrependido! Você tá certa, eu fui egoísta
e burro! Mas olha... eu queria dizer que eu te amo... Tou desempregado... recebo
mesada do meu velho... Mas eu quero ter esse filho com você! Se você ainda me
quiser...
A EXPRESSÃO
DE VERINHA MODIFICOU-SE. FITOU-O, OS OLHOS BRILHANDO.
VERINHA -
Jura? Você tá falando sério?
MARCOS -
Juro. Eu te amo, Verinha. Fica comigo, vai!
ABRAÇARAM-SE
E BEIJARAM-SE, APAIXONADAMENTE.
CORTA PARA:
CENA 2 -
APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS
- QUARTO DE HELÔ -
INT. - NOITE.
HELÔ ENTROU
EM SEU QUARTO E ACENDEU A LUZ. SENTOU-SE À PENTEADEIRA E COMEÇOU A RETOCAR A
PINTURA NO ROSTO. SÚBITO, NOTOU A IMAGEM DE UMA MULHER REFLETIDA NO ESPELHO.
VOLTOU-SE ASSUSTADA.
HELÔ
- Quem é a senhora? (súbito,
levantou-se) O que está fazendo aqui?
ELISA ERA
UMA ESQUIZOFRÊNICA. MAS, FORA DOS MOMENTOS DE CRISE, PARECIA UMA PESSOA NORMAL,
COMO AGORA. APENAS UM BRILHO ESTRANHO NO OLHAR REVELAVA ALGUMA ANORMALIDADE.
TINHA 45 ANOS, MAS APARENTAVA MAIS, OS CABELOS QUASE TOTALMENTE BRANCOS,
AMARRADOS ATRÁS NUM COQUE. PARECIA-SE MUITO COM HELÔ, EMBORA OS ANOS E A
DECREPITUDE PRECOCE NÃO JUSTIFICASSEM UMA SEMELHANÇA ACENTUADA.
HELÔ
- (repetiu, recuando amedrontada)
Que é que a senhora está fazendo no meu quarto?
ELISA
- Eu vim vê-la.
HELÔ - Mas quem é a senhora? Veio para a festa?
HELÔ ESTAVA
REALMENTE INTRIGADA. A MULHER PARECIA CONHECÊ-LA, E À CASA TAMBÉM. TANTO QUE
ENTROU SEM SER NOTADA E VEIO TER DIRETAMENTE NO SEU QUARTO. OS OLHOS, SÓ OS
OLHOS... HELÔ SE APAVOROU E CORREU PARA A PORTA.
HELÔ
- (gritou) Miss July! Miss July!
ELISA -
(implorou) Não! Não chame ninguém! Não chame, senão eles me levam de
volta!
HELÔ
- Eles quem?
ELISA
- Os enfermeiros!
HELÔ
- Enfermeiros?! (repetiu, mais
espantada ainda) A senhora é doente?
ELISA
- Não! Eu não tenho nada! Mas
eles dizem que sou, para me prenderem lá!
ELISA OLHOU
PARA A FILHA COM IMENSA TERNURA.
ELISA
- Eu lhe vi na igreja. Como você
é bonita. Tem uma pele tão linda!
ERGUEU AS
MÃOS PARA ACARICIAR O ROSTO DE HELÔ, QUE RECUOU, APAVORADA.
HELÔ
- Não chegue perto! Fique longe
de mim!
ELISA
- Fique calma, querida... Por
favor, não tenha medo de mim...
HELÔ -
(gritou novamente) Miss July! Socorro!
CORTA PARA:
CENA
3 - APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS - PISCINA - EXT. -
NOITE.
VERINHA,
MARCOS, NELSON MOTA E BABI DANÇAVAM UM ROCK ALUCINADO.
VÍTOR
- Vocês ouviram um grito?
OLIVEIRA RAMOS - Foi Helô!
(e olhou súbito para Oto, o psicanalista da filha, como que pressentindo o
perigo).
EM SEGUIDA, OLIVEIRA
RAMOS LEVANTOU-SE E CORREU PARA O QUARTO DE HELÔ, SEGUIDO POR VÍTOR, OTO E MISS
JULY. EMILIANO E MARIETA, QUE ASSISTIRAM A CENA DO PONTO EM QUE SE ENCONTRAVAM,
OLHARAM-SE, INTRIGADOS.
MARIETA - Você
viu isso? Ela soltou um grito e todos correram pra ver o que é... Eu sempre
falei que essa Helô é perturbada... Coitado do Vítor... nem imagina o que o
espera!
EMILIANO
- (ponderou) Deve ter acontecido
alguma coisa... ela não ia gritar assim, a troco de nada...
CORTA PARA:
CENA
4 - APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS -
QUARTO DE HELÔ - INT.
- NOITE.
HELÔ ESTAVA
ACUADA CONTRA A PAREDE E, DIANTE DELA, OLHANDO-A COM CARINHO, A MULHER.
HELÔ
- Tirem-na daqui! Ela é louca!
O DOUTOR OTO
PEGOU ELISA PELO BRAÇO E RETIROU-A PARA FORA DO QUARTO.
VÍTOR
- Quem é essa mulher, Oliveira?
OLIVEIRA RAMOS -
(titubeou) Eu... eu não sei. Não a conheço! Talvez tenha vindo com algum
convidado... Não há outra explicação!
APREENSIVA, MISS
JULY ENCAROU O BANQUEIRO.
MISS JULY -
(sussurrou-lhe ao ouvido) Doutor Oliveira, não seria melhor...
OLIVEIRA RAMOS -
(cortou, disfarçando) Isso mesmo, seria melhor todos voltarem para a
sala. Podem deixar que o Dr. Oto cuida disso. Vamos, vamos…
CORTA PARA:
CENA 5 -
APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS
- PISCINA -
EXT. - NOITE
NA PISCINA,
O CLIMA ERA DE GRANDE FARRA, TIPO “DOLCE
VITA”.
SAMUCA - (de
pileque, abraçou Lauro Lemos) Você é meu amigo, cara! Sempre te considerei pra
caramba...
LAURO LEMOS -
(trôpego) Não, você é que é meu amigo, amigo do peito... Meu grande
amigo!
SAMUCA -
Irmãos! Somos irmãos!
LAURO LEMOS -
(ergueu o copo) Então vamos brindar.. a isso! À nossa irmandade!
RENATÃO
DANÇAVA COM BABI. DE REPENTE, CARREGOU-A NOS OMBROS, ELA RINDO COMO UMA LOUCA,
ENQUANTO MARCOS E VERINHA SE BEIJAVAM NA BORDA DA PISCINA. SÚBITO, RENATÃO SAIU
CORRENDO, DESEQUILIBROU-SE E CAIU COM BABI DENTRO D’ÁGUA. MAIS ADIANTE, SUSI
ROÍA-SE DE CIÚMES. ABORRECIDA, ELA
AFASTOU -SE PARA O INTERIOR DO
APARTAMENTO. IA ENTRANDO, QUANDO DEU COM ELISA, SENTADA NO LIVING.
SUSI
- Ei, quem é a senhora?
ELISA
- (levantou o rosto, serenamente)
Eu me chamo Elisa (apontou para o Dr. Oto) Foi aquele moço que mandou que eu
esperasse aqui.
SUSI
- (só então compreendeu) Mas
espere... a senhora não é?...
CORTA PARA:
CENA 6 -
APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS
- LIVING -
INT. - NOITE.
ELISA
CONTINUAVA SENTADA NA POLTRONA, QUANDO SUSI RETORNOU NA COMPANHIA DE VÍTOR E
OLIVEIRA RAMOS.
SUSI
- Oliveira, posso saber o que
essa mulher está fazendo aqui?
VÍTOR
- Quer dizer que a senhora...
é... D. Elisa, a mãe de Helô?
ELISA
- Sou, sim. Helô é minha filha. O
senhor não sabia? Não lhe disseram?
VÍTOR
- Não.
OLIVEIRA
BAIXOU A CABEÇA, ARRASADO.
ELISA
- (dirigiu-se a Vítor) Mas não foi você que se casou com ela? Eu o
vi na igreja. Estava muito bonito!
VÍTOR
- (encarou o sogro, fixamente)
Não há como resistir mais, Oliveira. É melhor contar a verdade.
OLIVEIRA RAMOS -
(vencido) Está bem... é verdade.
Esta é Elisa, a mãe de Helô. Ela é esquizofrênica e vive numa Casa de Saúde. Só
lhe peço uma coisa, meu genro: não revele a Helô, pelo menos agora. Isso seria
um choque para ela, uma desilusão enorme...
EM VOLTA DA
PISCINA, A FESTA CONTINUAVA. ESTAVA NO AUGE. TODO MUNDO MEIO ALTO, COM EXCEÇÃO
DE MARIETA E EMILIANO.
CORTA PARA:
CENA 7 -
APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS - ESCRITÓRIO
- INT. -
NOITE.
O BANQUEIRO
ENTROU NO ESCRITÓRIO, PEGOU O TELEFONE E DISCOU, NERVOSAMENTE.
OLIVEIRA RAMOS - Alô?
É da Casa de Saúde? Aqui é Oliveira Ramos. Estou ligando para informar que Elisa
foi encontrada. Ela está aqui, na minha casa. Hoje é o casamento da minha
filha... ela apareceu de repente e está
importunando, constrangendo meus convidados! Por favor, mandem enfermeiros e
uma ambulância com urgência. Exijo que tirem essa louca da minha casa
imediatamente!
CORTA PARA:
CENA 8 -
APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS
- PISCINA -
EXT. - NOITE.
RODOLFO
AUGUSTO APANHOU UMA BEBIDA E CAMINHAVA EM TORNO DA PISCINA, QUANDO FOI
EMPURRADO POR RENATÃO. DEBATEU-SE, CÔMICAMENTE E FOI SOCORRIDO POR SAMUCA, QUE,
NA TENTATIVA DE PUXÁ-LO, CAIU DE CABEÇA NA ÁGUA. AJUDADO PELO GARÇOM, RODOLFO
AUGUSTO CONSEGUIU SAIR, A PONTO DE TER UM CHILIQUE.
RODOLFO AUGUSTO -
Seus... seus mal-educados! Bêbados! Selvagens! Brutos! E agora,
o que eu faço?! Meu cabelo! Minha roupa!... Meu sapato italiano! Ai, não
acredito que isso tá acontecendo! Ai, me segura que eu vou ter um troço! (e simulou um desmaio nos braços de um garçom alto e musculoso que passava ali naquele momento).
EM SEGUIDA A ENTRADA DOS DOIS ENFERMEIROS DA CASA DE SAÚDE ATRAIU A ATENÇÃO DO
TODOS OS CONVIDADOS, QUE PARARAM PARA ASSISTIR À CENA: OLIVEIRA RAMOS
APROXIMOU-SE E, DISCRETAMENTE, MOSTROU A POLTRONA ONDE ELISA ESTAVA SENTADA. OS
HOMENS DE BRANCO ACERCARAM-SE DELA, SEGURANDO-LHE OS BRAÇOS.
ENFERMEIRO 1 -
Vamos, Dona Elisa. Temos que voltar pra Casa de Saúde.
ELISA
- Eu quero ficar, moço! Quero
ficar com minha filha! Ela mora aqui! Quero ficar com ela! Larga meu braço,
moço!
ENFERMEIRO 2 -
Vamos, seja boazinha.
ELISA
- Me larga, moço...
ELISA FOI
LEVADA POR ELES SOB PROTESTOS. ENCAMINHARAM-SE
PARA A PORTA, ABRINDO PASSAGEM POR ENTRE OS CONVIDADOS.
CORTA PARA:
CENA
9 - APARTAMENTO DE JUREMA -
SALA - INT.
- NOITE.
RICARDINHO
PREPARAVA UM SANDUÍCHE NA COZINHA, QUANDO MARIO MALUCO CHEGOU, EM COMPANHIA DE MÃOZINHA
DE VELUDO.
MARIO MALUCO - Meu
camarada, quero que tu conheça o Mãozinha de Veludo. Já te falei dele, tá
lembrado?
RICARDINHO
ENCAROU MÃOZINHA DE VELUDO COM FRIEZA.
RICARDINHO - Qual
é, Mario... por que tu trouxe esse cara aqui, velho?
MARIO MALUCO - Que
é isso, mano! O Mãozinha é um cara de responsa! Tem um esquema maneiríssimo pra
gente faturar uma grana mole, mole! Fala aí pra ele, Mãozinha!
MÃOZINHA - O
negócio é o seguinte, meu irmão...
MÃOZINHA DE
VELUDO COMEÇOU A EXPLICAR O ESQUEMA. RICARDINHO NEM O DEIXOU CONCLUIR.
RICARDINHO - É o
seguinte, meu velho: cai fora daqui! Tou fora! Tu acha que eu sou otário de
entrar numa furada dessas? Pô, Mario, tu tá vacilando, trazendo esse sujeito
aqui!
MÃOZINHA - (na
defensiva) Pega leve, cara!
RICARDINHO - Pega
leve o cacete! Vai, vai, vai! (e empurrou os dois para fora do apartamento).
MARIO MALUCO -
Calma aí, velho, não precisa empurrar…!
RICARDINHO
BATEU A PORTA NA CARA DOS DOIS E VOLTOU PARA O SEU SANDUÍCHE.
CORTA PARA:
CENA
10 - DELEGACIA
- SALA DO DELEGADO FONTOURA -
INT. - DIA.
O RELÓGIO
MARCAVA 11H30M QUANDO O DELEGADO COMEÇOU A DESPACHAR. EXAMINAVA O LIVRO DE OCORRÊNCIAS
DA NOITE ANTERIOR.
DETETIVE JONAS -
Aconteceu um troço meio chato... uns garotos puxaram um carro. Uma
viatura os perseguiu e encontrou o carro abandonado numa rua. Eles tinham se
mandado. Mas um deles esqueceu a carteira de estudante.
FONTOURA
NOTOU QUE JONAS ESTAVA RETICENTE, TITUBEANDO.
DELEGADO FONTOURA - (com
certo receio no coração) Estudante?
O DETETIVE
TIROU A CARTEIRA DO BOLSO E ESTENDEU-A NA DIREÇÃO DO DELEGADO.
DETETIVE JONAS - O
senhor desculpe. Sei que vai se chatear muito...
DELEGADO FONTOURA -
(apanhou a carteira, abriu-a e leu) Mario Fontoura... É do meu filho!
(controlou-se um pouco, pigarreou) Então, um dos rapazes era ele...
DETETIVE JONAS - Não
se pode afirmar de maneira absoluta. Mas tudo indica que sim.
DELEGADO FONTOURA - Como
não se pode afirmar? Está na cara que foi ele!
DETETIVE JONAS - Bem,
ele pode ter perdido a carteira, o dono do carro pode ter achado... Ou ele pode
ser amigo do proprietário do automóvel, ter andado nele e deixado cair a
carteira.
DELEGADO FONTOURA -
Detetive Jonas, você não precisa puxar tanto pela imaginação. Está claro
que o patife do meu filho está metido nisso. E mais: nessa história, ele não é
meu filho! Deve ser tratado como um delinquente qualquer. Ponha todos os seus
homens atrás dele. Quero ele aqui, preso. Ou melhor (frisou, com os olhos
esbugalhados de ódio) minhas ordens são para capturar os dois malandros (e
lembrando-se de alguma coisa) Comece pelo Solar do Catete!
DETETIVE JONAS - O
senhor que manda, doutor!
CORTA PARA:
CENA
11 - APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA -
INT. - NOITE.
AO VOLTAR PARA
CASA NESSA NOITE, FONTOURA SURPREENDEU ADELAIDE FALANDO AO TELEFONE COM MARIO.
ADELAIDE -
Filho, quando você volta para casa?
FONTOURA -
(acercando-se da mulher) É ele? Pergunte onde ele está.
ADELAIDE - Meu
filho, onde você está? Ah, no apartamento de Jurema. Verinha já esteve aí, com
você? Sei... sei.
FONTOURA
MEDITOU UM INSTANTE, COMO QUE CONCATENANDO AS IDÉIAS.
FONTOURA - Jurema...
então foi Ricardinho o parceiro dele no roubo do automóvel (e virando-se para Adelaide)
Eu nem queria lhe dizer. Seu filho está envolvido num roubo de automóvel.
ADELAIDE -
(chocada) Não acredito! Eu conheço meu filho! Ele não faria isso!
FONTOURA - Você
pensa que conhece, como eu também pensava (afivelou o cinturão com o revólver e
em seguida, vestiu o paletó) De repente, você vê que ele não é nada do que você
imaginava. Nada daquilo que você queria que ele fosse.
ADELAIDE -
(notou o cinturão e perguntou, aflita) Você vai sair?
FONTOURA - Vou
prendê-lo.
FIM DO CAPÍTULO 39
Jurema (Arlete Salles) |
e no próximo capítulo...
*** Vítor e Helô estão em lua-de-mel, em Teresópolis, na maior paixão!
*** D. Consuelo faz a Samuca uma proposta irrecusável: sabendo-se com os dias contados, pede-o em casamento!
NÃO PERCA O CAPÍTULO 40 DE