sábado, 28 de abril de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 39

Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes

http://youtu.be/zIuryHGvAVc

CAPÍTULO 39

Personagens deste capítulo:

HELÔ
VÍTOR
ELISA
MISS JULY
BABI
SAMUCA
RENATÃO
SUSI
OLIVEIRA RAMOS
LAURO LEMOS
VERINHA
MARCOS
MÃOZINHA DE VELUDO
MARIO MALUCO
RICARDINHO
EMILIANO
MARIETA
DR. OTO
MARISA
ENFERMEIRO 1
ENFERMEIRO 2

CENA 1  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

A FESTA NA CASA DO BANQUEIRO OLIVEIRA RAMOS FOI CONSIDERADA VERDADEIRO SUCESSO PELA CRÔNICA SOCIAL PRESENTE NAS PESSOAS DE LAURO LEMOS E BRUNO ASTUTO. AS FOFOCAS CORRIAM SOLTAS E A ANIMAÇÃO TOTAL. JÁ ERA UM POUCO TARDE QUANDO VÍTOR SEGUROU HELÔ PELA MÃO E LEVOU-A A UM LUGAR MAIS TRANQUILO, À BEIRA DA PISCINA.

VÍTOR  -  E então... está feliz?

HELÔ  -  (sorriu, os olhos brilhando) Muito! Hoje é o dia mais feliz da minha vida! Sou a mulher mais feliz do mundo. Eu te amo, Vítor.

VÍTOR  -  (falou com sinceridade) Quero te fazer muito feliz, Helô. Muito (olhou o relógio) Escute... você não acha que a gente poderia escapar de fininho? Não esqueça que temos que pegar a estrada, ainda...

HELÔ  -  Ótimo, adorei a idéia! Vai ser maravilhoso passar a nossa lua-de-mel no sítio de Teresópolis! Você não aceitou a viagem à Europa como presente de casamento do meu pai... mas isso não importa. O que eu mais quero é tá com você, não importa o lugar. Vou pro quarto me trocar... me espera?

VÍTOR  -  Sempre!

A ALGUNS METROS DALI, MARCOS, QUE NÃO TIRAVA OS OLHOS DE VERINHA, CRIOU CORAGEM E APROXIMOU-SE, RECEOSO.

MARCOS  -  Oi, Verinha...

VERINHA  -  Oi...

MARCOS  -  Fiquei a noite inteira te olhando... criando coragem pra falar com você...

VERINHA  -  (fingindo desinteresse) Ah, é? Não percebi...

MARCOS  -  Escuta, Verinha, eu tou muito arrependido! Você tá certa, eu fui egoísta e burro! Mas olha... eu queria dizer que eu te amo... Tou desempregado... recebo mesada do meu velho... Mas eu quero ter esse filho com você! Se você ainda me quiser...

A EXPRESSÃO DE VERINHA MODIFICOU-SE. FITOU-O, OS OLHOS BRILHANDO.

VERINHA  -  Jura? Você tá falando sério?

MARCOS  -  Juro. Eu te amo, Verinha. Fica comigo, vai!

ABRAÇARAM-SE E BEIJARAM-SE, APAIXONADAMENTE.

CORTA PARA:

CENA 2  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  QUARTO DE HELÔ  -  INT.  -  NOITE.

HELÔ ENTROU EM SEU QUARTO E ACENDEU A LUZ. SENTOU-SE À PENTEADEIRA E COMEÇOU A RETOCAR A PINTURA NO ROSTO. SÚBITO, NOTOU A IMAGEM DE UMA MULHER REFLETIDA NO ESPELHO. VOLTOU-SE ASSUSTADA.

HELÔ  -  Quem é a senhora? (súbito, levantou-se) O que está fazendo aqui?

ELISA ERA UMA ESQUIZOFRÊNICA. MAS, FORA DOS MOMENTOS DE CRISE, PARECIA UMA PESSOA NORMAL, COMO AGORA. APENAS UM BRILHO ESTRANHO NO OLHAR REVELAVA ALGUMA ANORMALIDADE. TINHA 45 ANOS, MAS APARENTAVA MAIS, OS CABELOS QUASE TOTALMENTE BRANCOS, AMARRADOS ATRÁS NUM COQUE. PARECIA-SE MUITO COM HELÔ, EMBORA OS ANOS E A DECREPITUDE PRECOCE NÃO JUSTIFICASSEM UMA SEMELHANÇA ACENTUADA.

HELÔ  -  (repetiu, recuando amedrontada) Que é que a senhora está fazendo no meu quarto?

ELISA  -  Eu vim vê-la.

HELÔ -  Mas quem é a senhora? Veio para a festa?

HELÔ ESTAVA REALMENTE INTRIGADA. A MULHER PARECIA CONHECÊ-LA, E À CASA TAMBÉM. TANTO QUE ENTROU SEM SER NOTADA E VEIO TER DIRETAMENTE NO SEU QUARTO. OS OLHOS, SÓ OS OLHOS... HELÔ SE APAVOROU E CORREU PARA A PORTA.

HELÔ  -  (gritou)  Miss July! Miss July!

ELISA  -  (implorou) Não! Não chame ninguém! Não chame, senão eles me levam de volta!

HELÔ  -  Eles quem?

ELISA  -  Os enfermeiros!

HELÔ  -  Enfermeiros?! (repetiu, mais espantada ainda) A senhora é doente?

ELISA  -  Não! Eu não tenho nada! Mas eles dizem que sou, para me prenderem lá!

ELISA OLHOU PARA A FILHA COM IMENSA TERNURA.

ELISA  -  Eu lhe vi na igreja. Como você é bonita. Tem uma pele tão linda!

ERGUEU AS MÃOS PARA ACARICIAR O ROSTO DE HELÔ, QUE RECUOU, APAVORADA.

HELÔ  -  Não chegue perto! Fique longe de mim!

ELISA  -  Fique calma, querida... Por favor, não tenha medo de mim...

HELÔ  -  (gritou novamente) Miss July! Socorro!

CORTA PARA:

CENA  3  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  PISCINA  -  EXT.  -  NOITE.

VERINHA, MARCOS, NELSON MOTA E BABI DANÇAVAM UM ROCK ALUCINADO.

VÍTOR  -  Vocês ouviram um grito?

OLIVEIRA RAMOS  -  Foi Helô! (e olhou súbito para Oto, o psicanalista da filha, como que pressentindo o perigo).

EM SEGUIDA, OLIVEIRA RAMOS LEVANTOU-SE E CORREU PARA O QUARTO DE HELÔ, SEGUIDO POR VÍTOR, OTO E MISS JULY. EMILIANO E MARIETA, QUE ASSISTIRAM A CENA DO PONTO EM QUE SE ENCONTRAVAM, OLHARAM-SE, INTRIGADOS.

MARIETA  -  Você viu isso? Ela soltou um grito e todos correram pra ver o que é... Eu sempre falei que essa Helô é perturbada... Coitado do Vítor... nem imagina o que o espera!

EMILIANO  -  (ponderou) Deve ter acontecido alguma coisa... ela não ia gritar assim, a troco de nada...

CORTA PARA:

CENA  4  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  QUARTO DE HELÔ  -  INT.  -  NOITE.

HELÔ ESTAVA ACUADA CONTRA A PAREDE E, DIANTE DELA, OLHANDO-A COM CARINHO, A MULHER.

HELÔ  -  Tirem-na daqui! Ela é louca!

O DOUTOR OTO PEGOU ELISA PELO BRAÇO E RETIROU-A PARA FORA DO QUARTO.
 
VÍTOR  -  Quem é essa mulher, Oliveira?

OLIVEIRA RAMOS  -  (titubeou) Eu... eu não sei. Não a conheço! Talvez tenha vindo com algum convidado... Não há outra explicação!

APREENSIVA, MISS JULY ENCAROU O BANQUEIRO.

MISS JULY  -  (sussurrou-lhe ao ouvido) Doutor Oliveira, não seria melhor...

OLIVEIRA RAMOS  -  (cortou, disfarçando) Isso mesmo, seria melhor todos voltarem para a sala. Podem deixar que o Dr. Oto cuida disso. Vamos, vamos…   

CORTA PARA:

CENA 5  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  PISCINA  -  EXT.  -  NOITE

NA PISCINA, O CLIMA ERA DE GRANDE FARRA, TIPO “DOLCE VITA”.

SAMUCA  -  (de pileque, abraçou Lauro Lemos) Você é meu amigo, cara! Sempre te considerei pra caramba...

LAURO LEMOS  -  (trôpego) Não, você é que é meu amigo, amigo do peito... Meu grande amigo!

SAMUCA  -  Irmãos! Somos irmãos!

LAURO LEMOS  -  (ergueu o copo) Então vamos brindar.. a isso! À nossa irmandade!

RENATÃO DANÇAVA COM BABI. DE REPENTE, CARREGOU-A NOS OMBROS, ELA RINDO COMO UMA LOUCA, ENQUANTO MARCOS E VERINHA SE BEIJAVAM NA BORDA DA PISCINA. SÚBITO, RENATÃO SAIU CORRENDO, DESEQUILIBROU-SE E CAIU COM BABI DENTRO D’ÁGUA. MAIS ADIANTE, SUSI ROÍA-SE  DE  CIÚMES.   ABORRECIDA,  ELA  AFASTOU -SE  PARA  O  INTERIOR DO APARTAMENTO. IA ENTRANDO, QUANDO DEU COM ELISA, SENTADA NO LIVING.

SUSI  -  Ei, quem é a senhora?

ELISA  -  (levantou o rosto, serenamente) Eu me chamo Elisa (apontou para o Dr. Oto) Foi aquele moço que mandou que eu esperasse aqui.

SUSI  -  (só então compreendeu) Mas espere... a senhora não é?...

CORTA PARA:

CENA 6  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  LIVING  -  INT.  -  NOITE.

ELISA CONTINUAVA SENTADA NA POLTRONA, QUANDO SUSI RETORNOU NA COMPANHIA DE VÍTOR E OLIVEIRA RAMOS.

SUSI  -  Oliveira, posso saber o que essa mulher está fazendo aqui?

VÍTOR  -  Quer dizer que a senhora... é... D. Elisa, a mãe de Helô?

ELISA  -  Sou, sim. Helô é minha filha. O senhor não sabia? Não lhe disseram?

VÍTOR  -  Não.

OLIVEIRA BAIXOU A CABEÇA, ARRASADO.

ELISA  -  (dirigiu-se a Vítor)  Mas não foi você que se casou com ela? Eu o vi na igreja. Estava muito bonito!

VÍTOR  -  (encarou o sogro, fixamente) Não há como resistir mais, Oliveira. É melhor contar a verdade.

OLIVEIRA RAMOS  -  (vencido)  Está bem... é verdade. Esta é Elisa, a mãe de Helô. Ela é esquizofrênica e vive numa Casa de Saúde. Só lhe peço uma coisa, meu genro: não revele a Helô, pelo menos agora. Isso seria um choque para ela, uma desilusão enorme...

EM VOLTA DA PISCINA, A FESTA CONTINUAVA. ESTAVA NO AUGE. TODO MUNDO MEIO ALTO, COM EXCEÇÃO DE MARIETA E EMILIANO.

CORTA PARA:

CENA 7  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  ESCRITÓRIO  -  INT.  -  NOITE.

O BANQUEIRO ENTROU NO ESCRITÓRIO, PEGOU O TELEFONE E DISCOU, NERVOSAMENTE.

OLIVEIRA RAMOS  -  Alô? É da Casa de Saúde? Aqui é Oliveira Ramos. Estou ligando para informar que Elisa foi encontrada. Ela está aqui, na minha casa. Hoje é o casamento da minha filha...  ela apareceu de repente e está importunando, constrangendo meus convidados! Por favor, mandem enfermeiros e uma ambulância com urgência. Exijo que tirem essa louca da minha casa imediatamente!

CORTA PARA:

CENA 8  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  PISCINA  -  EXT.  -  NOITE.

RODOLFO AUGUSTO APANHOU UMA BEBIDA E CAMINHAVA EM TORNO DA PISCINA, QUANDO FOI EMPURRADO POR RENATÃO. DEBATEU-SE, CÔMICAMENTE E FOI SOCORRIDO POR SAMUCA, QUE, NA TENTATIVA DE PUXÁ-LO, CAIU DE CABEÇA NA ÁGUA. AJUDADO PELO GARÇOM, RODOLFO AUGUSTO CONSEGUIU SAIR, A PONTO DE TER UM CHILIQUE.
 
RODOLFO AUGUSTO  -  Seus... seus mal-educados! Bêbados! Selvagens! Brutos!  E  agora, o  que eu faço?!  Meu  cabelo!  Minha roupa!... Meu sapato italiano! Ai, não acredito que isso tá acontecendo! Ai, me segura que eu vou ter um troço! (e simulou um desmaio nos braços de um garçom alto e musculoso que passava ali naquele momento).

EM SEGUIDA A ENTRADA DOS DOIS ENFERMEIROS DA CASA DE SAÚDE ATRAIU A ATENÇÃO DO TODOS OS CONVIDADOS, QUE PARARAM PARA ASSISTIR À CENA: OLIVEIRA RAMOS APROXIMOU-SE E, DISCRETAMENTE, MOSTROU A POLTRONA ONDE ELISA ESTAVA SENTADA. OS HOMENS DE BRANCO ACERCARAM-SE DELA, SEGURANDO-LHE OS BRAÇOS.

ENFERMEIRO 1  -  Vamos, Dona Elisa. Temos que voltar pra Casa de Saúde.

ELISA  -  Eu quero ficar, moço! Quero ficar com minha filha! Ela mora aqui! Quero ficar com ela! Larga meu braço, moço!

ENFERMEIRO 2  -  Vamos, seja boazinha.

ELISA  -  Me larga, moço...

ELISA FOI LEVADA POR ELES SOB PROTESTOS.  ENCAMINHARAM-SE PARA A PORTA, ABRINDO PASSAGEM POR ENTRE OS CONVIDADOS.

CORTA PARA:

CENA  9  -  APARTAMENTO DE JUREMA  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

RICARDINHO PREPARAVA UM SANDUÍCHE NA COZINHA, QUANDO MARIO MALUCO CHEGOU, EM COMPANHIA DE MÃOZINHA DE VELUDO.

MARIO MALUCO  -  Meu camarada, quero que tu conheça o Mãozinha de Veludo. Já te falei dele, tá lembrado?

RICARDINHO ENCAROU MÃOZINHA DE VELUDO COM FRIEZA.

RICARDINHO  -  Qual é, Mario... por que tu trouxe esse cara aqui, velho?

MARIO MALUCO  -  Que é isso, mano! O Mãozinha é um cara de responsa! Tem um esquema maneiríssimo pra gente faturar uma grana mole, mole! Fala aí pra ele, Mãozinha!

MÃOZINHA  -  O negócio é o seguinte, meu irmão...

MÃOZINHA DE VELUDO COMEÇOU A EXPLICAR O ESQUEMA. RICARDINHO NEM O DEIXOU CONCLUIR.

RICARDINHO  -  É o seguinte, meu velho: cai fora daqui! Tou fora! Tu acha que eu sou otário de entrar numa furada dessas? Pô, Mario, tu tá vacilando, trazendo esse sujeito aqui!

MÃOZINHA   -  (na defensiva) Pega leve, cara!

RICARDINHO  -  Pega leve o cacete! Vai, vai, vai! (e empurrou os dois para fora do apartamento).

MARIO MALUCO  -  Calma aí, velho, não precisa empurrar…!

RICARDINHO BATEU A PORTA NA CARA DOS DOIS E VOLTOU PARA O SEU SANDUÍCHE.

CORTA PARA:

CENA  10  -  DELEGACIA  -  SALA DO DELEGADO FONTOURA  -  INT.  -  DIA.

O RELÓGIO MARCAVA 11H30M QUANDO O DELEGADO COMEÇOU A DESPACHAR. EXAMINAVA O LIVRO DE OCORRÊNCIAS DA NOITE ANTERIOR.

DETETIVE JONAS  -  Aconteceu um troço meio chato... uns garotos puxaram um carro. Uma viatura os perseguiu e encontrou o carro abandonado numa rua. Eles tinham se mandado. Mas um deles esqueceu a carteira de estudante.

FONTOURA NOTOU QUE JONAS ESTAVA RETICENTE, TITUBEANDO.

DELEGADO FONTOURA  -  (com certo receio no coração) Estudante?

O DETETIVE TIROU A CARTEIRA DO BOLSO E ESTENDEU-A NA DIREÇÃO DO DELEGADO.

DETETIVE JONAS   -  O senhor desculpe. Sei que vai se chatear muito...

DELEGADO FONTOURA  -  (apanhou a carteira, abriu-a e leu) Mario Fontoura... É do meu filho! (controlou-se um pouco, pigarreou) Então, um dos rapazes era ele...

DETETIVE JONAS  -  Não se pode afirmar de maneira absoluta. Mas tudo indica que sim.

DELEGADO FONTOURA  -  Como não se pode afirmar? Está na cara que foi ele!

DETETIVE JONAS  -  Bem, ele pode ter perdido a carteira, o dono do carro pode ter achado... Ou ele pode ser amigo do proprietário do automóvel, ter andado nele e deixado cair a carteira.

DELEGADO FONTOURA  -  Detetive Jonas, você não precisa puxar tanto pela imaginação. Está claro que o patife do meu filho está metido nisso. E mais: nessa história, ele não é meu filho! Deve ser tratado como um delinquente qualquer. Ponha todos os seus homens atrás dele. Quero ele aqui, preso. Ou melhor (frisou, com os olhos esbugalhados de ódio) minhas ordens são para capturar os dois malandros (e lembrando-se de alguma coisa) Comece pelo Solar do Catete!

DETETIVE JONAS  -  O senhor que manda, doutor!

CORTA PARA:
 
CENA  11  -  APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA  -  INT.  -  NOITE.

AO VOLTAR PARA CASA NESSA NOITE, FONTOURA SURPREENDEU ADELAIDE FALANDO AO TELEFONE COM MARIO.

ADELAIDE  -  Filho, quando você volta para casa?

FONTOURA  -  (acercando-se da mulher) É ele? Pergunte onde ele está.

ADELAIDE  -  Meu filho, onde você está? Ah, no apartamento de Jurema. Verinha já esteve aí, com você? Sei... sei.

FONTOURA MEDITOU UM INSTANTE, COMO QUE CONCATENANDO AS IDÉIAS.

 FONTOURA  -  Jurema... então foi Ricardinho o parceiro dele no roubo do automóvel (e virando-se para Adelaide) Eu nem queria lhe dizer. Seu filho está envolvido num roubo de automóvel.

ADELAIDE  -  (chocada) Não acredito! Eu conheço meu filho! Ele não faria isso!

FONTOURA  -  Você pensa que conhece, como eu também pensava (afivelou o cinturão com o revólver e em seguida, vestiu o paletó) De repente, você vê que ele não é nada do que você imaginava. Nada daquilo que você queria que ele fosse.

ADELAIDE  -  (notou o cinturão e perguntou, aflita) Você vai sair?

FONTOURA  -  Vou prendê-lo.


FIM DO CAPÍTULO 39
Jurema (Arlete Salles)
e no próximo capítulo...

*** Vítor e Helô estão em lua-de-mel, em Teresópolis, na maior paixão!

*** D. Consuelo faz a Samuca uma proposta irrecusável: sabendo-se com os dias contados, pede-o em casamento!

NÃO PERCA O CAPÍTULO 40 DE
  

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