terça-feira, 17 de abril de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 34

Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
http://youtu.be/xVAfdbFs_UY

CAPÍTULO 34

Participam deste capítulo:

ADELAIDE
RICARDINHO
MARIO MALUCO
MARCOS
LAURO LEMOS
VERINHA
SAMUCA
CARLINHA
RENATÃO
TIA COLÓ
MARISA
DELEGADO FONTOURA
DETETIVE JONAS
RODOLFO AUGUSTO

CENA 1  -  DELEGACIA  -  GABINETE DO DELEGADO FONTOURA  -  INT.  -  DIA.

O DETETIVE JONAS ENTROU NA SALA DE FONTOURA E ENTREGOU-LHE UM ENVELOPE PARDO.

DETETIVE JONAS  -  Doutor, chegou outra carta para o senhor sem remetente!

DELEGADO FONTOURA  -  (abrindo o envelope)  É a terceira, esta semana... Vamos ver o que diz... (leu em voz alta)  “Delegado Fontoura: o senhor prendeu a pessoa errada! Abra o olho. O assassino de Nívea Louzada continua à solta!”.

DETETIVE JONAS  -  Devemos considerar isso um blefe ou  coisa séria?

DELEGADO FONTOURA  -  (pensativo)  Isso está me parecendo alguém que está querendo mudar os rumos da investigação... As duas primeiras dizem quase a mesma coisa... mas não acusam ninguém.. E, pelo carimbo do correio, vê-se que foram postadas em agências diferentes, mas todas aqui mesmo, em Ipanema. Temos que considerar todas as hipóteses, Jonas, sem descartar nenhuma...

CORTA PARA:

CENA 2  -  NITERÓI  -  CASA DE TIA COLÓ  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

TIA COLÓ ABRIU A PORTA E MARISA ENTROU, VESTIDA COM ELEGÂNCIA, COMO DE COSTUME. SEGURAVA UM EMBRULHO. PARADOS À SUA FRENTE, ESTAVAM RENATÃO E CARLINHA.

MARISA  -  Com licença... Bom dia, gente...

RENATÃO  -  Olá, Marisa. Estava à sua espera, conforme combinamos.
 
MARISA  -  (sorriu, amável. Fitou Carlinha, ansiosa)  Como vai, Carlinha? Posso... te pedir um abraço?

A MENINA OLHOU PARA O PAI, HESITANTE.

RENATÃO  -  (encorajou-a)  Dê um abraço na moça, minha filha...

CARLINHA ABRAÇOU A MULHER, TÌMIDAMENTE. MARISA ENVOLVEU-A NOS BRAÇOS, CERRANDO OS OLHOS, EMOCIONADA.

MARISA  -  Minha filha...  Oh, minha filha!

CARLINHA  -  (afastou-se, bruscamente)  Eu não sou sua filha. Minha mãe tá no céu!

MARISA ENTREGOU-LHE O EMBRULHO, PROCURANDO DISFARÇAR O EMBARAÇO.

MARISA  -  Eu trouxe um presente para você. É para ajudar nos seus estudos. Espero que goste.

CARLINHA FITOU O PAI, COMO A PEDIR AJUDA.

RENATÃO  -  Aceite o presente, filha. Abra.

CARLINHA DEPOSITOU O EMBRULHO NO SOFÁ E ABRIU A EMBALAGEM. SEUS OLHOS SE ILUMINARAM.

CARLINHA  -  (sorriu, feliz) Pai... é um computador?

RENATÃO OLHOU PARA A MULHER, IRRITADO.

RENATÃO  -  Um notebook é um presente muito caro pra uma menina de 7 anos! Você não devia...

MARISA  -  (minimizou)  Ah, por favor, Renatão! Passei tantos anos longe dela... e você sabe, que, para mim, isso não é nada!

TIA COLÓ  -  (que até então, assistia a tudo, em silêncio) Isso não está certo! Criamos Carlinha com simplicidade, ensinando a menina a dar valor ás coisas; que nem sempre pode ter tudo o que  quer, e ela é feliz assim. Não podemos permitir que a senhora chegue, de repente, e estrague tudo!

MARISA  -  Que isso, tia... é apenas um presentinho...

TIA COLÓ  -  (com rispidez) Não sou sua tia!

MARISA – (sussurrou para o ex-marido, ameaçadora)  Renatão... faça o que combinamos! Agora!

RENATÃO ERGUEU OS BRAÇOS E RESPIROU FUNDO, IMPOTENTE. 

RENATÃO  -  Está bem (abaixou-se e  chamou a filha)  Carlinha... papai tem uma coisa pra contar a você! (olhou-a nos olhos e falou, pausadamente) Sua mãe... não morreu.

MARISA  -  (adiantou-se, ansiosa) Eu sou sua mãe, Carlinha!

CARLINHA FITOU O PAI, ARREGALANDO OS OLHOS INOCENTES.

CARLINHA  -  Pai... ela tá mentindo, não tá?

RENATÃO  -  Não, Carlinha. Marisa é sua mãe.

MARISA  -  (com os olhos marejados)  Eu sou sua mãe, Carlinha. Houve um engano. Todos pensavam que eu estava morta... mas eu voltei! Voltei... pra nunca mais me separar de você, filha. Nunca mais!

CARLINHA ENCAROU A MÃE COMO UMA IMPOSTORA.

CARLINHA  -  (gritou, dando dois passos para trás) Você tá mentindo! Minha mãe tá no céu! Mentirosa! Minha mãe tá no céu!

RENATÃO  -  (apreensivo, ante a reação da menina) Calma filha... Vamos conversar...

CARLINHA ENCAROU PAI E MÃE, COM LÁGRIMAS NOS OLHOS E CORREU PARA O INTERIOR DA CASA, TRANCANDO-SE NO QUARTO. TIA COLÓ FITOU MARISA COM DESPREZO.

TIA COLÓ  -  Viu o que você fez? Ela não precisava passar por isso! Ela não precisa de você! Nunca precisou!

TIA COLÓ DEU-LHE AS COSTAS E RETIROU-SE, DEIXANDO MARISA E RENATÃO SOZINHOS NA SALA.

MARISA  -  Viu o que você fez, com sua mentira? Minha filha pode até vir a me odiar!

RENATÃO  -  Foi você que  não pensou nas consequencias quando a abandonou pra ir embora com aquele gringo! Agora... temos que dar tempo ao tempo. Ela precisa se acostumar com a idéia. É apenas uma criança. Tem que ter paciência...

MARISA  -  Eu vou embora... mas volto! Saiba, Renatão, que vou tomar minha filha de você, legalmente! Nem que para isso, tenha que contratar um detetive para apurar as suas leviandades!

RENATÃO  -  (com desprezo)  Isso é o que nós vamos ver!

MARISA  -  Vou provar na Justiça que você não está preparado para exercer a guarda de sua filha! Você não perde por esperar... Renatão!

MARISA PEGOU A BOLSA QUE DEIXARA SOBRE A MESA E RETIROU-SE. RENATÃO MORDEU O LÁBIO INFERIOR E CERROU OS PUNHOS, COM RAIVA.

RENATÃO  -  Megera!

CORTA PARA:
 
CENA 2  -  IPANEMA  -  APARTAMENTO DE MARISA  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

MARISA CAMINHAVA NERVOSAMENTE PELA SALA, QUANDO O IRMÃO, RODOLFO AUGUSTO, ENTROU.

MARISA  -  Poxa, até que enfim! Chamei você há umas 3 horas e só agora aparece!

RODOLFO AUGUSTO  -  (com gestos afetados)  Sinto muito, irmãzinha, mas eu estava na casa de uma cliente que encomendou um vestido para um casamento, e me deu o maior trabalho! Imagina, pesando uns 130 quilos, queria aparecer magra no modelito, de qualquer maneira! Tive vontade de dizer a ela: meu amor, sou apenas um costureiro, e não um santo milagreiro! (e para a irmã) Mas fale... o que você quer de mim com tanta urgência?

MARISA  -  Você sabe que passei muitos anos fora do Brasil e não conheço mais nada por aqui... Eu preciso que você me ajude a contratar um bom detetive!

RODOLFO AUGUSTO  -  Detetive? Já sei, nem precisa me dizer pra quê: vai mandar seguir Renatão!

MARISA  -  Isso mesmo! Preciso saber de todos os podres dele, e isso eu sei que ele tem de sobra!  Vou mostrar pra ele quem é Marisa Duprat!

RODOLFO AUGUSTO  -  (passou a mão na testa, revirando os olhos) Xi... vai começar tudo de novo! Vocês não tem jeito, mesmo! É de cansar minha beleza!

CORTA PARA:

CENA 3  -  APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

APÓS MAIS UM DIA DE TRABALHO, FONTOURA SENTOU-SE EM FRENTE    Á   TV   PARA   VER   O   JORNAL,   ENQUANTO AGUARDAVA O JANTAR. MARIO APROXIMOU-SE DO PAI, PROCURANDO COM CUIDADO AS PALAVRAS.

MARIO MALUCO  -  Pai... pensou no nosso papo?

DELEGADO FONTOURA  -  Que “papo”? Você está falando daquela idéia maluca de sair de casa?

MARIO MALUCO  -  É. Já explanei meus motivos... Você sabe... eu não trabalho... Preciso de uma mesada...

DELEGADO FONTOURA  -  (taxativo)  Você falou tudo: se quer sair de casa, arrume um trabalho e vá pra onde quiser! Você já é um homem e pode muito bem cuidar da sua vida!

MARIO MALUCO  -  (sorriu, irônico)  Só um idiota como eu pra achar que podia contar com o apoio do meu pai! Quer saber? Eu sabia que isso ia acontecer! Eu vou embora de qualquer jeito, sacou! Não aguento mais viver nesta casa, nem mais um dia!

DELEGADO FONTOURA  -  (levantou-se, vermelho de raiva) Pois vá! Vá e aprenda a viver, seu moleque! Ingrato! É isso que recebemos em troca, após uma vida inteira de dedicação! Vá e quebre a cara sozinho! Porque de mim, não terá um centavo pra compactuar com essa loucura!

ADELAIDE, ATRAÍDA PELOS GRITOS DO MARIDO, SURGIU DA COZINHA, APAVORADA.

ADELAIDE  -  Meu Deus, o que está acontecendo? Vocês estão brigando outra vez?

MARIO MALUCO  -  (indignado) O que tá acontecendo, minha mãe, é que o meu pai me virou as costas outra vez, quando eu mais preciso dele! E eu cansei! Vou no quarto pegar umas coisas e vou vazar! Fui!

ADELAIDE OLHOU PARA OS DOIS, PERPLEXA.

ADELAIDE  -  Filho, não faça isso! Fontoura, faça alguma coisa, pelo amor de Deus! Você não pode permitir...

DELEGADO FONTOURA  -  (cortou) Deixa ele ir! Tem que aprender a viver! Só assim ele aprende! Deixa ele ir!

CORTA PARA:

CENA 4  -  CASTELINHO  -  INT.  -  NOITE

VERINHA E LAURO LEMOS TOMAVAM UM CHOPE, SENTADOS A UMA MESA DO BAR. O RAPAZ LEVANTOU-SE PARA IR AO BANHEIRO, NO MOMENTO EM QUE MARCOS AVISTOU A JOVEM E APROXIMOU-SE.

MARCOS  -  Oi!

VERINHA  -  (sorriu, simpática) Oi!

MARCOS  -  Lembra de mim? Meu nome é Marcos Reis. Sou amigo do seu irmão, Mario Maluco, e do Ricardinho...

VERINHA  -  Eu sei. Já vi você com a turma... você é motoqueiro, né!

MARCOS  - Sou (puxou uma cadeira) Posso me sentar?

VERINHA  -  Pode. Eu tou com um amigo, o Laurinho Lemos. Ele foi no banheiro... Mas tudo bem.

MARCOS  -  Tem certeza que é só um amigo?

VERINHA  -  (sorriu) Claro!

O RAPAZ SENTOU E FITOU VERINHA NOS OLHOS.

MARCOS  -  Sabe, faz um tempão eu queria te encontrar assim, sozinha, e levar um papo com você... Te acho a maior gata!

VERINHA  -  (enrubesceu) Sério? Obrigada...

SEM CERIMÔNIA, MARCOS SEGUROU-LHE AS DUAS MÃOS.

MARCOS  -  Você tem namorado?

VERINHA  -  Não.

MARCOS  -  Posso... te dar um beijo?

VERINHA SORRIU, SEM GRAÇA. DITO ISTO, O RAPAZ ERGUEU-SE E BEIJOU-A NOS LÁBIOS. LAURO LEMOS VOLTOU NESTE MOMENTO E PAROU Á FRENTE DOS DOIS, SURPRESO.

LAURO LEMOS  - Ei... será que eu perdi alguma coisa?

OS DOIS AFASTARAM-SE E SORRIRAM, EMBARAÇADOS.

VERINHA  -  Lauro, esse é o Marcos...

APERTARAM AS MÃOS.

LAURO LEMOS  -  Tudo bem, Marcos?

MARCOS  -  Tranquilo.

LAURO LEMOS  -  Bem, Verinha, como agora cê tá em muito boa companhia, eu vou indo. Tenho um artigo pra escrever e mandar pro jornal o mais rápido possível! (beijou a jovem, despedindo-se. E para Marcos) Cuida bem dela, rapaz!

MARCOS  -  Pode deixar!

LAURO RETIROU-SE. MARCOS SENTOU-SE MAIS PRÓXIMO DE VERINHA E BEIJOU-A NOVAMENTE, COM ARDOR.

CORTA PARA:

CENA 5  -  APARTAMENTO DE DANUSA  -  SALA  -  INT.  -  DIA. 

RICARDINHO ABRIU A PORTA E MARIO MALUCO ENTROU, COM UMA MOCHILA NAS COSTAS.

RICARDINHO  -  O que aconteceu, velho?

MARIO MALUCO  -  Saí de casa, cara. Não aguento mais a caretice do meu pai. Preciso da tua ajuda, mano. Não sei o que fazer, nem pra onde ir! E pra complicar mais, tô na maior dureza!

RICARDINHO  -  (coçou a cabeça) Caramba... e agora... (estalou os dedos) Já sei. O apê da Jurema tá vazio, enquanto a coitada tá no xadrez. Eu tenho a chave... Vamos pra lá. Pode dar um tempo lá, até ver o que vai fazer.

MARIO MALUCO  -  (animado) Pô, valeu, irmão! Maravilha!

RICARDINHO  -  Vamo nessa!

CORTA PARA:

CENA 6  -  AV. VIEIRA SOUTO  -  CALÇADÃO  -  EXT.  -  DIA.

SAMUCA CAMINHAVA DISTRAÌDAMENTE PELO CALÇADÃO, EM DIREÇÃO AO APARTAMENTO DE RENATÃO, QUANDO UM LUXUOSO PEUGEOT PRETO PAROU AO SEU LADO. O VIDRO DA PORTA TRASEIRA BAIXOU E A BELA E ELEGANTE MULHER O CHAMOU, DO INTERIOR DO AUTOMÓVEL.

MARISA  -  Ei, você não é o Samuca?

SAMUCA VOLTOU-SE, SURPRESO, E RECONHECEU DE IMEDIATO A EX-ESPOSA DE RENATÃO.

SAMUCA  -  Sou. E a senhora é a Madame... quer dizer, dona Marisa.

MARISA  -  (sorriu, com simpatia)  Eu mesma. Eu quero conversar com você. Pode entrar no carro dois minutos?

SAMUCA HESITOU ALGUNS SEGUNDOS. A PORTA DO CARRO ABRIU E ELE DECIDIU ENTRAR.

CORTA PARA:

CENA 7  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  ATELIÊ  -  INT.  -  DIA.

RENATÃO FOTOGRAFAVA UMA BELA E SENSUAL MULHER EM TRAJES ÍNTIMOS, QUANDO SAMUCA ENTROU NO RECINTO.

SAMUCA  -  (boquiaberto, admirando as curvas da morena) Renatão... eu... preciso falar com você!

RENATÃO  -  (ergueu os olhos das lentes da máquina, irritado) Agora, não, Samuca! Não vê que eu tou ocupado?

SAMUCA  -  (ergueu os braços, desculpando-se) Tá bem, desculpe... É que pensei que era urgente... é sobre Madame X.

RENATÃO  -  (mudou o tom, curioso)  Sobre... ela? (falou para a modelo) Meu amor, me dá um minuto? Vou falar com meu amigo na sala e já volto!

CORTA PARA:

CENA  8  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

SOB O OLHAR ATENTO E APREENSIVO DE RENATÃO, SAMUCA RELATOU O ENCONTRO COM MARISA NO AUTOMÓVEL.

SAMUCA -  ...    ela me chamou e entrei no carro. Você não vai acreditar na proposta que sua ex-mulher me fez!

RENATÃO  -  (impaciente) Fala de uma vez, homem!

SAMUCA  -  Ela me ofereceu dinheiro pra servir de testemunha contra você, na Justiça. Disse que vai tirar a Carlinha de você, custe o que custar!

RENATÃO  -  (preocupado) E você... falou o quê?

SAMUCA  -  (ofendido) O que você acha, cara? Posso ter meus defeitos, gostar muito de dinheiro, mas trair um amigo, isso nunca! Saí do carro e deixei ela falando sozinha!

RENATÃO  -  (bufou, preocupado)  Tenho que usar a cabeça... e tomar uma medida drástica! E tenho que agir agora, antes que seja tarde!

CORTA PARA:

CENA  9  -  NITERÓI  -  CASA DA TIA COLÓ  -  INTERIOR  -  DIA.

TIA COLÓ ABRIU A PORTA E RECEBEU O SOBRINHO, COM ALEGRIA.

TIA COLÓ  -  Renatinho, que surpresa! Você nem avisou que viria, mas mesmo assim eu adivinhei! Sabe o que acabei de tirar do forno? Aquela  torta de morango com chocolate que você adora!

CARLINHA SURGIU NA SALA E CORREU PARA OS BRAÇOS DO PAI.

CARLINHA  -  Papai!

RENATÃO TOMOU A MENINA NO COLO E BEIJOU-A NO ROSTO. DIRIGIU-SE À TIA, PREOCUPADO.

RENATÃO  -  Tia Coló, eu vim buscar a senhora e Carlinha pra irem morar junto comigo, em Ipanema.

TIA COLÓ  -  (surpresa)  Morar... com você? Mas o que aconteceu pra você decidir isso assim, de repente?

RENATÃO  -  Não é de repente, tia. Tenho pensado muito nisso. Fico preocupado com vocês duas aqui, sozinhas... Não fiz isso antes porque, conforme a senhora sempre soube, um agente internacional vive sempre viajando...

TIA COLÓ  -  (sussurrou, como se pudessem ser ouvidos) Vida de agente secreto é muito complicada, meu filho!

RENATÃO  -  Nem me fale, tia! Tenho que passar por cada perigo, cada situação... Mas levar vocês pra minha casa não será problema. Quando eu precisar viajar, o meu mordomo Konstantópulus vai cuidar de vocês! (bateu as mãos, animado) E então, vamos fazer as malas?

CARLINHA  -  Ebaaaaaaaaaa!

TIA COLÓ  -  Renatinho... você tem certeza?

RENATÃO  -  (decidido) Lógico, minha tia! Está decidido! Vamos todos morar em Ipanema!

FIM DO CAPÍTULO  34

 e no próximo capítulo...

*** Renatão, sob o olhar estupefato de Samuca e Konstantópulus, chega ao seu apê de Ipanema em companhia de Tia Coló e Carlinha!

*** Ricardinho, ao ver Vítor caminhando sozinho no calçadão de Ipanema, avisa ao seu grupo de motoqueiros que a hora da vingança chegou e parte para cima do ex-padre!

*** Helô recebe uma carta anônima e fica desorientada!

 NÃO PERCA O CAPÍTULO 35 DE
 

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