Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
http://youtu.be/zIuryHGvAVc
CAPÍTULO 36
Participam deste capítulo:
VÍTOR
VERINHA
MARCOS
RENATÃO
TIA COLÓ
SUSI
OLIVEIRA
RAMOS
HELÔ
SAMUCA
D.
SOLEDAD
JOANINHA
MARIETA
EMILIANO
MÉDICO
Continuação
imediata da última cena do capítulo anterior.
CENA 1 - APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS - SALA
DE JANTAR - INTERIOR
- NOITE
HELÔ
EMPALIDECEU, LEVANTOU-SE, VISÌVELMENTE CHOCADA, E ATIROU A CARTA SOBRE A MESA.
OLIVEIRA RAMOS -
(indignado) Mas isso é um absurdo, uma brincadeira de mau gosto! Filha,
você não pode dar importância a essa covardia. Veja só, o remetente nem teve
coragem de se identificar!
HELÔ
- Vou pro meu quarto. Com
licença!
OLIVEIRA RAMOS -
(levantou a mão, tentando detê-la) Helô! Filha, não vá...
SUSI
- (segurou o braço do marido)
Deixa, Oliveira. Ela quer ficar sozinha...
O BANQUEIRO
BALANÇOU A CABEÇA, DESOLADO.
OLIVEIRA RAMOS - Quem
será o covarde que escreveu isso?
CORTA PARA:
CENA 2 -
APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA
- INT. - NOITE.
SAMUCA -
Profissão desgraçada essa que eu arranjei! (dizia, deitado no sofá de Renatão).
RENATÃO -
(preparando uma dose de uísque) Ué, por que, cara? Pensei que você tava
se divertindo...
SAMUCA -
Divertindo? Faz dois meses
que estou distraindo uma
turista mexicana. Dona Consuelo. A
mulher deve andar pela
casa dos setenta anos. Veste-se de maneira espalhafatosa e é feia como a
necessidade! Me contratou como seu cicerone pelo tempo em que ficar no Rio.
Sabe que a velha gamou por mim? Nem quer mais voltar para o México! E é podre
de rica, a desgraçada!
RENATÃO -
Aproveita. Casa com ela.
SAMUCA -
(pensou um pouco) Até que gostei da idéia. Mas, e Joaninha? Se ela não
fosse tão careta, bem que se podia dar um jeito de harmonizar tudo e ninguém
sair perdendo. Não, não daria certo! Sabe, Renatão, o negócio é bolar um macete
qualquer pra tirar o dinheiro dessa velha, sem precisar casar. Puxa, ela podia
morrer de repente e me deixar uma herança, não podia?
TIA COLÓ
APARECEU NA SALA, TRAJANDO UM PIJAMA FLORAL ESTAMPADO.
TIA COLÓ - (com
o dedo na boca em sinal de silencio) Psiu! Falem baixo que a Carlinha está
dormindo! Boa noite, Renatinho. Até amanhã, Samuca. Ah, não durmam muito tarde,
que não é bom pra saúde... Outra coisa, Renatinho... tome um copo de leite
morno antes de dormir. É bom pra ter um sono tranquilo. Você pode fazer o mesmo, Samuca. Até amanhã,
meninos (e retirou-se, deixando os dois boquiabertos).
SAMUCA -
Leite morno antes de dormir... Cara, eu não acredito que ouvi isso!
RENATÃO -
(tentou minimizar) Deixa ela... Coitada da tia Coló... sem noção...
CORTA PARA:
CENA 3 -
APARTAMENTO DE EMILIANO - SALA
- INT. - NOITE.
VÍTOR ENTROU
NO APARTAMENTO DE EMILIANO TENTANDO DISFARÇAR
OS HEMATOMAS PROVOCADOS
PELA BRIGA COM RICARDINHO NA
PRAIA. EMILIANO LIA UM LIVRO E MARIETA
ASSISTIA TV.
MARIETA - Vítor,
deixei seu jantar no fogão (olhou com mais atenção e percebeu as manchas
vermelhas no rosto do rapaz) Mas... o que é isso? Você está machucado! E suas
roupas... estão sujas! O que aconteceu com você, meu Deus?
EMILIANO E
MARIETA ACERCARAM-SE DO RAPAZ, ASSUSTADOS.
EMILIANO -
Rapaz, o que fizeram com você! Foi assaltado?
VÍTOR
RESPIROU FUNDO. ACHOU MELHOR CONTAR A VERDADE.
VÍTOR - Tive
uma briga com Ricardinho na praia. Ele me provocou, me atacou... Rolamos na
areia...
MARIETA - Que
horror! Aquele marginal! Devia ser preso!
VÍTOR
- Agora está tudo bem. Não se
preocupem. Já passou.
MARIETA - Vou
fazer umas compressas para pôr nesses machucados! Se não cuidar, vai ficar com
o rosto todo roxo!
VÍTOR
- Não é preciso, D. Marieta...
MARIETA -
(insistiu) Precisa sim! Sente aí. Descanse um pouco enquanto preparo as
compressas!
MARIETA
ENCAMINHOU-SE PARA A COZINHA. VÍTOR SENTOU-SE NA POLTRONA, AO LADO DE EMILIANO.
EMILIANO -
Rapaz, a briga foi feia, hem?
VÍTOR
- Uma vergonha, seu Emiliano.
Rolamos na areia como dois moleques! (levou a mão ao canto da boca, em sinal de
dor) Ai!
CENA 4 -
APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA
- SALA -
INT. - NOITE.
JÁ PASSAVA
DA MEIA-NOITE. MARCOS E VERINHA ENTRARAM, CAUTELOSOS, PARA NÃO ACORDAR FONTOURA
E ADELAIDE. FALAVAM ABAFADAMENTE.
MARCOS - Tem
certeza que não há perigo de seu pai acordar?
VERINHA - Não.
Eles dormem com o ar ligado e isso abafa qualquer ruído... vem! (puxou-o para o
seu quarto).
CORTA PARA:
CENA 5 -
APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA
- QUARTO DE VERINHA - INT. -
NOITE.
MARCOS PUXOU
VERINHA PARA SI E BEIJARAM-SE COM ARDOR. CAÍRAM NA CAMA, OS CORPOS COLADOS UM
NO OUTRO.
CORTA PARA:
CENA 6 -
LAGOA RODRIGO DE FREITAS - IGREJA SÃO JOSÉ -
INT. - DIA
SAMUCA MOSTRAVA O INTERIOR DA IGREJA A D. CONSUELO,
QUE ACOMPANHAVA-O, DE BRAÇOS DADOS.
SAMUCA - Está
gostando do passeio?
D. CONSUELO -
(fitava-o, embevecida) Es todo tan maravilloso, Samuquito... Todo tan
hermoso!
SAMUCA
TENTOU DISFARÇAR O EMBARAÇO DIANTE DOS OLHARES APAIXONADOS DA VELHA SENHORA.
SAMUCA -
Então... vamos?
D. CONSUELO
RIA, MUITO NERVOSA.
D. CONSUELO - Com
usted a mi lado, yo no tengo miedo de nada.
Usted me inspira tanta confiança, tanta simpatia... (dizia, lançando
olhares ternos ao rapaz).
SAMUCA
SORRIU, SEM GRAÇA.
D. CONSUELO - Sabes,
Samuquito... yo soy una mujer rica. Tengo muchas fábricas, petróleo, todos los
bienes de mi esposo muerto, que se parece mucho a ti, o viceversa. Cuando te
miro me recuerdas mucho de esto...
OS OLHOS DE SAMUCA
BRILHARAM.
SAMUCA - Fico
feliz em saber que lhe trago boas lembranças do seu falecido...
D. CONSUELO - Ahora
podemos ir, Samuquito.
CORTA PARA:
CENA
7 - APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS -
SALA - INT.
- DIA.
VÍTOR FOI Á
CASA DO BANQUEIRO VER HELÔ E ESTRANHOU A EXPRESSÃO SOMBRIA DA NOIVA.
VÍTOR
- O que aconteceu com você?
Parece tão perturbada...
HELÔ
- (estendeu-lhe o envelope com a
carta anônima) Veja isso! Recebi ontem.
VÍTOR ABRIU
O ENVELOPE E LEU A CARTA.
VÍTOR
- Isso é um absurdo! Não tem
fundamento! Você não pode dar importancia a uma bobagem dessas.
HELÔ
- Me senti péssima quando li
isso...
VÍTOR
- Vem aqui... (abraçou-a,
carinhosamente) Esqueça isso. Tem alguém
querendo desestabilizar a gente... não podemos entrar nesse jogo... nem dar ouvido
a essas calúnias. (mudou de assunto) Ah, tenho novidades! Estou procurando
emprego.
HELÔ
- Que tipo de emprego?
VÍTOR
- Eu não te falei que sou
professor de Geografia? Pois então... estou procurando colocação na minha área.
E tenho duas entrevistas marcadas para amanhã!
HELÔ
- (beijou-o, animada) Que bom,
meu amor!
CORTA PARA:
CENA
8 - SALÃO DE MARIETA -
INT. - DIA.
D. CONSUELO
ESTAVA SENTADA NA CADEIRA DE CABELEREIRO, RECEBENDO OS ÚLTIMOS RETOQUES DE MARIETA, QUANDO SENTIU-SE MAL.
D. CONSUELO -
(levou a mão ao coração, nervosa)
Mi corazón... Dios mio...
MARIETA -
Senhora, está passando mal? (chamou a assistente) Gina, traga um copo
d’água, rápido!
D. CONSUELO
BEBEU A ÁGUA. RESPIROU FUNDO, MAIS CALMA.
D. CONSUELO -
Gracias... estoy mejor ahora...
MARIETA - De
qualquer maneira, não convém deixar a senhora voltar para casa sozinha. Quer
que telefone para alguém vir pegá-la?
D. CONSUELO -
(gemeu) Yo estoy en el hotel...
MARIETA -
(indagou, aflita) Não tem uma pessoa, um conhecido, que venha pegar a
senhora aqui?
D. CONSUELO - Sí,
hay un muchacho... El telefono está em mi bolsa... Su nombre es Samuca!
MINUTOS
DEPOIS, SAMUCA FOI BUSCÁ-LA. SAÍRAM DE BRAÇO, ELA AMPARADA NOS SEUS, E ELE
MUITO ENCABULADO COM OS OLHARES TERNOS DA VELHA.
CORTA PARA:
CENA
9 - HOTEL IPANEMA PLAZA -
SUÍTE - INT.
- DIA.
O MÉDICO
TOMOU A PRESSÃO DE D. CONSUELO. OLHOU PARA ELA, COM AR SÉRIO.
MÉDICO - O
seu estado de saúde é realmente grave... Sinto muito, senhora...
D. CONSUELO - Sí,
yo sé. Los médicos en México me deram solamente seis meses de vida. Yo sé que
estoy condenada!
CORTA PARA:
CENA 10 -
PENSÃO PRIMAVERA - RECEPÇÃO
- INT. - DIA.
JOANINHA
PROCUROU MARIA LÚCIA PARA DESABAFAR. ESTAVA MUITO PREOCUPADA COM O COMPORTAMENTO DO NAMORADO, SAMUCA.
MARIA LÚCIA -
(deixou seus afazeres de lado e puxou a amiga para o sofá) Vem, Joaninha,
senta aqui. Vamos conversar. O quê que tá acontecendo?
JOANINHA - Ai,
amiga, pela primeira vez, eu tou desconfiada que o Samuca tá me traindo.
MARIA LÚCIA -
(surpresa) Nossa! Tem certeza? O Samuca é tão apaixonado por você...
JOANINHA - Pois é, mas com esse novo trabalho de guia
turístico, ele conheceu uma mulher muito rica, e fica levando ela pra cima e pra
baixo, pra mostrar a cidade. Isso tá me deixando muito irritada e... Ah, Maria
Lúcia, não sei, não... Você conhece a idéia fixa do Samuca em ficar rico...
MARIA LÚCIA -
Amiga, esse é o trabalho dele! Do que você tem medo?
JOANINHA - Quer
saber? Tenho medo... que ele se venda! Pronto, falei!
MARIA LÚCIA - Que é isso, Joana! O Samuca é meio
enrolado, mas é do bem. Ele nunca faria isso com você!
JOANINHA -
Será? E se eu te disser que ele deixou escapar que a velha mexicana
gamou nele?
MARIA LÚCIA -
Jura?
JOANINHA - Pois
é... disse que é uma velha, mas não sei não... pode ter dito isso pra eu não
ficar com ciúmes. Agora vive bancando a babá, e faz todas as vontades dela...
Ontem liguei pra ele e tava no apartamento dela, no Hotel Ipanema Plaza,
imagina! Agora me diz, Maria Lúcia, tenho ou não tenho motivos pra ficar com a
pulga atrás da orelha?
MARIA LÚCIA -
Calma, Joaninha... você tem que conversar com ele. Eu acho que não tem
motivos pra ficar assim... Quem sabe ele só tá tentando faturar uns trocados a
mais... O mais importante é que ele tá trabalhando...
JOANINHA -
(levantou-se, decidida) Quer saber? Eu vou tirar essa história a limpo
agora mesmo!
MARIA LÚCIA -
Calma, Joana! Não vá fazer nenhuma besteira...
JOANINHA -
(encaminhou-se para a porta, pisando firme) Ele que me aguarde!
MARIA LÚCIA - Joana...
espera! Não vá fazer nada que...
ERA INÚTIL. JOANINHA
ACABARA DE SAIR DA PENSÃO.
CORTA PARA:
CENA 11 -
APARTAMENTO DE EMILIANO - SALA
- INT. - DIA.
ERAM QUASE 5
DA TARDE QUANDO VÍTOR VOLTOU PARA CASA E ESTRANHOU A PRESENÇA DE EMILIANO, QUE
VOLTARA CEDO DO BANCO.
VÍTOR
- Seu Emiliano, voltou mais
cedo... Aconteceu alguma coisa?
EMILIANO - Me
senti mal e saí mais cedo... mas já está tudo bem.
VÍTOR
- D. Marieta já chegou?
EMILIANO - Não,
mas deve estar chegando a qualquer momento... (mostrou-lhe o envelope sobre a
mesa) Chegou esta carta pra você.
VÍTOR
EXAMINOU O ENVELOPE COM CURIOSIDADE.
VÍTOR
- Estranho... não tem
remetente... (abriu e leu) Fizeram o
mesmo com Helô. A coitada estava deprimida porque também recebeu uma carta
anônima acusando-a de ser a assassina de Nívea!
EMILIANO -
(arregalou os olhos) Que insensatez! Quem faria uma maldade dessas?
VÍTOR
- Não sei. Leia.
EMILIANO -
“Você está sendo enganado. Sua noivinha Heloísa Oliveira Ramos é a
verdadeira assassina de Nívea Louzada. Logo a verdade será descoberta! Assinado: um amigo”
(levantou os olhos para o rapaz) Vítor,
isso não tem cabimento! Você não pode se deixar abalar por uma calúnia dessas!
VÍTOR
- Eu sei, seu Emiliano. Mas não
posso deixar de me perturbar com tanta leviandade. Como o ser humano pode ser
capaz de um ato desses?
CORTA PARA:
CENA
12 - HOTEL IPANEMA PLAZA - QUARTO
DE D. CONSUELO - SALETA DE ESPERA -
INT. - TARDE.
NA SALETA DE
ESPERA, SAMUCA ANDAVA DE UM LADO PARA O OUTRO. O MÉDICO SAIU DO QUARTO.
SAMUCA -
(correu ao seu encontro) Doutor... o que está acontecendo? Como ela
está?
MÉDICO - O
senhor é filho dela?
SAMUCA - Não.
Nada disso. Sou empregado da Agencia de Turismo Boa Companhia. Tou em serviço.
MÉDICO - Ela
diz que os médicos mexicanos lhe deram seis meses de vida!
SAMUCA -
(arregalou os olhos, mal disfarçando a emoção) Seis meses!
O MÉDICO
RETIROU-SE.
SAMUCA -
(para si) Não é possível! Aí está a minha grande chance de ficar rico!
FOI
INTERROMPIDO PELO CHAMADO NERVOSO DE D. CONSUELO.
D. CONSUELO - Samuca?
Samuquito, donde estás? No me dejes sola!
O RAPAZ
ENTROU NO QUARTO E ACERCOU-SE DELA. D. CONSUELO TOMOU-LHE A MÃO E APERTOU-A
CONTRA O ROSTO. LÁ FORA OUVIU-SE UMA GRITARIA INFERNAL.
CENA
13 - HOTEL IPANEMA PLAZA -
SALETA - INT.
- TARDE
JOANINHA - Que
não pode entrar o quê! Eu sei que ele está aqui e vou entrar, nem que seja no
peito!
A MOÇA
ESTAVA INSULTADA, NERVOSA. DOIS FUNCIONÁRIOS DO HOTEL TENTAVAM BARRAR SUA
PASSAGEM, MAS ENTROU CORRENDO NA SALETA. SAMUCA APARECEU NA PORTA.
SAMUCA - Joaninha!
Que é isso?
JOANINHA -
Então é aqui que você trabalha! No quarto da gringa! Imagino o tipo de
trabalho que você está fazendo!
SAMUCA - Pelo
amor de Deus, pare de gritar! É que a velhota está doente. Teve um ataque do
coração, quase morreu.. E tá desenganada pelos médicos!
JOANINHA -
(desconfiada) Ah, é? Pois quero ver com meus próprios olhos!
FEZ MENÇÃO DE ENTRAR NO QUARTO DE CONSUELO. SAMUCA
SEGUROU-A PELO BRAÇO.
SAMUCA - Joaninha,
não faça isso! Seria uma desumanidade. Que é que os mexicanos vão pensar de
nós? Da nossa hospitalidade?
JOANINHA
LARGOU-SE, SÚBITO, DE SUAS MÃOS E EMPURROU A PORTA DO QUARTO. A VELHA ESTAVA
ESTIRADA NA CAMA, COBERTA POR UM LENÇOL.
JOANINHA -
(sussurrou) Nossa! Que é aquilo! Puxa!
SAMUCA -
Convenceu-se?
JOANINHA - É...
é preciso ter estômago de avestruz!
SAMUCA - Eu
não lhe disse? Só mesmo muita necessidade de trabalhar, como eu tenho. Muito
espírito de sacrifício!
A VOZ DE CONSUELO
CHEGOU ATÉ ELES.
D. CONSUELO - Samuca?...
Samuquito?... Donde estás, mi amor?...
JOANINHA
ENCAROU SAMUCA, COM RAIVA, DEU-LHE AS COSTAS E SAIU.
CORTA PARA:
CENA
14 - APARTAMENTO DE EMILIANO -
QUARTO - INT.
- NOITE.
EMILIANO
OUVIU UM RUÍDO NA PORTA E ENTROU NO QUARTO Á PROCURA DE MARIETA. PELO BARULHO
DO CHUVEIRO, COMPREENDEU QUE ELA ESTAVA NO BANHO. EMILIANO, PORÉM, NOTOU QUE A
SUA BOLSA ESTAVA SOBRE A CAMA. INSTINTIVAMENTE, ABRIU A BOLSA E, PARA SUA
SURPRÊSA, ENCONTROU UMA CARTA. MARIETA SAIU DO BANHEIRO E EMPALIDECEU.
MARIETA - O
que você está fazendo?
EMILIANO -
(mostrou-lhe a carta, acusador) Você escreveu esta carta, como escreveu
todas as outras! Então você é a autora das cartas anônimas! Você, Marieta!
FIM DO CAPÍTULO 36
Consuelo (Estelita Bell)
e no próximo capítulo...
*** O delegado Fontoura descobre onde o filho Mario Maluco está morando e vai à sua procura.
*** Renatão tem um surto, pois não aguenta mais a vida em familia, e arma um plano maquiavélico para afastar Madame X de uma vez por todas de sua vida!
NÃO PERCA O CAPÍTULO 37 DE
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