Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
http://youtu.be/ttLxPjDdeMA
CAPÍTULO 40
Personagens deste capítulo:
VÍTOR
HELÔ
ARAKEN
D.
CONSUELO
JOANINHA
SAMUCA
DELEGADO FONTOURA
MARIO MALUCO
RICARDINHO
ADELAIDE
PADRE
ENFERMEIRAS
CENA 1 -
APARTAMENTO DE JUREMA - SALA
- INT. - NOITE.
O TELEFONE
TOCOU INSISTENTEMENTE. RICARDINHO ATENDEU. ERA ADELAIDE.
ADELAIDE - Ricardinho,
como vai? Aqui é Adelaide, mãe do Mariozinho. Preciso falar com ele, com
urgência.
RICARDINHO - A
senhora deu sorte, D. Adelaide. A gente tava saindo nesse instante....
MARIO MALUCO
ATENDEU. ADELAIDE FALOU, MUITO NERVOSA.
ADELAIDE -
Filho, estou ligando pra te alertar! Teu pai está indo aí pra te
prender! Ele acha que você tá envolvido em roubo de carros, com esse Ricardinho.
Pelo amor de Deus, diz que isso não é verdade, Mariozinho! Eu não acreditei
quando ele veio com essa conversa...
MARIO MALUCO - Ele
vem pra cá? Agora?
ADELAIDE - Deve
estar chegando aí a qualquer momento! Cuidado, filho! Ele está muito nervoso!
MARIO MALUCO -
Valeu, mãe! Obrigado! (desligou e olhou para Ricardinho, aturdido) Velho, vamos sair daqui agora! Meu pai tá
vindo aí pra me prender! O negócio dos carros sujou. Pior é que ele acha que
você também tá envolvido!
RICARDINHO -
(seco) Tá vendo, seu otário? Eu te falei pra não entrar nessa roubada
com aquele nó cego do Mãozinha! Vou
me mandar com você porque não ia deixar um amigo na mão, mas era isso que tu
merecia! Devia deixar tu se ferrar porque, nessa eu tou limpo!
MARIO MALUCO - Que
isso, bróder! Tu sabe que eu faria o
mesmo por você!
RICARDINHO - É
por isso mesmo que tou te dando essa moral! E agora vamo deixá de conversa mole
e meter o pé, senão teu velho chega e pega a gente aqui!
MARIO MALUCO -
Vamo, vamo!
SAÍRAM,
APRESSADOS.
CORTA PARA:
CENA
2 - PRÉDIO DO APARTAMENTO DE JUREMA - EXTERIOR - DIA
ALGUNS
MINUTOS DEPOIS, O CARRO DO DELEGADO FONTOURA PAROU EM FRENTE AO PRÉDIO. O
PORTEIRO INFORMOU QUE RICARDINHO E MARIO MALUCO TINHAM ACABADO DE SAIR.
FONTOURA
ENTROU NO CARRO E DEU PARTIDA.
CORTA PARA:
CENA 3 -
TERESÓPOLIS - SÍTIO DE OLIVEIRA RAMOS - EXTERIOR - DIA.
HELÔ ENTROU
NO QUARTO COM UMA BANDEJA DE CAFÉ DA MANHÃ, APROXIMOU-SE DA CAMA E BEIJOU O
MARIDO NO ROSTO. VÍTOR ACORDOU, ESPREGUIÇANDO-SE.
HELÔ
- Bom dia, dorminhoco!
VÍTOR
- Hum... (examinando a bandeja)
Que bonito! Que esposa prendada eu fui arrumar! Queijo, frutas, torradas, café,
suco, bolo de fubá.... Isso parece delicioso...
HELÔ
- Tive umas aulinhas básicas com Miss
July, pra fazer bonito diante do meu marido! E então? Tou me saindo bem?
VÍTOR
- (mordendo uma maçã) Maravilhosamente bem! Desse jeito vou ficar
mal acostumado!
HELÔ
SENTOU-SE A SEU LADO, NA CAMA, E TOMARAM CAFÉ JUNTOS, FELIZES.
CORTA PARA:
CENA 4 -
TERESÓPOLIS - SÍTIO DE OLIVEIRA RAMOS -
EXT. - DIA.
ERA UM BELO
DIA DE SOL. VÍTOR E HELÔ CONTORNARAM A BELA MANSÃO E CHEGARAM AO ESTÁBULO, ONDE
O CASEIRO JÁ OS AGUARDAVA COM DOIS CAVALOS DEVIDAMENTE SELADOS. MONTARAM E
SAÍRAM CAVALGANDO PELOS CAMPOS VERDES NOS ARREDORES DO SÍTIO.
ALGUM TEMPO
DEPOIS, DESMONTARAM SOB UMA FRONDOSA AROEIRA. HELÔ DEITOU-SE NA RELVA. VÍTOR
JUNTOU-SE A ELA. ROLARAM NA GRAMA E BEIJARAM-SE APAIXONADAMENTE.
HELÔ
- Sabe, eu não lembro de ter sido
tão feliz em toda minha vida!
VÍTOR
- É o que eu mais quero, Helô...
te fazer muito feliz!
HELÔ
- Eu te amo muito, Vítor.
VÍTOR
- Eu estou aprendendo a te amar.
Te conhecendo a cada dia... e tá sendo muito bom! Você é uma mulher linda.
Linda, inteligente, voluntariosa... enfim, cheia de predicados....
HELÔ
- (cortou) Você quer dizer,
geniosa também, pavio curto, não é?
VÍTOR
- Também! Mas uma mulher geniosa
pode ser muito interessante... desde que haja
equilíbrio (beijou-a novamente. De repente,
pareceu lembrar-se de algo) Helô... nós
vamos morar no apartamento do seu pai, não é?
HELÔ
- Bem, isso seria uma surpresa na
nossa volta ao Rio, mas como você perguntou... Eu tenho um apartamento, na
Barão da Torre, próximo ao do meu pai. Mandei arrumar pra nossa volta. Ficou
uma gracinha! Você vai gostar!
VÍTOR
- Por enquanto, eu concordo, mas
não quero ficar dependendo do seu dinheiro e do seu pai. O emprego de professor
numa escola em Copacabana está quase acertado. Vou me sentir muito melhor
quando puder sustentar minha mulher.
HELÔ
- Como você quiser, senhor meu
marido. Agora, me beija, vai!
CORTA PARA:
CENA
5 - HOSPITAL
- QUARTO DE D. CONSUELO -
INT. - DIA.
ALGUNS DIAS DEPOIS...
SAMUCA
ENTROU NO QUARTO DE D. CONSUELO E APROXIMOU-SE DO LEITO DA VELHA SENHORA.
SAMUCA -
Estou aqui, D. Consuelo... mandou me chamar?
D. CONSUELO -
(estendeu-lhe a mão, trêmula) Samuquito... necesito hablar con usted...
SAMUCA -
Fale... mas procure não se cansar. A enfermeira recomendou...
D. CONSUELO - Io
tengo que hablar... es muy importante!... Samuca... sólo tengo seis meses de
vida... No quiero morir solo. Después, no tiene a quien dejar mi fortuna, mi bienes... Samuquito...
quieres casarte conmigo?
SAMUCA -
(piscou, nervosamente) Eu... não sei o que dizer...
D. CONSUELO -
Pense, Samuquito... pense em mi proposta... Mas non se demore... o puede
ser demasiado tarde...
CORTA PARA:
CENA
6 – APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA
- INT. - NOITE.
RENATÃO DEU
UMA GARGALHADA E ERGUEU AS MÃOS PARA SAMUCA, QUE ESTAVA ALI SENTADO FAZIA
HORAS.
RENATÃO -
Então, a velha te pediu em casamento! Como é que você tá se sentindo
como noiva, donzela, prometida?
SAMUCA - Tô
suando frio!
RENATÃO -
Calma, minha querida, isto é natural. É a emoção... depois passa.
SAMUCA - Renatão,
você já esteve numa situação dessas? Não? Então é por isso que você acha graça.
Estou vivendo o maior drama da minha vida e você aí, insensível, fazendo
gracinhas!
RENATÃO
- Maior drama por quê? Você ainda
não deu o “sim”?
SAMUCA
- Não, eu pedi 48 horas pra
pensar.
RENATÃO - Pra
pensar? Mas a velha tem 200 milhões de dólares e você ainda quer pensar?
Decididamente, você está louco!
SAMUCA
- Eu penso em Joaninha... como
vai reagir quando souber que a velha me pediu em casamento? Poxa, ela não tem
para quem deixar sua herança, seus bens... Talvez, se Joaninha quisesse
cooperar... Afinal, D. Consuelo só tem seis meses de vida! Não podemos perder
uma chance dessas! A sorte bateu na nossa porta... ela tem que entender isso!
RENATÃO - Nem
tem o que pensar, meu velho! O negócio é partir pro abraço! Casa com a velha e
pronto! E não pensa muito, hem! Vai que ela morre antes... Aí, babau, você
dança!
CORTA PARA:
CENA
7 - PRÉDIO DO APARTAMENTO DE HELÔ -
FRENTE - EXTERNA
- DIA.
VÍTOR E HELÔ
RETORNARAM AO RIO. O AUTOMÓVEL ESTACIONOU EM FRENTE AO PRÉDIO DA BARÃO DA TORRE
E OS RECÉM-CASADOS RETIRARAM ALGUMAS MALAS DO VEÍCULO. O PORTEIRO AJUDOU-OS A
LEVAR A BAGAGEM PARA O ELEVADOR.
CORTA PARA;
CENA
8 - APARTAMENTO DE HELÔ - CORREDOR - INT. - DIA.
AO SAIR DO
ELEVADOR, A JOVEM GIROU A CHAVE NA FECHADURA. VÍTOR, SEM DIZER PALAVRA, TOMOU-A
NOS BRAÇOS E EMPURROU A PORTA COM O PÉ.
VÍTOR - A
tradição não manda o noivo entrar pela primeira vez em casa com a noiva nos
braços?
HELÔ
- (aninhou-se em seus braços) Que
pecado, amor, eu ia esquecendo.... Que bom que você lembrou a tempo!
VÍTOR GIROU
COM A JOVEM NOS BRAÇOS. BEIJARAM-SE. SÓ ENTÃO, HELÔ LEVOU-O PARA CONHECER A
NOVA CASA.
HELÔ
- E então, o que você acha?
Gostou?
VÍTOR
- Muito. Muito bom. Claro,
arejado, simples, sem ostentação. Para o início de um casamento, está perfeito!
HELÔ
- Eu sabia que você ia gostar!
Achei a sua cara! (puxou-o pela mão) Vem, vem conhecer o nosso quarto!
CORTA PARA:
CENA 9 - PRAÇA GENERAL OSÓRIO - EXTERNA -
NOITE.
SAMUCA E
JOANINHA CAMINHAVAM PELA PRAÇA. CONVERSAVAM.
SAMUCA - Joaninha,
você não confia em mim?
JOANINHA -
(sorriu, irônica) Depois de tantas trapalhadas, quer mesmo que eu
responda?
SAMUCA - Meu
amor, dessa vez não tem como dar errado! A velhota tá com os dias contados, tem
apenas seis meses de vida! É podre de rica. Quer casar
comigo porque não
tem herdeiros...A sorte está batendo outra vez na nossa porta. Você acha
que podemos desperdiçar? Joana, daqui a seis meses, estaremos milionários!
Vamos passar nossa lua-de-mel no Caribe! Vou comprar pra você uma mansão na
Barra da Tijuca, com piscina! Vou te transformar numa dondoca emergente das
colunas sociais!
JOANINHA -
(desconfiada) Samuca, quando você vem com essas idéias malucas, me dá
até urticária! Alguma coisa sempre dá dá errado!
SAMUCA - Não
tem como dar errado, amor! Dessa vez não tem erro!
JOANINHA - E...
quando seria o casamento? Onde?
SAMUCA
- Renatão tá me ajudando. Vai ser
no hospital mesmo. Vai ser tudo às pressas. Numa situação dessas, chama-se
casamento “In extremis”. Tudo porque
a velhota tá com o pé na cova! Pensa, meu amor, pensa! Logo vamos estar ricos!
Milionários!
JOANINHA
- Ai, Samuca, não sei, não...
SAMUCA -
Confia em mim, só mais essa vez, vai!
JOANINHA - Sabe
o pior de tudo? Você sempre vem com essa conversa, eu cedo, caio como um
patinho e me estrepo junto!
SAMUCA - Vai
por mim, amor! Dessa vez não tem erro!
CORTA PARA:
CENA 10 - “FOLHA DO RIO” -
SALA DE ARAKEN - INT.
- DIA.
VÍTOR
MARIANO ESTAVA SENTADO DIANTE DE ARAKEN TEIXEIRA NA REDAÇÃO DA “FOLHA DO RIO”.
CONVERSAVAM.
ARAKEN - Como
você sabe, Vítor, passei a me interessar pelo caso de Nívea Louzada, apesar de
já ter largado a história quando o diretor do jornal resolveu partir pra
grossura. Tenho pensado no caso dia e noite, e fiquei com uma idéia fixa: desvendar
o mistério. Há pelo menos meia dúzia de pessoas que podem ter matado Nívea. E o
instinto profissional me diz que Jurema de Alencar está inocente! Estou agindo
desinteressadamente, só para livrar uma inocente da cadeia.
VÍTOR
- Entendo, Araken. Uma das minhas
prioridades nesta vida é descobrir por quê fizeram isso com Nívea... Mas por
que mandou me chamar?
ARAKEN -
Consegui o depoimento de um garçom do Castelinho, o qual não consta nos
autos, mas é muito importante. Chama-se Manolo. Ele contou que Nívea esteve no
bar, mais ou menos uma hora antes de ser assassinada...
VÍTOR
- (interessado) Sim, e então?...
ARAKEN - Ele
disse que ela não estava só, mas acompanhada de uma moça com quem discutiu muito
e depois as duas saíram. Era uma moça morena e de olhos grandes.
VÍTOR MAL
DISFARÇOU O EMBARAÇO. PENSOU NA ESPOSA. MORENA E DE OLHOS GRANDES. GRANDE AMIGA
DE NÍVEA. MAS NÃO...
VÍTOR
- E onde está esse “Manolo”?
ARAKEN
- Se quiser, posso levá-lo até o
Castelinho para falar com ele... Mas essa informação, de cara, já elimina Jurema de Alencar, que é loura. Por isso é que
preciso da sua ajuda.
VÍTOR
- Ajudar, como?
ARAKEN -
Identificando a pessoa que esteve com Nívea poucos minutos antes.
VÍTOR
- Não, não estou de acordo.
Desejo, claro, saber por que aquilo aconteceu com Nívea. A razão das coisas
sempre foi minha maior preocupação. Quanto a descobrir quem a matou, isso é com
a Polícia, e não me parece o mais importante. Deus se encarregará de punir o
verdadeiro culpado.
ARAKEN - OK,
mas peço só a sua ajuda, pois o garçom seria capaz de reconhecer a pessoa que
estava com Nívea... Se você suspeitar de alguém, poderia levar ao Castelinho.
Assim o garçom veria essa pessoa e diria se é a mesma...
VÍTOR
- (levantou-se) Está bem, prometo
voltar a falar com você, caso lembre de alguém. Bem, agora tenho que ir. Tenho
umas coisas a fazer...
VÍTOR SAIU.
O JORNALISTA FICOU ALGUM TEMPO PARADO.
ARAKEN -
(coçou a cabeça) Ele percebeu que desconfio de Helô. Bem.... está
lançada a isca!
CORTA PARA:
CENA
11 - HOSPITAL -
QUARTO DE D. CONSUELO - INT.
- DIA.
COM A
INTERVENÇÃO DE RENATÃO, UM PADRE FOI CHAMADO ÀS PRESSAS, PARA REALIZAR O
CASAMENTO NO HOSPITAL. NA PRESENÇA DE ALGUMAS ENFERMEIRAS, QUE SERVIRAM DE TESTEMUNHA,
O
PADRE ABENÇOOU OS NOIVOS. D. CONSUELO
NO LEITO, AR ABATIDO, SEGURANDO UM BUQUÊ DE FLORES, E DE PÉ, AO SEU LADO, UM
CONSTRANGIDO SAMUCA.
PADRE
- ... em nome de Deus, eu os
declaro marido e mulher.
RENATÃO
- (com uma ponta de ironia na
voz) Pode beijar a noiva, Samuca.
SAMUCA
FITOU-O, COM RAIVA. OLHOU PARA OS PRESENTES, QUE AGUARDAVAM SUA REAÇÃO. SEM
SAÍDA, BEIJOU D. CONSUELO NA TESTA.
D. CONSUELO - Samuquito...
ahora puedo morir en paz...
ENFERMEIRA -
Agora quero pedir-lhes que deixem D. Consuelo sozinha. Ela precisa descansar.
TODOS SE
RETIRARAM DO QUARTO. SAMUCA VOLTOU-SE AO OUVIR A VOZ DA ESPOSA.
D. CONSUELO - Samuquito...
mi esposo querido!
CORTA PARA:
CENA 12 -
APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA DE JANTAR -
INTERIOR - DIA.
NO DIA
SEGUINTE, FAZIA UM BELO DIA DE SOL. RENATÃO TOMOU UM CAFÉ E PREPARAVA-SE PARA
IR À PRAIA, QUANDO SAMUCA SURGIU NA SALA, AINDA SONOLENTO.
RENATÃO -
Acordando a essa hora, meu velho? São quase 11 da manhã! Tem que mudar
esses hábitos... afinal, você, agora, é um homem casado!
SAMUCA -
(servindo-se de uma xícara de café) Você tem prazer em me atormentar,
não é mesmo, Renatão? Poxa, nem dormi direito essa noite, pensando, pensando...
O TELEFONE
TOCOU. KONSTANTÓPULUS ATENDEU E DIRIGIU-SE A SAMUCA.
KONSTANTÓPULUS - Seu Samuca,
é pro senhor! É do hospital!
SAMUCA FICOU
PARALISADO. ENCAROU RENATAÕ, APREENSIVO.
SAMUCA -
Nossa! Será que...
RENATÃO -
(cortou) Atende logo, pô!
SAMUCA TOMOU
O APARELHO, AS MÃOS TRÊMULAS.
SAMUCA - Alô!
Sim, sim, é ele! Aconteceu alguma coisa?... Sei, sei... entendi. Pra ir com
urgência?... Tá bem... Estou indo! Até
logo!
SOB O OLHAR
DE CURIOSIDADE DE RENATÃO E DO MORDOMO, SAMUCA DESLIGOU E FITOU-OS, ANSIOSO.
RENATÃO - E
então... não vá me dizer que a velha bateu as botas um dia depois do casamento!
SAMUCA - (os
olhos brilhando, mal conseguia disfarçar a emoção) Cara... eles querem que eu vá pra lá com a
maior urgência! (sem se conter, abraçou Renatão) Velho! Deu tudo certo! Tudo indica... que teu
amigo tá milionário! Milionário, Renatão! (e abraçou o mordomo) Konstan! Eu tou
rico, Konstan! Tou rico! Rico!
CORTA PARA:
CENA
13 - HOSPITAL
- CORREDOR -
INT. - DIA.
SAMUCA
DIRIGIU-SE AO HOSPITAL, COM O CORAÇÃO AOS PULOS. CAMINHOU PELO LONGO CORREDOR,
ESFORÇANDO-SE PARA ESCONDER A ALEGRIA QUE O DOMINAVA POR DENTRO.
SAMUCA -
(murmurava) É bom demais para ser verdade! Será que ela bateu as botas
tão depressa? Calma, Samuca, tem que fazer cara de tristeza... Caramba, só de
pensar em cadáver, me dá um frio na barriga.... Coragem, Samuca! Isso logo vai
passar. Vai dar tudo certo! Depois, é só alegria!
PAROU DIANTE
DA PORTA DO QUARTO, RESPIROU FUNDO, FEZ CARA DE ENTÊRRO E ENTROU.
CORTA PARA:
CENA
14 - HOSPITAL
- QUARTO DE D. CONSUELO -
INT. - DIA.
SAMUCA
ENTROU E ESTACOU, EMPALIDECENDO. NÃO QUERIA ACREDITAR NO QUE
SEUS OLHOS VIAM:
SENTADA NUMA POLTRONA, COM A AJUDA DE UMA ENFERMEIRA, D. CONSUELO
FAZIA UM COQUE NOS CABELOS. AO VÊ-LO, SORRIU, FELIZ.
D. CONSUELO - Samuquito,
mi amor! Usted me devolvió la vida! Nunca me senti tan bien como ahora! El
doctor dijo que puedo volver a hotel!
SAMUCA
APOIOU-SE NA PAREDE PARA NÃO CAIR.
FIM DO CAPÍTULO 40
Helô (Dina Sfat) e Samuca (Paulo José)
e no próximo capítulo...
*** Vítor está muito preocupado, temendo que Helô tenha algo a ver com a morte de Nívea, começa a investigar e acaba descobrindo uma pista sobre o caso: o nome de uma mulher - Lucrécia!
*** Helô procura Miss July, querendo saber quem é a mulher que invadiu seu quarto no dia do casamento!
NÃO PERCA O CAPÍTULO 41 DE
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