sábado, 12 de maio de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 45

Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes


CAPÍTULO 45 

                                                             Personagens deste capítulo:

                                                                 OLIVEIRA RAMOS
                                                                             HELÔ
                                                                            VÍTOR
                                                                        DR, LEIVAS
                                                                        MISS JULY
                                                                          MARISA
                                                             RODOLFO AUGUSTO
                                                                        RENATÃO
                                                                      CONSUELO
                                                                        SAMUCA
                                                                    RICARDINHO
                                                                        LEOPOLDO


CENA 1  -  HOSPITAL  -  QUARTO DE LEOPOLDO  -  INT.  -  DIA

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR.

LEOPOLDO SACUDIU A CABEÇA EM SINAL DE NEGAÇÃO.

LEOPOLDO  -  Não, meu filho. Não quero nada disso. Infelizmente, você não conhece seu pai. Apesar de ter cumprido pena, de ter sido preso por assassinato, não sou um bandido. Quando saí da cadeia, resolvi recomeçar tudo com perseverança e trabalho. Quero que você veja em mim um homem de bem. O doutor Oliveira Ramos já está fazendo a parte dele, assumindo todas as despesas do meu tratamento. Pra mim, isso basta. Só quero sair daqui e voltar ao meu trabalho. Nada mais,

RICARDINHO  -  (irônico)  Olha só que belo discurso! Isso é pra me impressionar? Corta essa, velho. Agora é meio tarde pra isso. Olha o seu estado! Sabe por que tu tá nessa situação, todo ferrado? É porque é um cara medíocre, tem mentalidade de pobre!

LEOPOLDO  -  Engano seu, meu filho. Sou um homem honesto, justo. Um dia você vai me conhecer melhor.

RICARDINHO  -  Quer saber? Eu devia saber que ia ser perda de tempo vir aqui. Pra mim, já deu! Fui!

SOB O OLHAR DE TRISTEZA DE LEOPOLDO, RICARDINHO DEU AS COSTAS E SAIU.

CORTA PARA:

CENA 2  -  APARTAMENTO DE HELÔ  -  QUARTO  -  INT.  -  NOITE.

A PREOCUPAÇÃO DE VÍTOR EM DISFARÇAR O SEU INTERESSE PELO ANDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES NÃO FOI BEM SUCEDIDA, APÓS A ENTRADA EM CENA DE ARAKEN QUE TEIMAVA EM FALAR PESSOALMENTE COM HELÔ.

ÀQUELA NOITE, CHEGOU DA ESCOLA E ENTROU NO QUARTO Á PROCURA DA ESPOSA, QUE ACABARA DE SAIR DO BANHO.

VÍTOR  -  (abraçando-a por trás) Como a minha querida esposa passou o dia?

HELÔ  -  (sorriu com tristeza)  Ainda triste e desapontada com você por ter mentido pra mim.

VÍTOR  -  Helô, nós temos que esclarecer tudo pra encerrar de vez esta história e seguir em frente. Mas, pra isso... seria muito bom se você conversasse com Araken Teixeira. Sòmente você, com seu depoimento, poderia dissipar as dúvidas existentes, inclusive em seu próprio espírito.

HELÔ  -  Não. Não quero falar com ele. Assunto encerrado. (fez uma pausa) Porém... estou disposta a responder as perguntas que você me fizer.

VÍTOR  -  Eu sei que é desagradável, mas você poderia reconstituir tudo o que fez naquele dia?

A MOÇA AINDA CUSTOU A VENCER UMA LEVE INDIGNAÇÃO INICIAL.

HELÔ  -  Bem, Nívea esteve lá em casa, você sabe.

VÍTOR  -  Sim, eu sei. E quanto ao desentendimento que você me falou que tiveram?

HELÔ  -  Nós brigamos. Mas apenas porque  Nívea achou que eu estava querendo mandar nela. E se rebelou. Bobeira.

VÍTOR  -  Só por isso?

HELÔ NÃO RESPONDEU DE IMEDIATO. PENSOU UM POUCO.

HELÔ  -  Bem, eu estava muito magoada porque ela havia voltado das férias gamada por você e estava querendo romper com   turma.   Até  comigo.  Nunca  entendi  isso  direito.  Não  sei  se  ela achava que você não ia gostar, ou se tinha ciúmes de você. Por isso    estava    por   conta.  (e   fazendo   um   gesto   com   a   mão esquerda) Que ela rompesse com Ricardinho, tá bem. Mas comigo? Eu, que era sua melhor amiga!

VÍTOR  -  E que horas, mais ou menos, aconteceu isso?

HELÔ  -  (depois de um grande esforço de memória)  Tudo isso aconteceu pela manhã. Ela saiu e fiquei zangada com ela. Nesse dia não nos encontramos mais; nem à tarde, nem à noite. Eu acho que não...

VÍTOR  -  (insistiu) Procure lembrar... se, por acaso, não haviam se encontrado em outro lugar, talvez na rua ou... em algum bar? (olhou-a firme nos olhos) Helô, da sua resposta depende uma porção de coisas.

HELÔ  -  Não. Não nos encontramos mais. Tenho certeza absoluta.

VÍTOR  -  E à noite, que foi que você fez?

HELÔ  -  Não sei. Não lembro de mais nada.

VÍTOR  -  Faça um esforço (pediu, insatisfeito ainda) você não se lembra de ter chegado tarde em casa?

HELÔ  -  Não! (gritou, com voz trêmula) E o que é que você está pensando?! Que fui eu que matei Nívea?! Não fui eu! Não fui eu!

CORTA PARA:

CENA  5  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

SAMUCA CRAVOU O PUNHAL NO PEITO DE CONSUELO. EM SEGUIDA, OS OLHOS ESBUGALHADOS NUM RICTO DE ÓDIO, PUXOU-O DE UMA SÓ VEZ E LIMPOU O SANGUE NA  PRÓPRIA CAMISA. A MULHER CAIU AGONIZANDO. RENATÃO AUSCULTOU-LHE O PULSO.

RENATÃO  -  Está morta. Mortinha da silva. Ou parece. Parabéns, Samuquito, digo, meus pêsames. Acabas de herdar duzentos milhões de dólares!

OS OLHOS DE SAMUCA BRILHARAM DIABÒLICAMENTE.

SAMUCA  -  Duzentos milhões de dólares?

SAMUCA IA CRAVAR NOVAMENTE O PUNHAL NO CORPO DA ESPOSA, QUANDO UM GRITO ECOOU NO APARTAMENTO.

RODOLFO AUGUSTO  -  Não! Não faça isso! Pelo amor de Deus!

OS DOIS SE VOLTARAM DE SÚBITO. PARADO, NA PORTA ENTREABERTA, EM VIAS DE TER UM CHILIQUE, ESTAVA RODOLFO AUGUSTO, TERRÌVELMENTE APAVORADO.

D. CONSUELO  -  (abrindo um olho) Pero que pasa?

RODOLFO AUGUSTO SE APOIOU NA PORTA PARA NÃO CAIR.

RODOLFO AUGUSTO  -  Acho que vou desmaiar....

D. CONSUELO  -  (sentando-se no chão) Estamos representando uma cena de mi telenovela “Corazones en Fuego” e el muchacho escangalhou todo...

RODOLFO AUGUSTO  -  (percebendo a gafe) Desculpe, né, eu cheguei e vi Samuca... pensei... Ai, que susto terrível! A cara dele! Eu jurava que ele ia mesmo matar a velha!

D. CONSUELO  -  (se ofendeu) Vieja, no! Vieja es la... !

RODOLFO AUGUSTO SENTOU-SE NUMA POLTRONA, MUITO PÁLIDO. KONSTANTÓPULUS FOI DEPRESSA BUSCAR UM COPO    D`ÁGUA.    CONSUELO  RETIROU  UM  CALMANTE  DA BOLSA. DEPOIS DE BEBER, RODOLFO AUGUSTO SE REFEZ DO SUSTO.

RENATÃO  -  Veio falar comigo, Rodolfo Augusto?

RODOLFO AUGUSTO  -  Desculpem, mais uma vez... Tudo isso é porque eu já vinha emocionado com o que aconteceu com a minha irmã!

RENATÃO  -  Madame X? Quer dizer, Marisa... O que aconteceu com ela?

RODOLFO AUGUSTO  -  Ela fez uma loucura, meu caro, e por sua causa! Você precisa ir comigo ao apartamento dela! Não sei o que fazer!

CORTA PARA:

CENA  6  -  CASA DE SAÚDE DR. LEIVAS  -  CONSULTÓRIO  DO DR. LEIVAS  -  INT.  -  DIA.

O DOUTOR LEIVAS, DONO DA CASA DE SAÚDE QUE TINHA O SEU NOME, E ONDE ESTIVERA INTERNADA A MÃE DE HELÔ, RECEBERA A VISITA DE VÍTOR, QUE PROCURAVA UMA EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA PARA O CASO DA ESPOSA.

DR. LEIVAS  -  Bem, eu tenho uma concepção definida sobre o que chamo de “estado crepuscular histérico”. Foi nesse estado que ela atropelou aquele ator, o Leopoldo Reis, quase o matando. Um estado de inconsciência, após o qual, geralmente, ocorre também amnésia. Cientìficamente, uma pessoa não pode ser responsabilizada pelo que fez num momento desses. Legalmente, talvez. Mas essa já é uma pergunta para ser feita a um jurista. Mas por quê o senhor quer saber isso?

VÍTOR ENCAROU O MÉDICO. SUA VOZ SAIU AGITADA.

VÍTOR  -  Uma pessoa nesse estado pode cometer um crime deliberadamente? Um assassinato?

DR. LEIVAS  -  Bem, no caso de uma personalidade psicopata, isso pode perfeitamente ocorrer.

VÍTOR  -  Por favor, doutor, seja mais claro. Não estou entendendo.

DR. LEIVAS  -  Helô não é uma psicopata. É apenas uma neurótica. E não conheço nenhum caso de um neurótico que praticasse uma violência dessa natureza, em “estado crepuscular”.

VÍTOR PARECEU SE TRANQUILIZAR UM POUCO.

VÍTOR  -  Em outras palavras, minha esposa não poderia cometer um assassinato durante essas crises!

DR. LEIVAS  -  (sacudiu a cabeça) Exato. A menos que ela fosse esquizofrênica, como a mãe. Com D. Elisa poderia ocorrer isso.

VÍTOR  -  Quais são os sintomas da esquizofrenia?

DR. LEIVAS  -  Alucinações, delírio, ouvir vozes... mas o quadro de Helô é diferente, pelo que eu sei.

CORTA PARA:

CENA  7  -  APARTAMENTO DE MARISA  -  SALA  -  INT.   -  DIA.

RENATÃO QUIS CERTIFICAR-SE POR SI PRÓPRIO E FOI ATÉ O APARTAMENTO DA EX-ESPOSA, ACOMPANHANDO O EX-CUNHADO.

RENATÃO  -  Onde ela está?

RODOLFO AUGUSTO  -  (aflito) No quarto. Coitadinha da mana! Venha!    

CORTA PARA:

CENA 8  -  APARTAMENTO DE MARISA  -  QUARTO  -  INT.  -  DIA.

ENTRARAM NO QUARTO E DEPARARAM COM A CENA: MARISA ESTAVA DEITADA, APARENTEMENTE INCONSCIENTE, COM UM BRAÇO PENDIDO PARA FORA  DA  CAMA. TRAJAVA UM VESTIDO   SENSUAL,  EXAGERADAMENTE    DECOTADO, DEIXANDO  PARTE DOS SEIOS À MOSTRA. RENATÃO TOMOU-LHE O PULSO, APROXIMOU O NARIZ DO ROSTO DA MULHER, SOB O OLHAR ANGUSTIADO DE RODOLFO AUGUSTO.

RODOLFO AUGUSTO  -  (roendo as unhas) Ai, meu Deus! Fale de uma vez, Renatão: minha mana está morta?!

RENATÃO  -  (ergueu-se) Não, Rodolfo Augusto. Não é nada grave, como você deu a entender. Sua irmã precisa apenas de um bom banho de chuveiro.

DITO ISTO, ERGUEU O CORPO DE MARISA E COLOCOU-O NOS OMBROS, COMO UM SACO DE BATATAS.

RODOLFO AUGUSTO  -  (assustado) Mas o que é isso? O que vai fazer com ela?

RENATÃO  -  (encaminhando-se para o banheiro da suíte) Vou pôr a Madame X embaixo do chuveiro!

RODOLFO AUGUSTO  -  Não faça isso! Coitada! Ela precisa de um médico...

RENATÃO DEPOSITOU A MULHER NO BOX E ABRIU O CHUVEIRO. MARISA ABRIU OS OLHOS, SONOLENTA.

MARISA  -  O que é isso... Renatão.... o que você tá fazen... o que tá acontecendo? Ai... meu vestido! Tá molhando todo... seu grosso!

COM UM RISO DE MOFA, RENATÃO SAIU DO BANHEIRO.

RENATÃO  -  Pronto. Pode deixar que ela vai ficar boa num instante. É só dormir e quando acordar não tem mais nada, você vai ver. Aliás, a bebedeira deixa a gente assim. E se ela lhe perguntar, diga que há meios mais eficazes de acabar com a vida: um tiro nos miolos, por exemplo!

SOB O OLHAR ATÔNITO DE RODOLFO AUGUSTO, RENATÃO ENCAMINHOU-SE PARA A PORTA E SAIU.

CENA  9  -  APARTAMENTO DE MARISA  -  QUARTO  -  INT. – DIA.

MARISA AINDA PERMANECEU ALGUM TEMPO DEITADA, APÓS A SAÍDA DO EX-MARIDO.

MARISA  -  (ergueu a cabeça, ainda tonta) Gugu?

RODOLFO AUGUSTO  -  Estou aqui, Marisa, do seu lado.

MARISA  -  Aquele monstro já foi?

RODOLFO AUGUSTO  -  (balançou a cabeça) Já faz algum tempo...

MARISA  -  Ele nem se comoveu, hem?

RODOLFO AUGUSTO  -  Também, você fez a coisa muito mal feita. Renatão sacou logo que você não queria morrer.

MARISA  -  Mas eu queria mesmo! É que eu não tenho coragem. Puxa, logo agora que eu descobri que não posso mais viver sem ele...

RODOLFO AUGUSTO  -  Ora, mana, você descobriu isso sete anos depois de o ter chutado! Vou te contar, querida, você é uma retardada!

CORTA PARA:

CENA  10  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  ESCRITÓRIO  -  INT.  -  NOITE.

OLIVEIRA RAMOS  -  Sente-se, Vítor. Queria falar comigo?

VÍTOR  -   Doutor Oliveira, eu estou muito preocupado. Helô não se recorda de ter atropelado aquele homem. O Dr. Leivas explicou que ela estava num estado de inconsciência, seguido de amnésia.

OLIVEIRA RAMOS OUVIA ATENTAMENTE AS PONDERAÇÕES DO GENRO.

OLIVEIRA RAMOS  -  Bem, e o que tem isso?

VÍTOR  -  O garçom do Castelinho, Manolo, disse que Helô esteve no bar com Nívea momentos antes do crime... e ela também não se recorda disso. Ela afirma que não esteve com Nívea naquela noite.

OLIVEIRA RAMOS  -  O garçom por certo se enganou. Não há nada de estranho.

VÍTOR  -  O que há de estranho, doutor Oliveira, é que Helô não se recorda de nada do que fez naquela noite. Tal como no atropelamento de Leopoldo Reis.

OLIVEIRA RAMOS  -  Você acha então?!...

VÍTOR  -  (assentiu)  Sim. Temo que o garçom esteja com a razão (e depois de um ou dois minutos calado) Eu temo ainda.

VÍTOR OLHOU PARA OLIVEIRA, QUE ENTENDEU. MISS JULY, QUE OUVIA A CONVERSA PELA PORTA ENTREABERTA, COMPREENDEU TAMBÉM.O CASO ESTAVA MUDANDO DE FIGURA.

OLIVEIRA RAMOS  -  (impressionado) Helô já sabe que você suspeita dela?

CORTA PARA:   

CENA 11 -  APART-HOTEL IPANEMA PLAZA  -  APARTAMENTO DE CONSUELO  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

ERA QUASE MEIA-NOITE. SAMUCA, IMPACIENTE, CAMINHAVA DE UM LADO PARA OUTRO, A CABEÇA FERVILHANDO. AS PALAVRAS DE RENATÃO AINDA ECOAVAM EM SUA CABEÇA: "O JEITO É MATAR A VÉIA!"

SAMUCA  -  (murmurou, com expressão de angústia no olhar) Não dá! Não vou conseguir! É demais pra mim!

AS PALAVRAS DE RENATÃO VOLTARAM, MUITO VIVAS, EM SUA MEMÓRIA: “SERIA UMA ESPÉCIE DE EUTANÁSIA. UM ATO CRISTÃO. É COMO ABREVIAR A MORTE DE UM ENFERMO EM ESTADO TERMINAL.”

SAMUCA  -  (tentando crer nas próprias palavras) Um ato cristão! É isso mesmo. Ela vai deixar de sofrer... e eu vou ajudar.

SAMUCA SUAVA FRIO. CAMINHOU ATÉ A JANELA, FECHOU OS OLHOS E RESPIROU FUNDO, TENTANDO ACALMAR-SE. EM SEGUIDA, ENCAMINHOU-SE PARA O QUARTO DE CONSUELO, ABRIU A PORTA SEM FAZER BARULHO E ENTROU.

CORTA PARA:

CENA 13  - APART HOTEL IPANEMA PLAZA  -  APARTAMENTO DE D. CONSUELO  -  QUARTO  -  INT.  -  NOITE.

CONSUELO DORMIA A SONO SOLTO. PÉ ANTE PÉ, SAMUCA APROXIMOU-SE DA CAMA, PEGOU UM TRAVESSEIRO E, SEGURANDO COM AS DUAS MÃOS, PAROU AO LADO DA MULHER. COM OS OLHOS VIDRADOS E AS MÃOS TRÊMULAS, DIRIGIU O TRAVESSEIRO PARA O ROSTO DE CONSUELO.   

                                             FIM DO CAPÍTULO 45

e no próximo capítulo...

*** Oliveira Ramos dá uma festa em seu triplex e Renatão, para animar o evento, tem uma idéia muito louca: levar sua empregada Vespertina e apresentá-la à alta sociedade carioca como a Princesa de Tobokobuko!!!

NÃO PERCA O CAPÍTULO 46 DE




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