quinta-feira, 24 de maio de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 50

Novela de Toni figueira
Inspirada na obra de Dias Gomes


CAPÍTULO 50

Personagens deste capítulo:

VÍTOR
DETETIVE JONAS
JOANINHA
DELEGADO FONTOURA
HELÔ
RENATÃO
SAMUCA
KONSTANTÓPULUS
D. CONSUELO
D. JOSÉ
ARAKEN
ADELAIDE
BABI
AMIGOS DA PRAIA
CENA 1  -  AV. VIEIRA SOUTO  -  CALÇADÃO  -  EXT.  -  NOITE

A AVENIDA VIEIRA SOUTO ESTAVA COMPLETAMENTE ILUMINADA ÀQUELA HORA DA NOITE. NO PONTO EM QUE NÍVEA CAIU DO PAREDÃO, UMA MULHER ACENDIA UMA VELA JUNTANDO-SE ÀS MUITAS QUE SE VIAM ESPALHADAS PELO LOCAL.

VÍTOR  -  Foi aqui. Você se lembra de ter estado com ela neste local?

HELÔ  -  (fez um esforço para lembrar-se) Não, não lembro de nada.

VÍTOR  -  (procurou ajudá-la) Vocês estavam ali, no bar. Depois, que fizeram? Não saíram juntas? Não vieram até aqui?

HELÔ  -  Não. Se viemos, eu não me lembro. (se desesperou) Não adianta, eu não me lembro!

VÍTOR TIROU O MEDALHÃO DO BÔLSO E MOSTROU-O A HELÔ.

VÍTOR  -  É seu?

HELÔ  -  Sim, é meu. Há muito tempo que tinha dado por falta dele.

VÍTOR  -  Pois foi encontrado junto ao corpo de Nívea.

A REAÇÃO DE HELÔ FOI VISÍVEL. DE ATORDOAMENTO.

HELÔ  -  Pode ser que ela tivesse me pedido emprestado. Ás vezes eu emprestava coisas a ela, até vestidos. Você sabe, ela não tinha, era pobre!

VÍTOR  -  Você tem certeza que emprestou este medalhão?

HELÔ  -  Não, não tenho certeza de nada. Mas podia ter emprestado.

VÍTOR  -  Mas podia também ter deixado cair... ou ela podia ter arrancado do seu pescoço na hora em que você a empurrou!

HELÔ  -  (olhou-o, espantada) Você acha, então... que eu a matei... Que eu sou uma assassina!

VÍTOR  -  Eu não quero acreditar nisso... mas temos de apelar pra tudo, pra descobrir a verdade!

HELÔ  -   (perturbada)  Por favor... me leva pra casa!

CORTA PARA:

CENA  2  -  APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

A CAMPAINHA TOCOU E ADELAIDE ABRIU A PORTA. ERA O DETETIVE JONAS.

DETETIVE JONAS  -  Bom dia, D. Adelaide. Eu estava aqui perto e vim saber do estado de saúde da Verinha...

ADELAIDE  -  Bom dia, seu Jonas. Ela está no quarto, se recuperando devagar, mas está bem, obrigada.

FONTOURA SURGIU NA SALA VESTINDO O TERNO.

DELEGADO FONTOURA  -  Olá, Jonas! Estou de saída para o Distrito! Alguma novidade?

DETETIVE JONAS  -  Nada de novo. Sòmente aquele caso do Araken Teixeira. Sabe como é essa gente da imprensa; se não se toma logo providência, eles caem no nosso pêlo...

DELEGADO FONTOURA  -  Mas você não o levou pra ver o carro?

DETETIVE JONAS  -  Acontece que não era aquele. Ele anotou  errado  a  chapa do carro. Mas  já  conseguiu  identificar  o veículo. É um Peugeot, que também foi roubado naquela tarde. A queixa tá lá no distrito.

DELEGADO FONTOURA  -  Quem é o dono do carro?

DETETIVE JONAS  -  Aí é que o senhor vai levar um susto. É o senhor Renato Itararé de Souza.

DELEGADO FONTOURA  -  Renatão!

DETETIVE JONAS  -  Ele mesmo!

DELEGADO FONTOURA  -  Isso vai nos obrigar a reabrir o inquérito de Nívea Louzada!

DETETIVE JONAS  - É o que eu acho.

CORTA PARA:

CENA  3  -  PRAIA DE IPANEMA  -  EXT.  -  DIA.
O BELO DIA DE SOL E O MAR AZUL ERAM UM ATRATIVO IRRESISTÍVEL PARA RENATÃO, QUE, TRAJANDO APENAS SUNGA AZUL E ÓCULOS DE SOL, CONVERSAVA ANIMADAMENTE COM DOIS AMIGOS. O PLAYBOY OLHOU DISTRAÍDAMENTE PARA A ARREBENTAÇÃO E PAROU, COMO QUE HIPNOTIZADO. A LOIRA ESCULTURAL, COM UM MINÚSCULO BIQUÍNI VALORIZANDO SUAS CURVAS PERFEITAS, GANHOU O MAR E MERGULHOU, GRACIOSAMENTE.

RENATÃO  - Caramba! Que avião!

AMIGO  1  - É a Babi, você não conhece? Mário Maluco e ela já “ficaram” algumas vezes...

RENATÃO  -  (sem desgrudar os olhos da água)  Eles tão juntos? Digo, é sério?
      
AMIGO 1  -  Sério? (e debochado) E Mario Maluco leva alguma coisa a sério? Acho que só o Ricardinho!...

TODOS RIRAM. RENATÃO AFASTOU-SE EM DIREÇÃO Á JOVEM, QUE ACABAVA DE SAIR DO MAR.

RENATÃO  -  Oi!

BABI  -  (com as mãos nos cabelos, retirando o excesso de água salgada) Oi!

RENATÃO  -  (olhando-a fixamente) Espere... eu te conheço! Você não estava na festa de casamento da Helô, no apê do Oliveira Ramos?

BABI  -  Tava, tava... Você é o Renatão, não é? A gente caiu junto na piscina.

RENATÃO  -  É mesmo! Foi a maior zorra! Todo mundo doidão, de pileque! Acho que por isso não reparei direito em você (fitou-a dos pés à cabeça) Aposto que você é modelo. Acertei?

BABI  -  (sorriu, simpática)  Não. Faço curso de teatro. 

RENATÃO  - (animou-se) É mesmo? Nossa, que coincidência!

BABI  -  Por quê? Você é ator?

RENATÃO  -  Não. Sou uma espécie de caçador de talentos, “olheiro”, entende?

BABI  -  Que interessante...

RENATÃO  -  Pois é. Várias atrizes, hoje famosas, foram encaminhadas por mim. Natália Dill, Bianca Bin, Vanessa Giácomo, por exemplo.

OS OLHOS DA JOVEM SE ILUMINARAM.

BABI  -  Jura? Que incrível!

RENATÃO  -  (olhando-a fixamente) Você tem o tipo físico que estou procurando, sabia? Sou muito amigo do Guel Arraes e estou ajudando a montar o elenco do novo filme dele. Se você quiser, podemos fazer um teste...

BABI  -  Nossa, eu adoraria! Você tá falando sério?

RENATÃO   -  Menina, você acha que eu ia brincar com isso? Você tá me vendo aqui na praia, de sunga, relaxadão, mas estou a trabalho. (apontou para o prédio quase em frente) Tá vendo aquele prédio? Eu moro ali. Terceiro Andar. Me procure amanhã, sem falta. Quem sabe não está a um passo de se tornar uma grande estrela?

BABI  -  (emocionada)  Ai, fiquei até nervosa.... Olha, seu Renatão, meu nome é Babi. Prometo que você não vai se arrepender. Vou agarrar essa oportunidade com unhas e dentes!

RENATÃO  -  Tá bom, mas por favor, esquece esse “seu”. Pode me chamar de Renatão. É como todo mundo me conhece aqui na área!

BABI  -  Tudo bem, Renatão. Amanhã estarei na sua casa, com certeza!

A JOVEM AFASTOU-SE, CORRENDO, DEIXANDO O BOQUIABERTO RENATÃO BABANDO.

RENATÃO  -  Maravilhosa!... Que mulher!...

CORTA PARA:

CENA  4  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.


“ALELUIA” ALELUIA!” A CAMPAINHA TOCOU NO APARTAMENTO DE RENATÃO. KONSTANTÓPULUS FOI ABRIR E DEU DE CARA COM O DETETIVE JONAS E ARAKEN TEIXEIRA.
     
DETETIVE JONAS  -  Boa tarde. Queremos falar com o senhor Renato Itararé de Souza.

KONSTANTÓPULUS  -  O patrão não está, senhor. Foi à praia.

DETETIVE JONAS  -  (fez cara de espanto)  Praia? São tres e meia da tarde.

KONSTANTÓPULUS  -  Pois é. Tenho ordens para chamá-lo às quatro.

ARAKEN  -  Que boa vida, hem? Escute aqui, ele não faz nada?

KONSTANTÓPULUS  -  Sim. Meu patrão é produtor cinematográfico.

ARAKEN  -  Então, diz aí um filme dele.

KONSTANTÓPULUS  -  Eu não sei, senhor. Nunca vou ao cinema.

DETETIVE JONAS  -  Ele deve ter uma grana firme. Pra manter essa vida! Mas de onde vem essa grana, é um mistério que eu nunca consegui decifrar.

KONSTANTÓPULUS  -  (pigarreou) Bem, os senhores podem voltar mais tarde, eu digo ao patrão.

DETETIVE JONAS  -  Nada disso. Nós viemos aqui falar com você mesmo.

KONSTANTÓPULUS  -  (se assustou)  Comigo? Mas eu não sei de nada.

DETETIVE JONAS  -  Como você diz que não sabe de nada, se eu não disse do que se trata?

ARAKEN  -  Ele deve ter ouvido a conversa entre os dois, isto é, Nívea Louzada e Renatão, na noite do crime. Ela esteve aqui e você ouviu o que eles conversaram.

DETETIVE JONAS  -  Se você disser o que ouviu, nada vai lhe acontecer. Senão, vai ter que vir comigo ao Distrito.

KONSTANTÓPULUS  -  (recuou, ainda mais amedrontado) Mas eu não ouvi nada. Seria uma falta de educação.

DETETIVE JONAS  -  (repetiu a pergunta, pausadamente) Você não ouviu mesmo? Nem uma palavra?

KONSTANTÓPULUS  -  Nem uma palavra! Juro!

JONAS E ARAKEN TROCARAM UM OLHAR.

ARAKEN  -  Eu não lhe disse? Ela esteve aqui naquela noite. (e dirigindo-se ao assustado mordomo) Você apenas confirmou que Nívea Louzada esteve aqui na noite do crime.

CORTA PARA:

CENA  5  -  DELEGACIA  -  SALA DO DELEGADO FONTOURA  -  INT.  -  DIA.
   
RENATÃO ESTAVA SENTADO AO LADO DA MESA DO DELEGADO, SENDO INTERROGADO.

RENATÃO  -  (protestava)  Francamente, Delegado, acho um absurdo que um cidadão tenha o seu carro roubado e seja obrigado a vir ao Distrito dar explicações!

DELEGADO FONTOURA  -  Está lavrado o protesto. Vamos agora às explicações. Em primeiro lugar, desculpe por não têrmos ainda localizado o seu carro.

RENATÃO  -  Mas o carro já apareceu.
        
DELEGADO FONTOURA  -  (fingiu de nada saber) Ah, já apareceu?! E o senhor não nos comunicou nada! Nós podíamos estar ainda procurando, perdendo tempo. Toda a máquina policial à sua disposição, trabalhando para o senhor. (sua voz aumentava à medida que sua fingida indignação crescia) É um procedimento estranho. Principalmente porque, como o senhor sabe, alguém utilizou seu carro para tentar atropelar um jornalista. E por coincidência, um jornalista que estava fazendo investigações por conta própria no caso Nívea Louzada. E o senhor, seu Renato, está envolvido nesse caso. Como se explica que em seu depoimento, tomado  por  mim há tempos, o senhor tenha omitido um detalhe tão importante: que Nívea Louzada estêve em seu apartamento na noite do crime?

RENATÃO  -  Ei, espera aí! De onde o senhor tirou essa história? Isso não é verdade! Ela não...

DELEGADO FONTOURA  -  (cortou, enérgico) O seu mordomo disse que ela estêve!

RENATÃO  -  (maneirou)  Bem, tá bem. Vamos lá, que é que o senhor deseja saber?

DELEGADO FONTOURA  -  O que ela foi fazer naquela noite em seu apartamento.

RENATÃO  -  Ela me procurou para tentar recuperar as fotos. Ela queria as fotos de volta. Ia casar com o padre, não queria que ele soubesse que havia tirado fotos... sensuais.

DELEGADO FONTOURA  -  Nua, o senhor quer dizer, não é?

RENATÃO  -  (hesitante) Isso...

DELEGADO FONTOURA  -  E quando o senhor lhe disse que não podia conseguir a devolução das fotos, qual foi a atitude dela?

RENATÃO  -  Ficou chateada, é claro, mas compreendeu que eu não tinha culpa. Até me agradeceu o que tinha feito por ela. E foi-se embora.
      
CORTA PARA:

CENA 6  -  MIRANTE DO LEBLON  -  EXT.  -  DIA.

MARCOS E VERINHA SALTARAM DA MOTO E, RETIRANDO OS CAPACETES, SENTARAM NUM BANCO DA PRAÇA, ADMIRANDO A BELA VISTA DAS PRAIAS DO LEBLON E IPANEMA.

MARCOS  -  Você tá legal, mesmo, gata?

VERINHA  -  Agora tou (fez uma pausa, olhando o mar, expressão de tristeza) Fiquei muito triste... você sabe... por ter perdido nosso filho.

MARCOS  -  Verinha, na boa... eu não tava preparado pra ser pai. Nem emprego fixo eu tenho... meu velho é que me banca, você sabe...

VERINHA  -  Eu sei disso. Mas, se a criança nascesse, a gente ia ter que se virar, não ia?

MARCOS  -  Ia. Nem sei como ia ser... mas, fazer o que, né... (e aliviado) Só que, agora, a situação é outra. Voltou tudo a ser como era antes.

VERINHA  -  É. Voltou...

MARCOS  -  E a gente pode namorar muito, sem se preocupar com nada... a não ser com a gente (abraçou-a) Vem cá... me dá um beijo, vai.

CORTA PARA:

CENA 7  -  APART-HOTEL  -  APARTAMENTO DE D. CONSUELO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.


HÁ TRÊS DIAS, SAMUCA ESTRANHAVA O COMPORTAMENTO DE CONSUELO, PENSATIVA E DISTANTE. MAIS UMA VEZ TENTAVA DESCOBRIR O QUE ESTAVA ACONTECENDO.
 
SAMUCA  -  Eu sei que alguma coisa aconteceu pra você ficar assim... Por que não me conta?

CONSUELO  -  Non es nada, Samuquito. Solamente una enxaqueca...

SAMUCA  -  Não é verdade. E esse tal de Dom José, que veio do México falar com você e está vindo para cá? Veio fazer o quê?

CONSUELO  -  Ah, sí. Dom José, além de mi procurador en mi negócios, es un gran amigo en México.

A CAMPAINHA TOCOU. SAMUCA FITOU A MULHER, SIGNIFICATIVAMENTE, E DIRIGIU-SE PARA A PORTA. DOM JOSÉ, UM HOMEM GORDO, DE SOBRANCELHAS GROSSAS E TERNO BEM CORTADO, ENTROU NA SALA.

CONSUELO  -  Dom José, entonces usted veio mismo!

DOM JOSÉ  -  Buenos dias, Dona Consuelo! Io necessitava vir para hablar pessoalmente con usted!

CONSUELO  -  (fez as apresentações) Dom José, esto es Samuca.... quiero decir, Samuel, mi esposo.

SAMUCA E DOM JOSÉ APERTARAM-SE AS MÃOS.

DOM JOSÉ  -  Dona Consuelo, o que me traz ao Brasil es...

CONSUELO  -  (cortou) Io creo que devemos hablar en particular... (e para o marido) Usted non se importa, non es, Samuquito?

SAMUCA  -  Non, non... fiquem à vontade.

CONSUELO E DOM JOSÉ DIRIGIRAM-SE PARA O QUARTO. SAMUCA FOI ATÉ O TELEFONE E DISCOU.

SAMUCA  -  (em voz baixa) Joaninha! Sou eu, Samuca!

DO OUTRO LADO DA LINHA, JOANINHA ATENDEU, DE MÁ VONTADE.

JOANINHA  -  O que você quer, Samuca? Eu falei que é pra você não me ligar, não me procurar mais, até resolver essa situação!

SAMUCA  -  Calma, Joaninha! Poxa, eu estava com saudades! Tenho pensado muito em você...

JOANINHA  -  (admitiu)  Não vou negar que eu também penso muito em você... Mas não podemos...

SAMUCA  -  (cortou) Estão acontecendo umas coisas estranhas aqui!...

JOANINHA  -  O quê?

SAMUCA  -  Chegou do México o procurador de Consuelo, Dom José Quintana, e parece que trouxe más notícias. Isto é, talvez alguém que tenha morrido...

A VOZ DE CONSUELO SOOU BASTANTE ALTA, VINDA DO QUARTO EM QUE SE ENCONTRAVA COM DOM JOSÉ.

D. CONSUELO  -  (off) No! No es posible! Dios mio!

SAMUCA  -  Deve ser uma notícia terrível! Joaninha, vou ver o que tá acontecendo e depois falo com você! Te amo! Beijo!

SAMUCA DESLIGOU E CORREU PARA O QUARTO E FOI ENCONTRAR A MULHER COM A MÃO SOBRE O PEITO, À BEIRA DE UM COLAPSO. AJOELHOU-SE AO SEU LADO.

D. CONSUELO  -  Yo no creo... No puedo crer...

SAMUCA ERGUEU OS OLHOS PARA O ALTO, FITANDO O ADVOGADO.

SAMUCA  -  Qual foi a má notícia que o senhor trouxe?

FIM DO CAPÍTULO 50
Babi (Sandra Bréa) 
e no próximo capítulo...
*** É carnaval. Tem início o desfile de fantasias do Municipal. Rodolfo Augusto aguarda, ansioso, a escolha da melhor fantasia pelos jurados!
*** Tem início o julgamento de Jurema de Alencar.
NÃO PERCA O CAPÍTULO 51 DE 

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