Novela de Toni Figueira
Inspirada na obra de Dias Gomes
Fonte: http://youtu.be/zIuryHGvAVc
CAPÍTULO 48
Personagens deste capítulo:
ARAKEN
DETETIVE JONAS
GOUVEIA NETO
JOANINHA
DELEGADO FONTOURA
MÁRIO MALUCO
VERINHA
VESPERTINA
RENATÃO
SAMUCA
ADELAIDE
VESPERTINA
RODOLFO AUGUSTO
KONSTANTÓPULUS
SUSI
ARAKEN
DETETIVE JONAS
GOUVEIA NETO
JOANINHA
DELEGADO FONTOURA
MÁRIO MALUCO
VERINHA
VESPERTINA
RENATÃO
SAMUCA
ADELAIDE
VESPERTINA
RODOLFO AUGUSTO
KONSTANTÓPULUS
SUSI
CENA 1 - APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA - INT. - DIA.
ERAM QUASE 1 DA TARDE QUANDO SAMUCA CHEGOU, COM A “FOLHA DO RIO” NA MÃO. RENATÃO, QUE ACABARA DE ACORDAR, APARECEU NA SALA DE ROUPÃO.
SAMUCA - Já viu a coluna do Zózimo, falando da festa do Oliveira Ramos?
RENATÃO - Não (pegou o jornal, curioso) Deixe ver. Nossa! (e para o mordomo) Konstan! Chame Vespertina aqui! Ela precisa ouvir isso!
KONSTANTÓPULUS FOI Á COPA E RETORNOU COM VESPERTINA, DE PANELA NA MÃO.
VESPERTINA - Chamou, seu Renatão?
RENATÃO - Ouça isso (leu em voz alta) “Uma beleza o party oferecido pelos Oliveira Ramos ontem à noite, em sua residência de Ipanema. A nota de sensação foi dada pela Princesa de Tobokobuko, que compareceu pelo braço de Renato Itararé de Souza. A princesa estava com um kaftan lindíssimo, branco, quase transparente, calças do mesmo tecido, tudo ricamente bordado.”
RENATÃO MORRIA DE RIR. SAMUCA TAMBÉM. VESPERTINA SE MOSTRAVA ESPANTADA E VAIDOSA.
VESPERTINA - Nossa mãe! Vixe Maria! Isso taí no jornal?!
SAMUCA - E de mim e Consuelo não falam nada?
RENATÃO - Nem uma linha, meu caro. (e dirigindo-se a Vespertina) Agora você pode voltar para a cozinha. E veja se não vai queimar o feijão!
VESPERTINA - (lembrou-se) Ai, o meu guisado! (e correu para a cozinha).
CORTA PARA:
CENA 2 - “FOLHA DO RIO” - SALA DE GOUVEIA NETO - INT. - DIA.
O DIRETOR DA “FOLHA DO RIO” ESTAVA NERVOSO, FALANDO AO TELEFONE INTERNO.
GOUVEIA NETO - É isso mesmo, vamos ter que rodar o segundo caderno todo de novo! Essa nota não pode sair, em hipótese alguma. (desligou e pôs as mãos na cabeça, desesperado) A gente tem que ver tudo. O redator-chefe não funciona.
ARAKEN ACABARA DE ENTRAR NO GABINETE DO CHEFE E OUVIRA AS ORDENS POR ELE TRANSMITIDAS.
ARAKEN - Qual foi a nota?
GOUVEIA NETO - Um foca aí na coluna social falou na separação entre Oliveira Ramos e a mulher, Susi.
ARAKEN - E é verdade?
GOUVEIA NETO - É. Eu estava lá no apartamento dele e assisti. Ela pegou a mala e se mandou.
ARAKEN - (sorriu e perguntou mansamente) Mas ninguém mais pode falar dos podres da família Oliveira Ramos neste jornal?
GOUVEIA NETO - Não, não pode. O Oliveira Ramos vai investir no jornal. Afinal, é uma questão de ética. E você, Araken, pelo amor de Deus, pare de mexer com a filha dele!
ESFORÇAVA-SE DESESPERADAMENTE PARA DAR UM TOM ANIMADO À SUA VOZ.
O REPÓRTER OLHOU PARA ELE COM MAL DISFARÇADA HOSTILIDADE.
ARAKEN - Bem, como já lhe disse antes, você pode me impedir de escrever no jornal. Mais do que isso, não.
LEVANTOU-SE E SAIU, FECHANDO A PORTA ATRÁS DE SI.
CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA - INT. - DIA.
RENATÃO ACABARA DE CHEGAR DE UMA CAMINHADA NO CALÇADÃO, QUANDO DEU DE CARA COM SUSI, QUE O ESPERAVA, SENTADA NO DIVÃ.
RENATÃO - Susi!
SUSI - (levantando-se) Oi, amor (abraçou-o, emocionada) Desculpe, estraguei nossos planos...
RENATÃO - (resignado) Eu imaginei que isso fosse acontecer... Eu falei muitas vezes pra você ter paciência. Com o tempo, as coisas iam se ajeitar...
SUSI - Eu sei. Eu tentei, juro! Mas não aguentei as humilhações, os ataques da Helô... e, pra piorar ainda mais, o Oliveira permitiu que a ex-mulher fosse morar lá!
RENATÃO - E agora, o que você vai fazer?
SUSI - (fitou-o com paixão) É por isso que eu tou aqui. Oliveira me ligou, hoje de manhã. Ele foi generoso comigo. Me prometeu uma boa pensão... Renatão, tudo o que eu fiz foi por você, seguindo suas dicas, suas instruções... Você sabe que eu te amo. Sempre te amei. Basta uma palavra sua e a gente fica junto, de vez...
RENATÃO - (surpreso) Caramba! Tou sendo pedido em casamento?
SUSI - Por quê não? Só os homens podem fazer isso?
RENATÃO - Lógico que não. Acho bacana quando a mulher toma a iniciativa. Você é uma linda mulher, Susi. Linda e inteligente. Qualquer homem adoraria ser pedido em casamento por você...
SUSI - (cortou) Mas você... não. Acertei?
RENATÃO - Meu amor, você sabe, não quero me amarrar a ninguém. Gosto de ser assim, livre, curtindo a vida sem compromisso... Já me casei uma vez e não pretendo repetir a dose!
SUSI - (resignada) Eu imaginei que você ia dizer isso... mas, pelo menos, eu tentei.
RENATÃO - O que você pretende fazer da sua vida, agora?
SUSI - (sorriu, tranquila) Ainda não sei. Voltei pra casa dos meus pais. Tou deixando a poeira baixar, pra depois ver o que vou fazer.
RENATÃO - É o melhor que você faz. Ficar quieta por uns tempos. Tive uma idéia: por que não passa uns dias na minha casa de Búzios?
SUSI - Olha que não é má idéia. Mas seria melhor... se você fosse comigo...
RENATÃO - Meu amor, agora não posso. Mas prometo que, se tiver um tempinho livre, corro pra lá, pra ficar com você.
SUSI - Promete?
RENATÃO - Prometo.
SUSI - Então me beija. Tou com saudade do seu beijo.
RENATÃO ABRAÇOU-A E BEIJOU-A LONGAMENTE, NOS LÁBIOS.
CORTA PARA:
CENA 4 - MIRANTE DO LEBLON - EXT. - TARDE.
LEVANTOU-SE E SAIU, FECHANDO A PORTA ATRÁS DE SI.
CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA - INT. - DIA.
RENATÃO ACABARA DE CHEGAR DE UMA CAMINHADA NO CALÇADÃO, QUANDO DEU DE CARA COM SUSI, QUE O ESPERAVA, SENTADA NO DIVÃ.
RENATÃO - Susi!
SUSI - (levantando-se) Oi, amor (abraçou-o, emocionada) Desculpe, estraguei nossos planos...
RENATÃO - (resignado) Eu imaginei que isso fosse acontecer... Eu falei muitas vezes pra você ter paciência. Com o tempo, as coisas iam se ajeitar...
SUSI - Eu sei. Eu tentei, juro! Mas não aguentei as humilhações, os ataques da Helô... e, pra piorar ainda mais, o Oliveira permitiu que a ex-mulher fosse morar lá!
RENATÃO - E agora, o que você vai fazer?
SUSI - (fitou-o com paixão) É por isso que eu tou aqui. Oliveira me ligou, hoje de manhã. Ele foi generoso comigo. Me prometeu uma boa pensão... Renatão, tudo o que eu fiz foi por você, seguindo suas dicas, suas instruções... Você sabe que eu te amo. Sempre te amei. Basta uma palavra sua e a gente fica junto, de vez...
RENATÃO - (surpreso) Caramba! Tou sendo pedido em casamento?
SUSI - Por quê não? Só os homens podem fazer isso?
RENATÃO - Lógico que não. Acho bacana quando a mulher toma a iniciativa. Você é uma linda mulher, Susi. Linda e inteligente. Qualquer homem adoraria ser pedido em casamento por você...
SUSI - (cortou) Mas você... não. Acertei?
RENATÃO - Meu amor, você sabe, não quero me amarrar a ninguém. Gosto de ser assim, livre, curtindo a vida sem compromisso... Já me casei uma vez e não pretendo repetir a dose!
SUSI - (resignada) Eu imaginei que você ia dizer isso... mas, pelo menos, eu tentei.
RENATÃO - O que você pretende fazer da sua vida, agora?
SUSI - (sorriu, tranquila) Ainda não sei. Voltei pra casa dos meus pais. Tou deixando a poeira baixar, pra depois ver o que vou fazer.
RENATÃO - É o melhor que você faz. Ficar quieta por uns tempos. Tive uma idéia: por que não passa uns dias na minha casa de Búzios?
SUSI - Olha que não é má idéia. Mas seria melhor... se você fosse comigo...
RENATÃO - Meu amor, agora não posso. Mas prometo que, se tiver um tempinho livre, corro pra lá, pra ficar com você.
SUSI - Promete?
RENATÃO - Prometo.
SUSI - Então me beija. Tou com saudade do seu beijo.
RENATÃO ABRAÇOU-A E BEIJOU-A LONGAMENTE, NOS LÁBIOS.
CORTA PARA:
CENA 4 - MIRANTE DO LEBLON - EXT. - TARDE.
JOANINHA, DISTRAÍDA, ACOMPANHAVA AS MANOBRAS RADICAIS DE ALGUNS SURFISTAS NA PRAIA DO LEBLON. SAMUCA APROXIMOU-SE TRAZENDO DOIS CÔCOS.
SAMUCA - (oferecendo-lhe) Água de côco. Comprei um pra você.
JOANINHA - Obrigada. (pegou o côco, sem encará-lo) Só vim porque você insistiu muito. Não temos mais nada a dizer.
SAMUCA - Que é isso, Joaninha! Você sabe que, tudo o que eu fiz, foi pensando na gente, no nosso futuro...
JOANINHA - (irônica) Futuro? Você casa com outra e fala em futuro?
SAMUCA - Meu amor, a velha estava desenganada pelos médicos! Tudo indicava que ela ia bater as botas rapidinho!... Me escolheu como seu único herdeiro! Dava pra recusar?
JOANINHA - É, só que deu tudo errado. A velha tá vivinha da silva. E agora vocês tão casados! E eu, Samuca, como fico nessa história? Quer que eu vire sua amante? Isso nunca!
SAMUCA - Claro que não, meu amor. Você é a mulher da minha vida. Tudo o que eu faço é pensando em te dar uma vida tranquila, uma casa confortável...
JOANINHA - Essa sua mania de querer ficar rico é que estraga tudo!
SAMUCA - Só te peço um pouco mais de paciência, Joana! Olha, tenho certeza que é tudo uma questão de tempo... de uma hora pra outra, a Consuelo bate as botas!
JOANINHA - (decidida) Pois enquanto isso não acontecer, não me procure! Ou isso ou você pede o divórcio!
SAMUCA - Não posso fazer isso, amor! Depois de todo esse sacrifício, não posso abandonar o barco agora!...
JOANINHA - Então, adeus, Samuca. Não me procure mais!
JOANINHA SOLTOU O CÔCO NA MÃO ESQUERDA DE SAMUCA E FOI EMBORA, DEIXANDO-O COM AS DUAS MÃOS OCUPADAS.
CORTA PARA:
CENA 5 - RUA DE IPANEMA - EXT. - NOITE.
UM NEVOEIRO ESPÊSSO E ÚMIDO ESFRIAVA O AR. A LUZ DO POSTE ISOLADO SE REFLETIA INDEFINIDAMENTE NAS POÇAS DE ÁGUA DE CHUVA QUE ENCHIAM A RUA MAL NIVELADA. ARAKEN TEIXEIRA RESMUNGOU, ABORRECIDO, QUANDO UM PASSO DESCUIDADO LHE SALPICOU ÁGUA NOS SAPATOS; DEPOIS VIROU-SE, RÀPIDAMENTE, QUANDO PERCEBEU O CARRO SE APROXIMANDO EM ALTA VELOCIDADE. INSTINTIVAMENTE O JORNALISTA TENTOU RECUAR. O CARRO SE DESVIOU DA SUA TRAJETÓRIA E SUBIU A CALÇADA, TENTANDO ATINGI-LO. ARAKEN TROPEÇOU, MAS LEVANTOU-SE RÁPIDO E ATIROU O CORPO POR CIMA DO MURO BAIXO QUE CIRCUNDAVA A RUA. O CARRO DESAPARECERA NA VOLTA DA CURVA SEGUINTE.
O JORNALISTA LEVANTOU-SE E CORREU PARA O MEIO DA CALÇADA. NO CHÃO, HAVIA UM PAPEL QUE ALGUÉM JOGARA DO AUTOMÓVEL.
ARAKEN - (leu) “Isso acontece a quem mete o nariz onde não deve.” (era o que dizia o bilhete, em letras de forma, grandes).
CENA 6 - “FOLHA DO RIO” - SALA DE GOUVEIA NETO - INT. - NOITE.
GOUVEIA NETO DEU POR ENCERRADO O EXPEDIENTE E PREPARAVA-SE PARA IR EMBORA, QUANDO ARAKEN RETORNOU À REDAÇÃO, MUITO NERVOSO.
ARAKEN - (entregando o bilhete a Gouveia) Acho que eles pretendiam pregar isso no meu cadáver!
GOUVEIA NETO - Você identificou o ocupante do carro, ou ocupantes?
ARAKEN - Não, não os vi. Foi tudo muito rápido. Mas consegui uma coisa! (e sem pestanejar) Anotei o número da placa!
CORTA PARA:
CENA 7 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO FONTOURA - INT. - NOITE.
ARAKEN ADENTROU À SALA DO DELEGADO, AINDA MUITO ZONZO PARA SENTIR QUALQUER COISA ALÉM DA SURPRESA.
ARAKEN - Isso mesmo, seu Delegado. Tentativa de homicídio. Quero apresentar queixa. Eu consegui anotar a placa do carro. (entregou o papel a Fontoura) Aqui está.
DELEGADO FONTOURA - Muito bem. Aguarde um momento, que vou investigar.
FONTOURA, POR ALGUNS MINUTOS, CONSULTOU O COMPUTADOR Á SUA MESA.
DELEGADO FONTOURA - Ok. (dirigiu-se ao jornalista) O carro cuja placa o senhor anotou pertence a um tal Orlando Lopes. Foi roubado pela manhã e o homem, um corretor de seguros, também deu queixa à Polícia. Mas não tem qualquer relação com o caso de Nívea Louzada.
ARAKEN SUSPIROU E FEZ UM ESFORÇO PARA SENTAR-SE, RECOSTANDO-SE NA PAREDE.
ARAKEN - (para si) Agora, eu tenho certeza: estou na pista certa!
DELEGADO FONTOURA - Disse alguma coisa, seu Araken?
ARAKEN - Não, nada, doutor. Que susto que eu passei...
CORTA PARA:
CENA 8 - APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA - SALA - INT. - NOITE.
MARIO, VERINHA E ADELAIDE CARREGAVAM AS MALAS E UTENSÍLIOS PARA PÔR NO CARRO E SÓ FALTAVA O DELEGADO. A CAMPAINHA TOCOU.
ADELAIDE - É seu pai, finalmente.
FONTOURA - (entrando) Fui forçado a me demorar por causa do atentado àquele jornalista, Araken Teixeira. Sabem vocês que alguém quis matá-lo? (como ninguém nada disse, arrematou) Mas deixa isso pra lá, né. Vamos tocar pra Saquarema, que o fim de semana é nosso, turma!
CORTA PARA:
CENA 9 - ESTACIONAMENTO - EXT. - DIA.
NO DIA SEGUINTE, O DETETIVE JONAS E ARAKEN ESTAVAM DIANTE DO CARRO CUJA PLACA O ÚLTIMO ANOTARA.
ARAKEN - (caminhando en torno do veículo) A placa confere, mas o veículo, não. É outro. Devo ter-me enganado... A rua estava muito escura, sabe?
DETETIVE JONAS - Bom, então, nada feito. Vamos voltar pro Distrito.
CORTA PARA:
CENA 10 - DELEGACIA - SALA DE JONAS - INT. - DIA.
ARAKEN E O DETETIVE JONAS ESTAVAM DE VOLTA À DELEGACIA.
DETETIVE JONAS - (consultando o livro de ocorrências) Engraçado... sabe que ontem foi roubado também um carro e a chapa é parecida com a que o senhor me deu?!...
ARAKEN - De quem é o carro?
DETETIVE JONAS - É do senhor Renato Itararé de Souza.
ARAKEN - Isso! É ele, sim, Renatão! É dele o carro!
OS DOIS FITARAM-SE, SURPRESOS.
CORTA PARA:
CENA 11 - AV. VIEIRA SOUTO - EXT. - TARDE.
ERA CARNAVAL. A BANDA DE IPANEMA CARREGOU MILHARES DE FOLIÕES PELA AV. VIEIRA SOUTO, NAQUELA TARDE DE SÁBADO. FOLIÕES DESFILAVAM FANTASIAS SUPERPRODUZIDAS. HOMENS E MULHERES DE TODAS AS IDADES E ORIENTAÇÕES SEXUAIS MISTURAVAM-SE EM HARMONIOSO CONJUNTO DE IRREVERÊNCIA, SORRISOS E ALEGRIA.
CORTA PARA:
CENA 9 - APARTAMENTO DE RENATÃO - ATELIÊ - INT. - NOITE.
NO APARTAMENTO DO PLAYBOY, RODOLFO AUGUSTO DAVA OS ÚLTIMOS RETOQUES NA FANTASIA DE BAIANA, FEITA ÀS PRESSAS, COM QUE RENATÃO IA SAIR NA BANDA DENTRO DE MEIA HORA.
RENATÃO - Mais depressa, Rodolfo Augusto, ou vou chegar atrasado!
RODOLFO AUGUSTO PRENDEU UM CACHO DE BANANAS DE PLÁSTICO NO TURBANTE, COM UM ALFINETE.
RODOLFO AUGUSTO - Meu querido, se tivesse me chamado antes, eu deixaria você um arraso, só ia perder pra Carmen Miranda! Como me ligou em cima da hora, temos que improvisar e....
RENATÃO - (cortou, com um grito) Ai! Que isso! É pra enfiar as bananas no turbante, não no meu cérebro!
RODOLFO AUGUSTO - (bateu com as duas mãos nos quadris) Quer parar de dar chilique? Assim não consigo trabalhar!
A CAMPAINHA TOCOU. KONSTANTÓPULUS ENTROU NO ATELIÊ EM COMPANHIA DO DETETIVE JONAS.
DETETIVE JONAS - Está se preparando pra algum baile?
RENATÃO - Não. Vou sair na Banda de Ipanema.
DETETIVE JONAS - Sinto muito, mas o senhor não vai poder sair. O senhor vai comigo ao Distrito.
RENATÃO - Não entendi. O que está acontecendo?
DETETIVE JONAS - O senhor precisa prestar esclarecimento sobre uma tentativa de homicídio com seu carro!
RENATÃO - Como é que é? Meu carro foi roubado ontem á noite, da porta do meu edifício. Dei queixa á polícia. Mas deve ter
sido brincadeira de algum fã, porque o carro amanheceu no mesmo lugar.
DETETIVE JONAS - De fato, está tudo certo, mas acontece que ontem à noite o seu carro quase atropelou e matou um homem. E nesse caso, enquanto não provar que seu automóvel foi mesmo roubado, o senhor é o principal suspeito.
RENATÃO - Então, isso quer dizer...
DETETIVE JONAS - ... que o senhor terá que me acompanhar agora, ao Distrito. (e irônico) Se quiser, pode ir assim mesmo, vestido de baiana!
RODOLFO AUGUSTO - (arregalando os olhos) Nossa! Que babado forte!
FIM DO CAPÍTULO 48
Renatão (Jardel Filho)
e no próximo capítulo...
*** Um acidente com Verinha atrapalha o passeio da família Fontoura em Saquarema!
*** Araken procura Marieta, em busca de provas que incriminem Helô no assassinato de Nívea!
*** Helô pede a Vítor que a leve ao local do crime!
NÃO PERCA O CAPÍTULO 49 DE
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