terça-feira, 5 de junho de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Capítulo 55

Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
CAPÍTULO 54 
 
Personagens deste capítulo:
 
 RENATÃO
ARAKEN
JUREMA
LEOPOLDO
ADVOGADO CELSO BARROSO
VÍTOR
HELÔ
D. MARIETA
MARIA REGINA
MARCOS
KONSTANTÓPULUS
TIA COLÓ
MARISA
CARLINHA

CENA  -  NITERÓI  -  CASA DE TIA COLÓ  -  SALA  -  INT.  DIA.

RENATÃO BATEU NA PORTA. PANCADAS LEVES COM OS NÓS DOS DEDOS. TIA COLÓ ABRIU A PORTA.

TIA COLÓ  -  Renatinho! Que saudades, meu menino!...

RENATÃO ABRAÇOU E BEIJOU A TIA, CARINHOSAMENTE. CARLINHA ENTROU NA SALA E ATIROU-SE NOS BRAÇOS DO PAI.

CARLINHA  -  Papai!

TIA COLÓ  -  Ela não aguentava mais de tanta ansiedade, quando soube que você viria! Faltou até a aula, só pra ver o pai!

RENATÃO  -  Eu também tava ansioso pra ver meus dois amores! (olhou em volta) Madame X... quer dizer, Marisa, já chegou?

TIA COLÓ  -  Ainda não. Me explica isso direito, Natinho. Ela desistiu da guarda da menina e resolveu voltar pra Europa?

RENATÃO  -  Exatamente, Tia Coló.(ergueu as mãos para o alto) Graças a Deus! O marido veio buscá-la e ela resolveu voltar com ele pra Áustria, abrindo mão da guarda da Carlinha.

TIA COLÓ  -  Graças a Deus! Minhas preces pra São Judas Tadeu foram ouvidas. Vou fazer uma novena pra agradecer! (T) Será que ela vem mesmo, se despedir da menina?

NAQUELE INSTANTE, MARISA ENTROU, EMPURRANDO A PORTA ENTREABERTA.

MARISA  -  Claro que eu vim, tia Coló! Eu não poderia viajar sem dar um abraço na senhora e na minha filha (abaixou-se e abriu os braços para a menina) Carlinha, querida... pode me dar um abraço?

CARLINHA, NOS BRAÇOS DO PAI, FITOU A MÃE, TÌMIDAMENTE.

RENATÃO  -  (incentivou a filha) Vá, filha. Dê um abraço na sua mãe...

A MENINA OBEDECEU. ABRAÇOU MARISA, QUE AFAGOU-LHE OS CABELOS, EMOCIONADA.

MARISA  -  Minha filha... mamãe vai viajar... mas eu volto pra te ver, tá bem? Vou voltar sempre pra você, meu amor!

TIA COLÓ E RENATÃO TROCARAM UM OLHAR DE ESGUELHA.

CORTA PARA:

CENA 2  -  DELEGACIA  -  CELA DE JUREMA  -  INT.  -  DIA.

CABO JORGE  -  D. Jurema, visita para a senhora!

JUREMA LEVANTOU-SE, COM O CORAÇÃO AOS PULOS. LEOPOLDO SURGIU Á ENTRADA DA CELA.

JUREMA  -  Bem (disse, notando que ele percebera o seu desapontamento) é a primeira visita que eu recebo... eu pensei que...

LEOPOLDO  -  (cortou) ... que fosse Ricardinho!

JUREMA  -  (admitiu) É... desculpe...

LEOPOLDO  -  Não estou mais disposto a passar a mão na cabeça do meu filho. Se quer saber, Jurema, ele pouco se importa com você!

JUREMA  -  Mas ele tem me dado muito apoio moral, Leopoldo!

LEOPOLDO  -  Ah, Jurema, tenha paciência! Não venha com essa  onda  de  Amélia  pra  cima  de  mim!  Ele  não  liga pra você, acredite. Meu filho não merece o que você passa por ele. Não merece nada. É um irresponsável, um... um... um patife, pronto.

JUREMA  -  Não sei como o senhor tem a coragem de dizer isso do seu próprio filho!

LEOPOLDO  -  Estou revoltado, Jurema, é só isso. E me revolto por sua causa (disse, à sua maneira, inofensiva, cavalheiresca e antiquada). Me revolto em ver você aqui, nessa situação, e por me sentir impotente, sem poder fazer nada pra ajudar...

JUREMA SORRIU, TRISTEMENTE.

JUREMA  -  Obrigada, meu amigo.

CORTA PARA:

CENA 3  -  “FOLHA DO RIO”  -  REDAÇÃO  -  INT.  -  DIA.

A REDAÇÃO DA “FOLHA DO RIO” FERVILHAVA DE ATIVIDADE QUANDO O ADVOGADO CELSO BARROSO ENTROU, PROCURANDO POR ARAKEN TEIXEIRA. O JORNALISTA DIGITAVA COM RAIVA NUM COMPUTADOR AS SUAS OBRIGAÇÕES ROTINEIRAS, MAS LARGOU TUDO DE LADO PARA ATENDÊ-LO.

DR. CELSO  -  Fiquei impressionado com o seu telefonema e resolvi procurá-lo. Mas ainda não entendi. Li sua reportagem sobre o julgamento e acho que ela não coincide em nada com aquilo que o senhor me disse pelo telefone, que Jurema está inocente.

ARAKEN  -  (sorriu, depois tirou um cigarro do bolso)  Dr. Celso Barroso, num jornal, nem tudo o que a gente pensa pode escrever. Existem interesses em jogo, o senhor entende?... (fez uma pausa, acendeu o cigarro) Não lhe posso dizer mais do que isso. Porém, além da ética profissional, tenho a minha consciência de cidadão. Foi isso que me levou a lhe telefonar. Para lhe dar o meu apoio, a minha solidariedade como homem. Soube que o senhor ia lutar por uma revisão do processo, e senti necessidade de fazer isso. Infelizmente, não posso ajudá-lo. Mas sei de pessoas que  podem:  os  pais  de  Nívea  Louzada.  A  mãe, principalmente. Também um garçom do Castelinho, chamado Manolo. Essas pessoas poderão contar coisas muito interessantes...

CORTA PARA:

CENA 4  -  APARTAMENTO DE EMILIANO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

D. MARIETA SE ARRUMAVA PARA IR TRABALHAR, QUANDO A CAMPAINHA TOCOU. RESMUNGANDO, ABRIU A PORTA E DEPAROU COM CELSO BARROSO.

D. MARIETA  -  Pois não...

DR. CELSO  -  Bom dia, D. Marieta. Perdoe ter vindo assim, sem avisar. É que eu precisava falar com a senhora, com urgência.

D. MARIETA  -  Espere aí... estou reconhecendo o senhor... É...

DR. CELSO  -  (cortou) Isso mesmo: sou o advogado de D. Jurema de Alencar. Nos vimos no julgamento dela. Meu nome é Celso Barroso.

D. MARIETA  -  (fez-lhe sinal para entrar) Por favor, entre... não sei no que posso ajudar o senhor. Além do mais, estou um pouco atrasada. Tenho um salão de beleza e estava de saída...

DR. CELSO  -  Fique tranquila, não vou tomar seu tempo. É coisa rápida.

D. MARIETA  -  Pois bem... em que posso ajudá-lo?

DR. CELSO  -  D. Marieta, em seu depoimento, no tribunal, a senhora disse que achava que sua filha não foi ao encontro de Jurema na noite do crime. A senhora desconfia de alguém?
   
D. MARIETA  -  Bem, doutor, não tenho certeza de nada... apenas alguns fatos me levam a crer que aquela pobre mulher pode estar inocente no assassinato da minha filha.

DR. CELSO  -  Posso saber que fatos são esses? Pode me dar mais detalhes?...

D. MARIETA  -  O medalhão.... Minha filha e Helô, a filha do Dr. Oliveira Ramos, tinham medalhões idênticos. Eu encontrei o medalhão há pouco tempo entre as coisas dela... e percebi que não era o mesmo que foi encontrado  junto ao corpo.

DR. CELSO  -  (interessado) E onde está o medalhão que foi encontrado com ela?

D. MARIETA  -  Eu entreguei a Vítor, pois pertencia a Helô.

DR. CELSO  -  Mas esse medalhão também é uma prova muito  importante,  se  ficar  comprovado  que  foi  achado  junto ao
corpo e, dependendo a situação em que foi encontrado, isso poderá mudar tudo!

D. MARIETA  -  É, mas a esta altura, Helô já deve ter dado sumiço ao medalhão! Droga, eu fui uma idiota por ter devolvido ao Vítor...

DR. CELSO  -  Fique tranquila. Nem tudo está perdido. Vou entrar com um pedido de vista dos autos, para examinar as fotos tiradas pela perícia. E vamos atrás da verdade, D. Marieta, custe o que custar!

CORTA PARA:

CENA  5  -  APARTAMENTO DE HELÔ  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

NAQUELA MESMA TARDE, O TELEFONE TOCOU E HELÔ ATENDEU.

HELÔ  -  Alô!

DR. CELSO  -  Por favor, eu gostaria de falar com o Sr. Vítor Mariano.

HELÔ  -  Meu marido está de saída para o trabalho, creio que não vai poder atender. Se quiser deixar recado...

DR. CELSO  -  Não, obrigado. Na verdade, quero conversar com seu marido pessoalmente. Aqui é o Dr. Celso Barroso. Sou advogado de D. Jurema de Alencar.

HELÔ  -  (ficou tensa)  Por favor, ligue mais tarde.

DR. CELSO  -  Ligo, sim. Passe bem, D. Heloísa.

HELÔ COLOCOU O FONE NO GANCHO. VÍTOR DIRIGIU-SE PARA A PORTA.

VÍTOR  -  Quem era?

HELÔ  -  O advogado de Jurema, Dr. Celso Barroso. Quer falar com você (fez uma pausa) Mas o caso de Jurema não estava encerrado?

VÍTOR  -  Sim, mas ele vai tentar uma revisão do processo. Li num jornal.

HELÔ  -  Se isso for verdade, por que quer falar com você? E se alguém tiver falado a ele alguma coisa a meu respeito? Só pode ser isso. E se for?

VÍTOR  -  Teremos de enfrentar a situação. Nada mais.

VÍTOR BEIJOU A MULHER NO ROSTO E SAIU.

CORTA PARA:

CENA  6 -  PRAIA DE IPANEMA  -  EXT.  -  DIA.


MARIA REGINA ERA UMA GAROTA AMBICIOSA. TINHA 22 ANOS,   BONITA,   CORPO   DE  MANEQUIM.  BASTANTE  VIVA,  ESTAVA A FIM DE SE PROMOVER A QUALQUER PREÇO. MISTURAVA  UM  POUCO  DE  ILUSÃO  SUBURBANA  COM  O CALCULISMO E A MALÍCIA DA GAROTA DE IPANEMA. ESTAVA NA PRAIA, EM COMPANHIA DE MARCOS, O NAMORADO DE VERINHA, QUANDO RENATÃO PASSOU, DE ÓCULOS ESCUROS PARA NÃO SER RECONHECIDO.

MARIA REGINA  -  É esse o Renatão?

MARCOS  -  É. Quer que eu te apresente a ele?

MARIA REGINA  -  Não, eu tenho uma idéia melhor. Você sabe onde ele mora?

MARCOS APONTOU PARA O PRÉDIO A POUCOS METROS DE DISTÂNCIA.

MARCOS  -  Ali. Apartamento bacana, hem? Vieira Souto, de frente pro mar... Ô vidão!...

MARIA REGINA SORRIU, MALICIOSA.

MARIA REGINA  -  Vou indo, então. Tchau, Marquinho!

CORTA PARA:

CENA  7  -  APARTAMENTO DE HELÔ  -  SALA  -  INT.  – DIA.


O DR. CELSO BARROSO TOCOU A CAMPAINHA, ALGUNS MINUTOS DEPOIS DE VÍTOR TER SAÍDO. HELÔ ABRIU A PORTA E FICOU INDECISA.

HELÔ  -  O senhor é...

DR. CELSO  -  Celso Barroso, advogado de Jurema de Alencar.

HELÔ  -  Mas eu lhe disse que meu marido estava saindo e...

DR. CELSO  -  (cortou) Eu sei, D. Heloísa. Na verdade, é com a senhora que eu quero falar. Posso entrar?

HELÔ FEZ SINAL PARA O ADVOGADO PASSAR.

HELÔ  -  Não entendi por que...

DR. CELSO  -  Eu gostaria de lhe fazer umas perguntas sobre Nívea Louzada. Inclusive sobre o medalhão.

HELÔ  -  (com a voz calma) Que medalhão?
 
DR. CELSO  -  Um que foi encontrado junto ao corpo. Ninguém notou, a princípio, que esse medalhão não era dela. Mas agora, tornou-se importantíssimo!

HELÔ  -  Não tenho nada a dizer sobre esse assunto. Não sei de medalhão nenhum.

DR. CELSO  -  Sabe, D. Heloísa, sabe... Aposto como tem coisas muito importantes pra dizer sobre esse medalhão!

NERVOSA ANTE A INSISTÊNCIA DO ADVOGADO, HELÔ ABRIU A PORTA, MOSTRANDO-LHE A SAÍDA.

HELÔ  -  Por favor, saia da minha casa!

DR. CELSO  -  Seja razoável, D. Heloisa. Não precisa ficar nervosa. Só quero...

HELÔ  -  (gritou, fora de si) Saia! Fora da minha casa!

DR. CELSO  -  (encaminhou-se para a porta) Está bem, eu vou embora... mas sei que nos veremos muito antes do que a senhora imagina! Até breve, D. Heloísa!

HELÔ BATEU A PORTA E RECOSTOU-SE Á PAREDE, TENTANDO CONTROLAR NOVA CRISE DE NERVOS QUE A CONSUMIA POR DENTRO. COBRIU O ROSTO COM AS MÃOS E COMEÇOU A SOLUÇAR,  DESCONTROLADAMENTE.
   
CORTA PARA:

CENA  8  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

A CAMPAINHA DO APARTAMENTO DE RENATÃO TOCOU INSISTENTEMENTE: ALELUIA! ALELUIA! KONSTANTÓPULUS FOI ABRIR E MARIA REGINA ENTROU, PORTA ADENTRO, TOMADA DE PÂNICO.

MARIA REGINA  -  Pelo amor de Deus, moço, me deixe entrar! Feche a porta, depressa! Um homem!... Está me perseguindo! Tomou o elevador comigo e tentou me agarrar!

NESSE INSTANTE RENATÃO ENTROU, EMBRULHADO NUMA TOALHA. IA DO BANHEIRO PARA O QUARTO, MAS SE DETEVE NO MEIO DA SALA, QUANDO A MOÇA CORREU PARA ELE.

MARIA REGINA – (aos gritos) Deixe-me ficar aqui um instante!... Até ele ir embora!

RENATÃO  -  Ele, quem? Seu namorado?

MARIA REGINA  -  Que namorado! Nunca vi aquela cara na minha vida! E nunca vou esquecer!... Me agarrou dentro do elevador... eu tive que lutar!... Não sei como consegui abrir a porta e chegar até aqui...

A MOÇA ESTAVA OFEGANTE E PÁLIDA. KONSTANTÓPULUS ABRIU A PORTA E OLHOU O CORREDOR.

KONSTANTÓPULUS  -  Não há ninguém no corredor.

MARIA REGINA  -  Mas pode estar escondido! O senhor sabe, Ipanema está cheia de bicões... uma moça não pode mais andar na rua...

RENATÃO  -  Lá isso é verdade. Mas pode ficar tranquila. Aqui, você está segura. Konstantópulus, vá buscar um calmante para a moça. Licor de laranja é bom.

O MORDOMO SAIU, COM UM OLHAR MALICIOSO.

RENATÃO  -  Com licença. Como vê, acabei de sair do banho. Vou me vestir.

MARIA REGINA GIROU OS OLHOS EM VOLTA, EXAMINANDO O APARTAMENTO. VIU O RETRATO DE RENATÃO, ATRÁS DA PORTA, E SORRIU. LOGO DEPOIS APARECEU O MORDOMO COM UM CÁLICE DE LICOR E, INSTANTES MAIS TARDE, O PLAYBOY.

MARIA REGINA  -  (deu início ao seu jogo) Engraçado, o senhor se parece com um artista de cinema que eu não me lembro qual é...

RENATÃO  -  Há pessoas que me acham parecido com o Jardel Filho... quando era vivo, é lógico!

MARIA REGINA  -  É isso! Jardel Filho!

RENATÃO  -  Mas eu não acho; sou um pouco mais bonito...

MARIA REGINA  -  (engrenou uma segunda) Eu adoro cinema.

RENATÃO  -  Ah, é?

MARIA REGINA  -  Adoro também teatro, televisão...

RENATÃO MANJOU O GOLPE.

MARIA REGINA  -  ... claro,meus pais são contra. Tenho uns pais muito quadrados. Mas o dia em que eu conseguir uma chance...

RENATÃO NÃO ESPEROU MAIS: ABRIU O JOGO.

RENATÃO  -  Olha, garota, essa chance você não vai conseguir dando esse golpe manjado de donzela perseguida. Tá?

A MOÇA SE VIU DESMORALIZADA. PERDEU TODA A SEGURANÇA.

MARIA REGINA  -  Eu... que é que o senhor tá pensando?... Não é golpe...

RENATÃO  -  Ora, minha filha, pra cima de mim? Tenho quarenta anos de malandragem... Vamos abrir o jogo... Qual é a sua?...

MARIA REGINA COMEÇOU A CHORAR.

RENATÃO  -  Ih, vai dar essa também?...

MARIA REGINA  -  Eu não sou quem o senhor tá pensando!

RENATÃO  -  Chi... você não imagina quantas disseram essa frase, aí mesmo, no lugar onde você está (e para o mordomo) Konstan, bota essa piriguete na rua!
 
FIM DO CAPÍTULO 55

E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
 

*** Renatão tem mais uma idéia maluca: decide apresentar Maria Regina a Rodolfo Augusto, como sua prima de BH, aspirante a modelo.. Xi... confusões à vista!

*** Consuelo leva Samuquito para conhecer a mansão que comprou no Joá, e deixa-o deslumbrado!

*** Helô e Vítor tem uma séria discussão e acontece o inevitável: separam-se!

NÃO PERCA O CAPÍTULO 56 DE


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