Novela de Toni Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
http://youtu.be/zIuryHGvAVc
CAPÍTULO 20
*** Padre Vítor é atraído para uma cilada na Praia do Arpoador e é agredido covardemente!
*** A revista estrangeira com as fotos sensuais de Nívea chegam ás bancas!
Participam deste capítulo:
HELÔ (Dina Sfat)
RICARDINHO (Carlos Vereza)
DELEGADO FONTOURA (Urbano Lóes)
DETETIVE JONAS (Solon de Almeida)
DANUSA (Heloisa Helena)
LEOPOLDO (Paulo Gonçalves)
OLIVEIRA RAMOS (Mario Lago)
VERINHA (Djenane Machado)
RENATÃO (Jardel Filho)
LAURO LEMOS (Carlos de Oliveira)
VÍTOR (Francisco Cuoco)
EMILIANO (paulo Padilha)
MARIETA (Wanda Lacerda)
JUIZ
CENA 1 - APARTAMENTO DE DANUSA - SALA - INT. - DIA.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.
DANUSA - (aterrorizada) Ficou louco?! Não se aproxime!
LEOPOLDO RESPIROU FUNDO E CONTROLOU SEU ÍMPETO. DANUSA RECUOU, SENTINDO A AMEAÇA NOS SEUS OLHOS. SÚBITO, ELE RETROCEDEU E SAIU.
CORTA PARA:
CENA 2 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO FONTOURA - INT. - DIA
DETETIVE JONAS - Pois aquela dona mentiu, doutor Oliveira. Falei com o porteiro do edifício onde ela mora. Na noite do crime, Jurema chegou em casa às duas horas da madrugada. E chegou sozinha.
O DELEGADO LEVANTOU-SE, APÓS OUVIR ATENTAMENTE O DETETIVE JONAS, ENCARREGADO DE APURAR SE JUREMA TINHA CONTADO A VERDADE.
DELEGADO FONTOURA - Eu bem que desconfiava. Ela está querendo arranjar um álibi para o Ricardinho. Mas esse não vai colar.
O DETETIVE FEZ MENÇÃO DE SAIR E DIRIGIU-SE PARA A PORTA.
DETETIVE JONAS - (lembrou-se) Tem um camarada aí fora querendo falar com o senhor. Mando entrar?
LEOPOLDO REIS ENTROU NO GABINETE DO POLICIAL, COM O CORAÇÃO AOS PULOS. UMA SOMBRA DE MÊDO ANUVIAVA-LHE O ROSTO.
LEOPOLDO - Com licença, doutor. Meu nome é Leopoldo Reis... eu sou o pai do Ricardo Miranda.
DELEGADO FONTOURA - Em que posso servi-lo?
LEOPOLDO - O senhor não deve me servir em coisa alguma. O senhor deve mandar me prender.
DELEGADO FONTOURA - Prendê-lo... por quê?
LEOPOLDO - Porque fui eu que matei Nívea.
CORTA PARA:
CENA 3 - APARTAMENTO DE DANUSA - SALA - INT. - DIA.
RICARDINHO, REFASTELADO NO SOFÁ, ASSISTIA TELEVISÃO, QUANDO, DE REPENTE, LEVANTOU-SE, DE UM SALTO.
RICARDINHO - (gritou para o interior do apartamento) Mãe! Corre aqui!
DANUSA SURGIU NA SALA, ASSUSTADA, COM UMA MÁSCARA VERDE NO ROSTO E TOUCA TÉRMICA NA CABEÇA.
DANUSA - Ai, que susto, Ricardinho! Assim você me mata do coração!
RICARDINHO APONTOU PARA A TV, ONDE O REPÓRTER DAVA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS.
REPÓRTER - Acaba de ser prêso o ex-ator Leopoldo Reis, por confessar o assassinato de Nívea Louzada. Leopoldo Reis ficou prêso por 15 anos e estava em liberdade condicional...
RICARDINHO - É o meu pai, não é?
DANUSA CONFIRMOU BALANÇANDO A CABEÇA, OS OLHOS FIXOS NO TELEVISOR.
DANUSA - É. É seu pai.
RICARDINHO - (perplexo) Mas como é possível? Como, se ele mal conhecia Nívea? Não pode ser! Não entra na minha cabeça!
DANUSA - Bem, muito certo ele nunca foi. Tanto que passou quinze anos na cadeia. E, quem mata uma vez, mata duas.
CORTA PARA:
CENA 4 - APARTAMENTO DE EMILIANO - SALA DE JANTAR - INT. - DIA.
MARIETA E EMILIANO ALMOÇAVAM, QUANDO VÍTOR SURGIU, MOSTRANDO A MANCHETE NO JORNAL - “PRESO O ASSASSINO DE NÍVEA LOUZADA”.
MARIETA E EMILIANO LERAM A NOTÍCIA, PERPLEXOS.
MARIETA - Mas... mas isso parece absurdo! E agora esse homem...
EMILIANO - Haveria uma razão?
VÍTOR - Eu também achei fora de propósito... (e decidido) Já sei o que vou fazer! Com licença.
VÍTOR ADIANTOU-SE EM DIREÇÃO Á PORTA.
MARIETA - Espere, Marcos! O que vai fazer?
ERA TARDE. VÍTOR ACABARA DE SAIR, FECHANDO A PORTA ATRÁS DE SI.
CORTA PARA:
CENA 5 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO FONTOURA - INT. - DIA.
VÍTOR - Delegado, por favor, eu preciso falar com Leopoldo Reis.
DELEGADO FONTOURA - Dou-lhe 15 minutos. Não mais que isso, padre.
VÍTOR - É o suficiente. Obrigado, delegado.
DELEGADO FONTOURA - (para o Cabo Jorge, que acompanhara Vítor à sala de Fontoura) Cabo, leve o padre à cela de Leopoldo Reis.
CORTA PARA:
CENA 6 - DELEGACIA - CELA - INT. - DIA
VÍTOR ADENTROU A CELA DE LEOPOLDO E SENTOU-SE A SEU LADO, NA PEQUENA CAMA DE COLCHÃO DURO.
LEOPOLDO - O que o senhor quer comigo?
VÍTOR - Seu Leopoldo, eu preciso conversar com o senhor. O que o levou a confessar o assassinato de Nívea?
LEOPOLDO - Quem é o senhor?
VÍTOR - Meu nome é Vítor Mariano. Sou... amigo da família da Nívea.
LEOPOLDO - Eu lamento pela família... Mas o que está feito, está feito. Eu matei Nívea Louzada.
VÍTOR - Mas... qual o motivo?
LEOPOLDO - Eu desejava apenas impedir o casamento dessa moça com meu filho Ricardinho.
VÍTOR ARREGALOU OS OLHOS.
VÍTOR - O senhor... é pai de Ricardo Miranda?
LEOPOLDO - Sou. Eu telefonei pra ela naquela noite. Disse que era urgente. Foi fácil atrair a moça. Nós discutimos... ela se assustou e saiu correndo. Começou a gritar. Eu fui atrás, mas para impedir que ela fizesse um escândalo.... até que ela chegou na beira do paredão e... caiu lá embaixo.
VÍTOR - É justo que o senhor ame seu filho. Mas será que não pensou que aquela moça também tinha pais?
CORTA PARA:
CENA 7 - APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS - SALA - INT. - DIA.
HELÔ JOGOU O JORNAL NA POLTRONA E FITOU O PAI.
HELÔ - Essa confissão é uma palhaçada! Qualquer um poderia ter matado a Nívea, menos esse homem!
OLIVEIRA RAMOS - (segurou o queixo, testa franzida) Será?
HELÔ - Você tem alguma dúvida? Pois eu, não! Lógico que não foi ele!
OLIVEIRA RAMOS - (falou, medindo as palavras, temendo a reação da jovem) Filha... amanhã é meu casamento. Eu quero te fazer um pedido... Posso?
HELÔ - (de má vontade) Você sabe que eu sou contra esse casamento! Acho um absurdo, uma...
OLIVEIRA RAMOS - (cortou) Filha, eu sei a sua opinião. Eu só te peço uma trégua. Quero me casar em paz. Sem atrito entre você e Susi. Você... pode fazer isso pelo seu pai?
HELÔ - (sorriu, resignada) Pode, meu pai! Vou fazer isso por você. Prometo!
OLIVEIRA RAMOS - Obrigado, filha. Eu sabia que podia contar com você.
HELÔ BEIJOU O PAI NA TESTA E RETIROU-SE DO ESCRITÓRIO.
CENA 8 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO FONTOURA - INT. - DIA.
DETETIVE JONAS - Doutor Fontoura, andei conferindo as declarações desse Leopoldo Reis. Esse homem é um farsante ou um doido! Nada do que ele declarou se ajusta à realidade.(estendeu um papel para Fontoura) Aqui está o relatório com o depoimento do porteiro do hotel onde ele morava, na Lapa.
DELEGADO FONTOURA - (leu o relatório) “Nívea Louzada havia saído de casa ás onze e meia da noite. Leopoldo Reis chegou ao hotel onde residia, na Av. Mem de Sá, por volta das dez horas, se queixando de dor de cabeça. A uma da manhã procurou o porteiro e pediu um analgésico. E não saiu mais, porque a porta fica fechada a noite toda e alguém, para entrar ou sair, tem que acordar o porteiro.” (pôs a mão na cabeça, desesperado) Conclusão: ele está mentindo!
DETETIVE JONAS - Não há mais dúvidas que não foi ele, doutor!
DELEGADO FONTOURA - (vermelho de raiva) Cabo Jorge! Traga esse maluco aqui, agora!
CORTA PARA:
CENA 9 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO FONTOURA - INT. - DIA.
A RECONSTITUIÇÃO DO CRIME VEIO CONFIRMAR O QUE O DELEGADO JÁ SABIA, EM FACE DAS CONTRADIÇÕES QUE LEOPOLDO HAVIA CAÍDO.
DELEGADO FONTOURA - Seu Leopoldo, o senhor é um bom ator, mas mau caráter. Quer se divertir ás nossas custas? (deu um murro na mesa e gritou alto para que todos ouvissem) Vamos parar com essa palhaçada! Diga a verdade. Por que inventou essa história? Ah, já sei, está querendo publicidade para voltar ao palco e precisa de um bom lançamento, não é isso?
LEOPOLDO, DESMASCARADO, BAIXOU A CABEÇA E PÔS A MÃO NO ROSTO, ENCABULADO.
LEOPOLDO - Não é isso, delegado...
DELEGADO FONTOURA - (cortou) Se não é isso, é que você está querendo acobertar alguém. Seu filho!
LEOPOLDO FICOU INDECISO. O DELEGADO VOLTOU A GRITAR, DESTA VEZ PARA O DETETIVE.
DELEGADO FONTOURA - Jonas, bota esse sujeito na rua!
CORTA PARA:
CENA 10 - IPANEMA - PRAÇA GENERAL OSÓRIO - EXT. - TARDE.
VERINHA, AO SABER DO ESTADO DEPRESSIVO QUE SE ENCONTRAVA HELÔ COM A MORTE DE NÍVEA, CONVENCEU-A A DAR UM PASSEIO E TOMAR UM SORVETE. AS DUAS CAMINHAVAM PELA PRAÇA, NO FIM DE TARDE.
VERINHA - ... e o tal do Leopoldo Reis foi solto. Meu pai tá uma pilha, tentando achar o assassino da coitadinha da Nívea... O pior é que a coisa embolou de novo... Parece que agora, vão ter que encontrar outro suspeito...
HELÔ DEU UM SORRISO SÁDICO.
HELÔ - Se eu pudesse envolver aquele padre?...
VERINHA - (surpresa) O padre? Mas é lógico que não foi ele! Coitado!...
HELÔ - Coitado? Coitado nada! Ele é o culpado de tudo, direta ou indiretamente. Se ele não tivesse caído de pára-quedas na vida da Nívea, ela, hoje, estaria viva!
VERINHA - Nossa! Você detesta mesmo esse padre!...
HELÔ - Detestar é pouco.... eu o odeio!
VERINHA - (com uma ponta de malícia) Não sei, não... Esse ódio todo... pode estar escondendo um sentimento muito mais forte, por trás...
HELÔ - Não diz bobagem, Verinha. Vamos mudar de assunto e tomar nosso sorvete?
CORTA PARA:
CENA 11 - APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS - LIVING - INT. - DIA.
NUM SALÃO MUITO BONITO, DECORADO COM BOM GOSTO E REQUINTE, PLANOS RÁPIDOS DO CASAMENTO CIVIL DE OLIVEIRA RAMOS E SUSI. ESTAVAM PRESENTES TAMBÉM RENATÃO, O COLUNISTA LAURO LEMOS, AS TRÊS PRIMEIRAS ESPOSAS DO BANQUEIRO, HELÔ, VERINHA E ALGUNS CASAIS, AMIGOS DOS NOIVOS. ENQUANTO O JUIZ OFICIALIZAVA A CERIMÔNIA, TROCA DE OLHARES DISCRETA ENTRE SUSI E RENATÃO, QUE PISCOU O OLHO PARA ELA.
APÓS A TROCA DE ALIANÇAS, OS NOIVOS E OS PADRINHOS ASSINARAM O LIVRO DE REGISTRO CIVIL.
JUIZ - Em nome da lei, vos declaro casados.
OLIVEIRA RAMOS E SUSI BEIJARAM-SE, SOB OS APLAUSOS E CUMPRIMENTOS DOS PRESENTES.
FIM DO CAPÍTULO 20
Ricardinho (Osmar Prado) |
e no próximo capítulo...
*** Padre Vítor é atraído para uma cilada na Praia do Arpoador e é agredido covardemente!
*** A revista estrangeira com as fotos sensuais de Nívea chegam ás bancas!
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