Novela de Janete Clair
Adaptação de Toni Figueira
CAPÍTULO 91
Participam deste
capítulo
Baby -
Claudio Cavalcanti
Inês -
Betty Faria
Otto -
Jardel Filho
Ester - Gloria
Menezes
Lia -
Arlete Salles
Paulus -
Emiliano Queiroz
Dr. Max - Álvaro Aguiar
Von Muller -
Jorge Cherques
Ricardo -
Edney Giovenazzi
Orjana -
Neusa Amaral
Naná - Mary Daniel
Vanda Vidal - Dina
Sfat
Coice de Mula - Dary
Reis
CENA 1 -
PORTO AZUL - PREFEITURA
- VARANDA -
INTERIOR - DIA
OTTO, PAULUS, ESTER E O DR. MAX ASSISTIAM A CENA DO ALTO DA
VARANDA.
ESTER - Pronto... o Dr. Cyro destruiu aquilo que você
disse que era prova contra ele!
EM SEGUIDA, ESTER ENTROU NO INTERIOR DA PREFEITURA. OS DEMAIS
SEGUIRAM-NA.
OTTO - (berrou) Safado!
ESTER - Neste caso, nada fica provado contra ele,
Otto. Acho que ele ficaria melhor numa cela de prisão, mas... Você vem comigo,
Paulus?
O NOIVO TOMOU-LHE A MÃO.
PAULUS - Claro!
LIA SORRIU, DISFARÇADAMENTE.
OTTO - O que é?
LIA - Estou imaginando a cara do sujeito que
preparou esse golpe sujo contra o Dr. Cyro. A esta hora deve estar fuzilando de
raiva, porque o golpe gorou. Não parece que ele tem mesmo proteção divina? Se
sai bem do todos os golpes que estão sendo arranjados contra ele e sua gente...
OTTO - (irritado) E quem disse a você que são golpes
contra ele?
LIA - Evidente, não, Otto?
CENA 2 -
PORTO AZUL - CASEBRE DE TAVARES - SALA
- INTERIOR - DIA
VON MULLER SENTIA ÂNSIA DE CORTAR AOS PEDAÇOS O CORPO DO
FALSO VENDEDOR.
VON MULLER - Seu... imbecil! Seu estúpido! Seu idiota!
TAVARES - Eu não tive culpa, Seu Henrique! Saiu tudo
errado!
VON MULLER - Sair tudo errada...porque você ser errada! Eu
lhe pagar bem para implicar Dr. Cyro Valdez! Você receber dinheiro e não fazerr
nada certo!
TAVARES - Se quer, eu devolvo seu dinheiro!
VON MULLER - Non... eu vai precisarr de você... eu
precisarr talvez de usar de outra ideia... para acabar com aquele miserável.
TAVARES - Conta
comigo, Seu Henrique! Conta comigo!
VON MULLER IA SAINDO, E DEPAROU COM A ESPOSA DE TAVARES.
VON MULLER - Seu mulher... non sabia de nada?
TAVARES PERCEBEU A PRESENÇA INDISCRETA DA ESPOSA,
VISIVELMENTE ESPANTADA.
TAVARES - Não... mas ela não vai abrir o bico.
VON MULLER - Assim esperro...
CORTA PARA:
CENA 3 -
PORTO AZUL - CASA DE INÊS
- SALA -
INTERIOR - DIA
INÊS - Oi, bem! Você demorou! Estou um tempão à sua
espera!
BABY - (beijou a esposa na testa) Oi, amor...
INÊS - Vem ver a nova casa. Estou dando uma mãozinha
de pintura. Vem ver se você gosta...
BABY - Gosto, gosto. Tudo o que você faz eu gosto!
Veja qualquer coisa pra eu beber.
INÊS - (preparando um drinque no bar improvisado)
Daniel passou aqui e disse que vocês deram uma corrida num camarada, na praça.
BABY - É, foi. É golpe que o Otto quer preparar
contra o Cyro. Mas fui lá, na casa dele, e avisei que não adianta nada. Quantos
golpes eles preparem, tantos nós destruiremos. Estamos de olho neles. Tudo tem
saído às avessas, para ele... E vai piorar muito mais quando nós... digo, eu e
os mineiros que ele despediu, tomarmos conta da cidade.
INÊS - Vocês vão tomar conta da cidade?
BABY - Ah, vamos! Ele vai se arrepender de ser o
prefeito de Porto Azul.
INÊS - E quando vocês vão tomar conta da cidade?
BABY - Não vai demorar. Já estou passando as
propriedades pro nome deles. Depois das escrituras assinadas, vamos ter de
tomar algumas providencias.
INÊS - (apreensiva)
Quais?
BABY - Bem... vamos ter de desocupar algumas
residências que estão alugadas... e para isso vamos ter de recorrer a uma
medida que não gosto de tomar... o despejo... infelizmente, terá de ser assim.
CORTA PARA:
CENA 4 -
PORTO AZUL - CABARÉ DE NANÁ -
INTERIOR - NOITE
VANDA VIDAL SE AFASTOU PARA O FUNDO DO CABARÉ, ONDE SE
LOCALIZAVAM OS QUARTOS PARA ENCONTROS AMOROSOS. VIRA OTTO MULLER E SUA GANG
CHEGAR AO ESTABELECIMENTO À PROCURA DE NANÁ. A VELHA MERETRIZ ENFRENTOU-OS SEM
RECEIO.
OTTO - Você não me respondeu se aceita a minha
proposta...
NANÁ - Então... lhe interessa que eu diga na justiça
que Baby é filho ilegítimo de Augusto. E por quê? Que interesse você tem nisso?
OTTO - Diga a ela, Valter.
COICE DE MULA - É que seu Baby ganhou a causa da herança na
justiça e agora cometeu a burrada de passar todos os bens pro nome dos
companheiro dele...
OTTO - Os vagabundos seguem ele e Cyro.
NANÁ - Compreendo. O senhor não está muito
preocupado com o fato dos companheiros de Baby se apossarem dos bens dele. Está
mais preocupado com a herança que perdeu.
OTTO - Tenho mais
direito a ela do que Baby, que não é nada meu. Quero saber sua resposta.
NANÁ - Minha resposta é não!, senhor prefeito. Posso ter cometido muita burrada na vida,
mas não vou fazer isso com meu próprio filho!
OTTO - Pois fique sabendo que ele tem verdadeiro
nojo de você!
NANÁ - (ignorando as palavras de Otto) Vão tomar
alguma coisa?
OTTO - Posso mandar expulsá-la daqui!
NANÁ - Não se esqueça que tenho um documento
assinado pelo senhor.
OTTO - (enfureceu-se) Sua...
COICE DE MULA - (segurou-lhe o braço) Vamos, chefe. Vamos
embora.
OTTO ATIROU ALGUMAS CÉDULAS CONTRA O ROSTO DA VELHA E SAIU
FURIOSO. NANÁ SORRIU INDIFERENTE.
CORTA PARA:
CENA 5 -
PORTO AZUL - CASA DE D. BÁRBARA -
SALA - INTERIOR
- NOITE
ORJANA OUVIA ATENTA AS PALAVRAS DE RICARDO QUE
DEMONSTRAVA SUA APREENSÃO, SEU RECEIO
POR UMA POSSÍVEL DESGRAÇA QUE VIESSE A ATINGIR CYRO.
ORJANA - Ricardo, será mesmo só por causa de Cyro que
você está assim? Será que nisto não há um pouco de ciúme por causa de Vanda?
RICARDO - Claro que é só o zelo pela felicidade, pela
segurança do meu filho! Afinal, em quem
tenho pensando nos últimos tempos, senão nele? Aceitei uma responsabilidade
quando reconheci Cyro como meu filho, e quero evitar a desgraça de um romance
dele com uma mulher daquela espécie! Ele é meu filho, Orjana, e só quero o
melhor para ele!
ORJANA - Eu sei... eu sei... Reconheço. Perdão... não
me leve a mal... Você tem provado... Você é um bom pai, Ricardo, um ótimo pai!
FIM DO CAPÍTULO 90