domingo, 30 de novembro de 2014

O HOMEM QUE DEVE MORRER - Capítulo 91


Novela de Janete Clair

Adaptação de Toni Figueira

CAPÍTULO 91

Participam deste capítulo

Baby  -  Claudio Cavalcanti
Inês  -  Betty Faria
Otto  -   Jardel Filho
Ester  -  Gloria Menezes
Lia  -  Arlete Salles
Paulus  -  Emiliano Queiroz
Dr. Max  -  Álvaro Aguiar
Von Muller  -  Jorge Cherques
Ricardo  -  Edney Giovenazzi
Orjana  -  Neusa Amaral
Naná  - Mary Daniel
Vanda Vidal  -  Dina Sfat
Coice de Mula  -  Dary Reis

CENA 1  -  PORTO AZUL  -  PREFEITURA  -  VARANDA  -  INTERIOR  -  DIA

OTTO, PAULUS, ESTER E O DR. MAX ASSISTIAM A CENA DO ALTO DA VARANDA.

ESTER  -  Pronto... o Dr. Cyro destruiu aquilo que você disse que era prova contra ele!

EM SEGUIDA, ESTER ENTROU NO INTERIOR DA PREFEITURA. OS DEMAIS SEGUIRAM-NA.

OTTO  -  (berrou) Safado!

ESTER  -  Neste caso, nada fica provado contra ele, Otto. Acho que ele ficaria melhor numa cela de prisão, mas... Você vem comigo, Paulus?

O NOIVO TOMOU-LHE A MÃO.

PAULUS  -  Claro!

LIA SORRIU, DISFARÇADAMENTE.

OTTO  -  O que é?

LIA  -  Estou imaginando a cara do sujeito que preparou esse golpe sujo contra o Dr. Cyro. A esta hora deve estar fuzilando de raiva, porque o golpe gorou. Não parece que ele tem mesmo proteção divina? Se sai bem do todos os golpes que estão sendo arranjados contra ele e sua gente...

OTTO  -  (irritado) E quem disse a você que são golpes contra ele?

LIA  -  Evidente, não, Otto?

CORTA PARA:


CENA 2  -  PORTO AZUL  -  CASEBRE DE TAVARES -   SALA  -  INTERIOR  -  DIA

VON MULLER SENTIA ÂNSIA DE CORTAR AOS PEDAÇOS O CORPO DO FALSO VENDEDOR.

VON MULLER  -  Seu... imbecil! Seu estúpido! Seu idiota!

TAVARES  -  Eu não tive culpa, Seu Henrique! Saiu tudo errado!

VON MULLER  -  Sair tudo errada...porque você ser errada! Eu lhe pagar bem para implicar Dr. Cyro Valdez! Você receber dinheiro e não fazerr nada certo!

TAVARES  -  Se quer, eu devolvo seu dinheiro!

VON MULLER  -  Non... eu vai precisarr de você... eu precisarr talvez de usar de outra ideia... para acabar com aquele miserável.

TAVARES -  Conta comigo, Seu Henrique! Conta comigo!

VON MULLER IA SAINDO, E DEPAROU COM A ESPOSA DE TAVARES.

VON MULLER  -  Seu mulher... non sabia de nada?

TAVARES PERCEBEU A PRESENÇA INDISCRETA DA ESPOSA, VISIVELMENTE ESPANTADA.

TAVARES  -  Não... mas ela não vai abrir o bico.

VON MULLER  -  Assim esperro...

CORTA PARA:

CENA 3  -  PORTO AZUL  -  CASA DE INÊS  -  SALA  -  INTERIOR  -  DIA

INÊS  -  Oi, bem! Você demorou! Estou um tempão à sua espera!

BABY  -  (beijou a esposa na testa) Oi, amor...

INÊS  -  Vem ver a nova casa. Estou dando uma mãozinha de pintura. Vem ver se você gosta...

BABY  -  Gosto, gosto. Tudo o que você faz eu gosto! Veja qualquer coisa pra eu beber.

INÊS  -  (preparando um drinque no bar improvisado) Daniel passou aqui e disse que vocês deram uma corrida num camarada, na praça.

BABY  -  É, foi. É golpe que o Otto quer preparar contra o Cyro. Mas fui lá, na casa dele, e avisei que não adianta nada. Quantos golpes eles preparem, tantos nós destruiremos. Estamos de olho neles. Tudo tem saído às avessas, para ele... E vai piorar muito mais quando nós... digo, eu e os mineiros que ele despediu, tomarmos conta da cidade.

INÊS  -  Vocês vão tomar conta da cidade?

BABY  -  Ah, vamos! Ele vai se arrepender de ser o prefeito de Porto Azul.

INÊS  -  E quando vocês vão tomar conta da cidade?

BABY  -  Não vai demorar. Já estou passando as propriedades pro nome deles. Depois das escrituras assinadas, vamos ter de tomar algumas providencias.

INÊS  - (apreensiva) Quais?

BABY  -  Bem... vamos ter de desocupar algumas residências que estão alugadas... e para isso vamos ter de recorrer a uma medida que não gosto de tomar... o despejo... infelizmente, terá de ser assim.

CORTA PARA:

CENA 4  -  PORTO AZUL  -  CABARÉ DE NANÁ  -  INTERIOR  -  NOITE

VANDA VIDAL SE AFASTOU PARA O FUNDO DO CABARÉ, ONDE SE LOCALIZAVAM OS QUARTOS PARA ENCONTROS AMOROSOS. VIRA OTTO MULLER E SUA GANG CHEGAR AO ESTABELECIMENTO À PROCURA DE NANÁ. A VELHA MERETRIZ ENFRENTOU-OS SEM RECEIO.

OTTO  -  Você não me respondeu se aceita a minha proposta...

NANÁ  -  Então... lhe interessa que eu diga na justiça que Baby é filho ilegítimo de Augusto. E por quê? Que interesse você tem nisso?

OTTO  -  Diga a ela, Valter.

COICE DE MULA  -  É que seu Baby ganhou a causa da herança na justiça e agora cometeu a burrada de passar todos os bens pro nome dos companheiro dele...

OTTO  -  Os vagabundos seguem ele e Cyro.

NANÁ  -  Compreendo. O senhor não está muito preocupado com o fato dos companheiros de Baby se apossarem dos bens dele. Está mais preocupado com a herança que perdeu.

OTTO -  Tenho mais direito a ela do que Baby, que não é nada meu. Quero saber sua resposta.

NANÁ  -  Minha resposta é não!, senhor prefeito. Posso ter cometido muita burrada na vida, mas não vou fazer isso com meu próprio filho!

OTTO  -  Pois fique sabendo que ele tem verdadeiro nojo de você!

NANÁ  -  (ignorando as palavras de Otto) Vão tomar alguma coisa?

OTTO  -  Posso mandar expulsá-la daqui!

NANÁ  -  Não se esqueça que tenho um documento assinado pelo senhor.

OTTO  -  (enfureceu-se) Sua...

COICE DE MULA  -  (segurou-lhe o braço) Vamos, chefe. Vamos embora.

OTTO ATIROU ALGUMAS CÉDULAS CONTRA O ROSTO DA VELHA E SAIU FURIOSO. NANÁ SORRIU INDIFERENTE.

CORTA PARA:

CENA 5  -  PORTO AZUL  -  CASA DE D. BÁRBARA  -  SALA  -  INTERIOR  -  NOITE

ORJANA OUVIA ATENTA AS PALAVRAS DE RICARDO QUE DEMONSTRAVA  SUA APREENSÃO, SEU RECEIO POR UMA POSSÍVEL DESGRAÇA QUE VIESSE A ATINGIR CYRO.

ORJANA  -  Ricardo, será mesmo só por causa de Cyro que você está assim? Será que nisto não há um pouco de ciúme por causa de Vanda?

RICARDO  -  Claro que é só o zelo pela felicidade, pela segurança do meu filho!  Afinal, em quem tenho pensando nos últimos tempos, senão nele? Aceitei uma responsabilidade quando reconheci Cyro como meu filho, e quero evitar a desgraça de um romance dele com uma mulher daquela espécie! Ele é meu filho, Orjana, e só quero o melhor para ele!

ORJANA  -  Eu sei... eu sei... Reconheço. Perdão... não me leve a mal... Você tem provado... Você é um bom pai, Ricardo, um ótimo pai!

FIM DO CAPÍTULO 90







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