segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O HOMEM QUE DEVE MORRER - Capítulo 115


Novela de Janete Clair

Adaptação de Toni Figueira

CAPÍTULO 115

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Participam deste capítulo

Cyro  -  Tarcísio Meira
Otto  -  Jardel Filho
Paulus  -  Emiliano Queiroz
Dr. Max  -  Álvaro Aguiar
Válter / Coice de Mula  -  Dary Reis
Baby  -  Claudio Cavalcanti
Catarina  - Lidia Matos
Delegado  -  Vinicius Salvatori
Inspetor
Tavares
Ricardo  -  Edney Giovenazzi

CENA 1  -  PORTO AZUL  -  DELEGACIA  -  INTERIOR  -  DIA

HORAS DEPOIS OS REPÓRTERES AFLUÍRAM EM MASSA À PEQUENA DELEGACIA DE PORTO AZUL. FLASHES ESPOCAVAM A TODO INSTANTE RECOLHENDO FLAGRANTES PARA AS REVISTAS E JORNAIS DA CAPITAL E DE VÁRIOS ESTADOS. O INSPETOR RESPONDIA NA MEDIDA DO POSSÍVEL ÀS PERGUNTAS QUE OS JORNALISTAS LHE FAZIAM.

REPÓRTER 1  -  O senhor nos poderia dizer quem era o morto?

INSPETOR  -  Em vista das circunstancias especiais que cercaram o caso, eu desconfiei que se tratasse de um criminoso nazista. Solicitei informações à Secretaria de Segurança e minhas suspeitas foram confirmadas. Tratava-se de um antigo colaborador de Himmler e Eichmann.

REPÓRTER 2  -  Soubemos que ele era protegido por Otto Muller.

REPÓRTER  3  -  o que o senhor pretende fazer a respeito?

CORTA PARA:

CENA 2  -  PORTO AZUL  -  EXTERIOR  -  DIA

TRÊS PESSOAS APENAS ACOMPANHAVAM CONTRITAS O CARRO FUNERÁRIO COM O CAIXÃO DE WERNER VON MULLER QUE CRUZAVA AS RUAS CENTRAIS DA CIDADEZINHA DE SANTA CATARINA: OTTO MULLER, CATARINA E DR. PAULUS. A TARDE COMEÇAVA A CAIR E UM VENTO FRESCO TORNAVA AGRADÁVEL AQUELE PEÇADO DO TERRITÓRIO CATARINENSE. OS OLHOS COMPRIDOS DO ZÉ POVINHO ASSISTIAM À PASSAGEM DO CORPO DAQUELE QUE SE DIZIA “UM SER SUPERIOR”. MEMBRO DE UMA SUPER-RAÇA INVENCÍVEL E INDÔMITA.

CENA 3  -  PORTO AZUL  -  EXTERIOR  -  NOITE

À NOITE PORTO AZUL LEMBRAVA AS CIDADEZINHAS PRAIANAS DO NORDESTE BRASILEIRO. MUITA GENTE À BEIRA-MAR, ASPIRANDO O AR SALITRADO, E OS BARCOS PESQUEIROS A REGRESSAR APÓS O TRABALHO DURO A MILHAS DA COSTA. OS PEIXES FRESCOS ERAM VENDIDOS ALI MESMO, DENTRO DOS BARCOS, A PREÇOS CONVIDATIVOS.

CENA 4  -  PORTO AZUL  -  MANSÃO DE OTTO MULLER  -  SALA  -  INTERIOR  -  NOITE

NAQUELA NOITE OTTO MULLER PRETENDIA DORMIR CEDO E FOI DESPEDIR-SE DE DONA CATARINA, QUANDO A MÃE O AVISOU, MEIO APREENSIVA, APONTANDO UM HOMEM QUE SE ACHAVA NA SALA.

CATARINA  -  Meu filho... este senhor deseja lhe falar.

OTTO MULLER CONSIDEROU O HOMEM, DE ALTO A BAIXO. UM TIPO FORTE, DE MEIA IDADE, COM AR SEVERO E ALTIVO.

INSPETOR -  Senhor Otto Muller, sou o Inspetor Miguez de Melo, da Secretaria de Segurança do Estado, e estou aqui para lhe fazer algumas perguntas indispensáveis a respeito de Werner Von Muller, um criminoso de guerra nazista, morto ontem nesta cidade.

OTTO  -  Só posso lhe dizer que ele era meu pai.

INSPETOR  -  (encarou-o surpreso) Sei que talvez este não seja o momento oportuno para esta espécie de interrogatório. Respeito sua dor...

OTTO  -  (voltou a falar) Só posso lhe dizer que ele era meu pai.

INSPETOR  -  Senhor Otto... por favor, não dificulte as coisas. A morte desse homem está tendo repercussão internacional. As autoridades judaicas solicitaram informações ao governo brasileiro. Acabo de receber telegrama do Secretário de Segurança nesse sentido. É muito importante que o senhor me preste alguns esclarecimentos. O senhor entende isso...

OTTO  -  Ele era meu pai, isso não basta?

INSPETOR  -  mas era também um nazista, responsável pela morte de milhares de judeus.

OTTO  -  Era quem me dava coragem e alento.

INSPETOR  -  Foi um dos carrascos de Treblinka e Auschwitz. O caçador de nazistas Simon Wiesenthal reuniu centenas de testemunhas contra ele.

OTTO CONTINUAVA DESLIGADO, PÁLIDO, IMPASSÍVEL. O INSPETOR NOTOU O ESTADO EMOCIONAL DO PREFEITO.

INSPETOR  -  Senhor Otto! Está sentindo alguma coisa?

CORTA PARA:
Von Muller  (Jorge Cherques)

CENA 4  -  MANSÃO DE OTTO MULLER  -  QUARTO DE OTTO  -  INTERIOR  -  NOITE

LOGO APÓS OUVIR OTTO MULLER, O INSPETOR MIGUEZ CONVERSOU RAPIDAMENTE COM O DR. PAULUS, ACRESCENTANDO MAIS ALGUNS PONTOS AO SEU RACIOCÍNIO. AS COISAS COMEÇAVAM A SE DEFINIR E OS MISTÉRIOS DE PORTO AZUL DENTRO DE POUCO TEMPO PASSARIAM AO ROL DOS CASOS RESOLVIDOS. PAULUS SUBIU AO ANDAR SUPERIOR DO PALACETE, EM BUSCA DO CHEFE.

PAULUS  -  O procurador me fez várias perguntas, Otto, e disse que Cyro lhe prometeu contar tudo o que sabe no tribunal, durante o julgamento... (Otto estremeceu) Você sabe o que isso significa, Otto? Cyro tem de morrer... não é possível que ele continue nos fazendo tanto mal. Já não basta a morte de seu pai? Ester... Ester também... você sabia que ela está espernado um filho dele?

OTTO  -  (fuzilou de ódio) Um filho! Um filho!

PAULUS  -  É, Otto! Um filho! Um filho dele! Você se convenceu de que Cyro deve morrer?

O PREFEITO PENSOU POR ALGUNS INSTANTES, ANTES DE RESPONDER. CURVOU ATÉ RACHAR UMA RÉGUA DE PLÁSTICO QUE APANHOU NA ESCRIVANINHA.

OTTO  -  (estava inteiramente transtornado) Está bem... eu concordo. Cyro Valdez tem de morrer! Tem de morrer! Tome as providencias. Chame Válter.

O CAPATAZ ENTROU NO APOSENTO COM ANDAR MACIO. SABIA QUE ALGO DE MUITO GRAVE ESTAVA ACONTECENDO E ALGUMA DECISÃO IMPORTANTE TINHA SIDO TOMADA PELOS DOIS HOMENS. PAULUS SEGUROU-O PELO OMBRO.

PAULUS  -  Válter... precisamos de um homem de confiança, de absoluta confiança, para uma missão importantíssima. Um caso de vida e morte. E pensamos em você.

OTTO BALANÇOU A CABEÇA LUZIDIA, NUM GESTO DE AQUIESCÊNCIA.

COICE DE MULA  -  De que se trata?

PAULUS  -  Você é fiel a Otto. Já deu provas disso. Nós confiamos inteiramente em você. Por isso foi nosso escolhido.

COICE DE MULA  -  Para quê?

OTTO  -  (revelou, com voz pausada) Para matar o Dr. Cyro!

COICE DE MULA  -  Matar? Mas por quê? O Dr. Cyro?

OTTO  -  Porque ele sabe demais. E se falar sobre nós na polícia, todos nós estamos perdidos... incluindo você.

COICE DE MULA  -  Mas... eu... eu não fiz nada!

OTTO  -  Você foi nosso cúmplice. Ele será julgado na próxima semana e vai revelar tudo o que sabe.

PAULUS  -  Se nos livrarmos desse homem, tudo acaba bem. O idiota do Cesário não é problema, pois tem muita culpa no cartório e depende muito de nós. Não há nada que afirme que Naná vai se recuperar... mas, se isso acontecer, eu mesmo faço piorar o seu estado. Quanto a Das Dores, se disser alguma coisa, jogaremos a culpa sobre Von Muller, que já não existe e não poderá acusar, nem se defender. Você está entendendo?

OTTO  -  O perigo maior é Cyro Valdez!

PAULUS  -  A morte dele nos livrará de todas as acusações... poderemos viver em paz... e cuidaremos então de gratificar você generosamente.

OTTO  -  Eu lhe darei uma pequena fortuna.

PAULUS  -  Você terá um cargo mais elevado. Será um homem rico. Otto lhe oferecerá a direção das minas...

COICE DE MULA  -  (balançou nos alicerces. A tentação era demais) A direção? O senhor disse?!

OTTO  -  Sim... a direção geral da companhia de mineração.

COICE DE MULA  -  Mas o Seu Baby... ainda manda nas minas...

PAULUS  -  Mas não pode decidir nada sozinho.

COICE DE MULA  -  Puxa! Eu... eu! Diretor geral da companhia de mineração! Eu!

PAULUS  -  (aproveitou a onda de entusiasmo) Então? Aceita ou não aceita?

COICE DE MULA  -  Certo! Eu aceito! O que tenho de fazer?

PAULUS  -  Muito simples. Temos de retirar Cyro da cadeia em hora morta... esta madrugada... nisso eu ajudo. Depois você e mais um homem de confiança o levarão para muito longe, onde darão cabo dele... e jogarão seu corpo depois, num barranco... ou darão outro fim mais adequado.

CORTA PARA:

CENA  5  -  PORTO AZUL  -  DELEGACIA  -  INTERIOR  -  NOITE

APENAS TRÊS HOMENS MONTAVAM GUARDA À CADEIA DE PORTO AZUL E UMA NEBLINA INDEVASSÁVEL VINHA FACILITAR OS MOVIMENTOS DOS HOMENS DE OTTO MULLER. VÁLTER CARPINELLI OLHOU O RELÓGIO DE PULSO. 2,30 DA MADRUGADA. EM QUESTÃO DE SEGUNDOS, OS HOMENS DOMINARAM OS SOLDADOS, AMARRANDO-OS NAS CADEIRAS DA SALA DE VISITAS. PAULUS APANHOU AS CHAVES DAS CELAS E, SEGUIDO PELOS CAPANGAS, DIRIGIU-SE PARA AQUELA EM QUE CYRO ESTAVA. O MÉDICO TENTOU REAGIR, MAS DEPOIS DE UMA BREVE LUTA, FOI INTEIRAMENTE DOMINADO.

TAVARES, LIBERTADO PELO ADVOGADO, SORRIA DE SATISFAÇÃO DIANTE DO INIMIGO VENCIDO.

CORTA PARA:

CENA 6  -  PORTO AZUL  -  EXTERIOR  -  NOITE

O DR. MAX ACABARA DE EXAMINAR OTTO MULLER, ACOMETIDO DE SÚBITA CRISE E DEIXAVA O PALACETE, PRÓXIMO À DELEGACIA. PAROU POR INSTANTES AO VER OS INDIVÍDUOS SUSPEITOS QUE FORÇAVAM UM HOMEM A ENTRAR NUM CARRO NEGRO. RECONHECEU O PRISIONEIRO. ERA CYRO VALDEZ.

DR. MAX  -  (gritou) Cyro!

CYRO  -  Max! Avise a quem puder!

O MÉDICO AVIZINHOU-SE DO GRUPO E ENCAROU OS BANDIDOS.

DR. MAX  -  Soltem... soltem esse homem! O que vão fazer com ele?

FRIAMENTE VICTOR PAULUS MIROU O PEITO DO CIRURGIÃO E PUXOU O GATILHO DA MAUSER. COM UM GEMIDO, O DR. MAX CAIU NO CHÃO. O DR. PAULUS ATIROU NOVAMENTE.

CORTA PARA:

CENA 7  -  PORTO AZUL  -  HOSPITAL  -  INTERIOR  -  NOITE

PELA MADRUGADA O HOSPITAL DORMIA EM SILENCIO, MAS DE REPENTE FOI TOMADO POR ESTRANHA AGITAÇÃO. DR. MAX ACABARA DE FALECER. NÃO RESISTIRA AOS FERIMENTOS. UMA DAS BALAS, A FATAL, LHE ATINGIRA O PULMÃO ESQUERDO, PROVOCANDO HEMORRAGIA INTERNA. A OUTRA ENCRAVARA-SE NA COLUNA VERTEBRAL. PAULUS ATIRARA PARA MATAR.

CORTA PARA:

CENA 8  -  PORTO AZUL  -  DELEGACIA  -  INTERIOR  -  DIA

RICARDO  -  (esclarecia, diante do delegado) “Raptaram Cyro. Vão matá-lo. Eu tentei defendê-lo.” – foram as últimas palavras do Dr. Max.

BABY  -  Parece que isso diz tudo, não é verdade? Os amigos de Cyro não atirariam no Dr. Max.

INSPETOR  -  Isso parece evidente.

RICARDO  -  o que prova, doutor, que raptaram meu filho para matá-lo.

INSPETOR  -  Sem dúvida. Mas... quem teria interesse em eliminar o Dr. Cyro e por quê?

RICARDO  -  Meu filho tem inimigos, embora a ninguém ele considere como inimigo. Há pessoas que o odeiam.

INSPETOR  -  Quem?

BABY  -  (percebeu a indecisão do engenheiro) Vocês estão com escrúpulos em dizer o nome de Otto? Mas se Otto é o seu maior inimigo...

INSPETOR  -  O prefeito? E como podemos provar que tenha sido ele?

DELEGADO  -  Investiguei e soube que o Senhor Otto passou a noite em casa, acamado. O Dr. Max estava saindo de sua casa quando foi atingido.

BABY  -  Meu primo tem guarda-costas que trabalham para ele. E conta ainda com a eficiência do Dr. Paulus, o maior inimigo do Cyro.

INSPETOR  -  Tudo acusações, palavras apenas...

BABY  -  Que ao senhor compete provar.

INSPETOR  -  Quero saber quem está ausente da cidade. Esse Cesário... verifique se está aqui... e se estiver, interrogue-o. Vigie também os passos do Dr. Paulus...

DELEGADO  -  (franziu a testa, surpreso) Dr. Paulus! Absurdo! Foi ele quem me avisou que a cadeia havia sido invadida!

INSPETOR  -  Por isso mesmo. Esse advogado não me merece confiança. A cara dele diz tudo, Dr. Moreira.

CORTA PARA:

CENA 9  -  SITIO A ALGUNS QUILÕMETROS DE PORTO AZUL  -  EXTERIOR  -  DIA

O RAPTO NÃO TINHA SIDO DIFÍCIL, DEVIDO AOS PLANOS FORMULADOS E EXECUTADOS PELO DR. PAULUS. EM POUCAS HORAS, CYRO JÁ SE ACHAVA A QUILÔMETROS DE PORTO AZUL. E AGORA, MANHÃ AINDA, VIA-SE AMARRADO A UMA ÁRVORA DE TRONCO LARGO. A CABEÇA PENDIA-LHE CONTRA O PEITO E DAS COSTAS FLUÍAM RIACHOS DE SANGUE. O CHICOTE ABRIRA-LHE SULCOS EM GRANDE EXTENSÃO DA PELE. CYRO DESMAIARA DE DOR, ENQUANTO TAVARES CONTINUAVA A VERGASTÁ-LO SEM PIEDADE.

TAVARES  -  (gritou) Ele ainda tá vivo, gente!

VÁLTER CONTEVE A ÚLTIMA CHICOTADA JÁ PREPARADA PELO CARRASCO. OUTROS DOIS CAPANGAS AGARRARAM CYRO POR DEBAIXO DOS BRAÇOS E PELAS PERNAS.

TAVARES  -  (gozou) Faça um milagrinho, Doutô Cyro!

COICE DE MULA  -  Chega! Acho que já chega! Para essa droga!

CYRO MAL RESPIRAVA. O CAPATAZ ENCOSTOU O OUVIDO CONTRA O PEITO DO MÉDICO.

TAVARES  -  (abrindo os olhos do médico) Acho que tá morto.

COICE DE MULA  -  (vendo que um dos homens apontava um revólver para o peito do inimigo) Que vai fazer? Deixem... eu faço isso. Sai todo mundo.

TAVARES  -  Também fico!

COICE DE MULA  -  (gritou, com os olhos esbugalhados) Sai todo mundo! Afinal, de quem tão recebendo ordem? Droga! Eu fui incumbido disso. Sumam daqui! Me esperem no carro.

OS HOMENS OBEDECERAM E SE AFASTARAM DO LOCAL. COICE DE MULA RETIROU O REVÓLVER DA CINTURA E APONTOU-O PARA A CABEÇA DO HOMEM QUE SE ACHAVA INERTE AOS SEUS PÉS.SEGUNDOS DEPOIS, OS HOMENS OUVIRAM A DETONAÇÃO DO 45 DO CAPATAZ DAS MINAS DE PORTO AZUL.

TAVARES SORRIU E DEU UM VIVA AO DEMÔNIO.

CYRO VALDEZ ENTREGARA A ALMA AO DIABO – PENSAVA ELE, ENQUANTO SUGAVA COM GOSTO A FUMAÇA DE UM MATA-RATO.

VÁLTER APARECEU NA CLAREIRA. ROSTO CONTORCIDO.

TAVARES  -  Tudo certo?

COICE DE MULA  -  Tudo acabado. Vocês vão na frente. Acho que por tudo o que fez, ele merece ser enterrado. Eu faço sozinho. (cuspiu para o lado) É uma promessa que tenho de cumprir...

TAVARES  -  Certo. A gente espera mais adiante.

COICE DE MULA  -  Não. Voltem pra cidade, pra despistar. Eu me arranjo depois. Vão!

FIM DO CAPÍTULO 115



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