Novela de Janete Clair
Adaptação de Toni Figueira
CAPÍTULO 67
Participam deste
capítulo
Cyro - Tarcísio
Meira
Ester -
Gloria Menezes
Paulus -
Emiliano Queiroz
Orjana -
Neusa Amaral
Dr. Max -
Álvaro Aguiar
Godoy - Ivan
Cândido
CENA 1 -
RODOVIA - EXTERIOR
- NOITE
ESTER ACONCHEGAVA-SE AO OMBRO DO MÉDICO, QUE A RODEAVA COM O BRAÇO
DIREITO. COM A MÃO ESQUERDA, MANOBRAVA O VOLANTE, CONDUZINDO O AUTOMÓVEL A
VELOCIDADE MÉDIA PELA ESTRADA DE ACESSO À CAPITAL PAULISTA. ERA NOITE E A
RODOVIA, ÀS ESCURAS, ERA CORTADA A TODO INSTANTE POR VEÍCULOS PESADOS, QUE
OFUSCAVAM COM FARÓIS POSSANTES, OS CARROS MENORES, QUE TRAFEGAVAM EM SENTIDO
CONTRÁRIO. CYRO DIRIGIA COM TODO O CUIDADO E ATENÇÃO.
ESTER - Quando vamos chegar a São Paulo?
CYRO - De manhã cedo. Vamos diretamente para o
Consulado da Bolívia. Está tudo preparado para nos casarmos.
ESTER - Desistiu da ideia de morarmos por lá?
CYRO - Tenho muito o que fazer em Santa Catarina,
amor. E já não existe razão para nos afastarmos. Não corremos mais nenhum
risco. Por outro lado, eu sinto que Otto precisa ainda muito de mim. Essa
dependência dele garante a nossa tranquilidade.
ESTER APERTOU-SE AINDA MAIS CONTRA O AMANTE.
ESTER - Sabe... é muito certo quando dizem... que há
males que vem para bem.
CORTA PARA:
CENA 2 - SÃO
PAULO -
CONSULADO DA BOLÍVIA - INTERIOR
- DIA
SENTADOS DIANTE DA GRANDE MESA DE MOGNO, CYRO E ESTER
ASSINAVAM UM LIVRO VOLUMOSO E DE TAMANHO FORA DO COMUM. COM AS ARMAS DA BOLÍVIA
EM DOURADO NA CAPA. O FUNCIONÁRIO DIPLOMÁTICO EXAMINOU O DOCUMENTO E ENTREGOU
UM PAPEL AO MÉDICO, APERTANDO AS MÃOS DOS RECÉM-CASADOS. CYRO MOSTROU A
CERTIDÃO À ESPOSA.
CORTA PARA:
CENA 3 - SÃO
PAULO -
HOTEL REAL - APARTAMENTO DE CYRO E ESTER -
INTERIOR - DIA
JÁ NO LUXUOSO APARTAMENTO DO HOTEL NA AVENIDA SÃO JOÃO,
OLHANDO A CIDADE QUE SE ABRIA NUM PANORAMA DE CONCRETO E AÇO, OS DOIS
LEMBRARAM-SE DA PEQUENA E LÍRICA PORTO AZUL.
E DECIDIRAM COMUNICAR-SE COM ORJANA.
O TELEFONE CHAMOU E A MÃE DO MÉDICO CORREU A ATENDER.
ESPERAVA PELA CHAMADA INTERESTADUAL. SABIA QUE O FILHO NÃO DEIXARIA DE LHE
FALAR NO DIA MAIS IMPORTANTE DE SUA VIDA.
ORJANA - Ah, Cyro, diga! Já casados? Meus parabéns,
filho! (Dr. Max ouvia o telefone, bebendo um gole de uísque. Orjana avisou-o,
sorridente) Cyro já está casado com Ester, Dr. Max.
DR. MAX - Preciso falar com ele.
ORJANA ENTREGOU-LHE O FONE.
DR. MAX - Alô, Cyro! Meu abraço para vocês! Sim, estive
lá, hoje, pela manhã. Examinei o Otto. Está relativamente bem. Teve um choque quando lhe dei a notícia do seu
casamento. Você não me pediu segredo...
ESTER UNIA SEU OUVIDO AO DO MARIDO, PROCURANDO ESCUTAR A
CONVERSA.
CYRO - Claro, Max! Fez muito bem. Não era para fazer
segredo. E qual foi a reação dele? Péssima? Eu faço uma ideia... Não, não tem
importância. Faça-me um favor, Max. Volte amanhã de novo, para vê-lo. Você acha
que posso ficar afastado três dias? Bem... se houver novidade, você sabe onde
me encontrar... Voltamos hoje para Santa Catarina, mas não vamos para casa
imediatamente... embora minha mulher já esteja querendo voltar. Acho que se
decepcionou com... o casamento.
ESTER RIU E ARRANCOU O TELEFONE DE SUA MÃO.
ESTER - Mentira, Dr. Max. Mentira dele. Só disse que
podíamos dar uma passada em casa e depois iríamos para nossa lua-de-mel
improvisada, aí mesmo, em Florianópolis. Mas ele é muito egoísta e não quer os
parentes, nem os amigos! Como ele é dominador, tenho de submeter-me à sua
vontade. Mas estou muito feliz... com o casamento!
CENA 4 -
MANSÃO DE OTTO MULLER - ESCRITÓRIO DE OTTO -
INTERIOR - DIA
GODOY DE CASTRO POSSUÍA A ALMA DO MAU JORNALISTA, PREOCUPADO
NÃO COM A INFORMAÇÃO SENSATA E PURA DOS ACONTECIMENTOS, MAS COM A REPERCUSSÃO
MALDOSA DAS INVENCIONICES ASSACADAS CONTRA AQUELES DE QUEM NÃO GOSTAVA. E CYRO VALDEZ OCUPAVA A CABEÇA DA LISTA DOS SEUS
DESAFETOS. O JORNALISTA HÁ SEMANAS TENTAVA SABER O NOME DO DOADOR DO CORAÇÃO DE
OTTO. INSINUARA-SE NOS MEIOS HOSPITALARES E MÉDICOS DA CAPITAL, USARA
ARTIFÍCIOS, DINHEIRO, MAS OBTIVERA ÊXITO. FOI QUASE SEM QUERER QUE TOMOU
CONHECIMENTO DA EXISTENCIA DO PROFESSOR SPINEZZI. E ESTIMULADO POR PAULUS,
CONSEGUIU REALIZAR A REPORTAGEM QUE JULGAVA FUNDAMENTAL PARA A DESTRUIÇÃO DA FAMA E DO RENOME
INTERNACIONAL DO CIRURGIÃO CYRO VALDEZ.
NO ESCRITÓRIO DE OTTO MULLER, COM OS PÉS EM CIMA DA MESA DE
MÁRMORE, O ADVOGADO ACABARA DE LER A MATÉRIA E SORRIA SATISFEITO. ENTREGOU O
JORNAL AO DR. MAX.
PAULUS - Veja este depoimento de um médico paulista.
Muito grave, por sinal. Leia, por favor.
O MÉDICO COMEÇOU A LER, ENQUANTO A EMPREGADA CONCEIÇÃO ENCHIA
OS COPOS, PREPARANDO DOSES DE UÍSQUE. OUVIA AENTA, A PRINCÍPIO SEM COMPREENDER
E AOS POUCOS PERTURBANDO-SE COM AS PALAVRAS DO MÉDICO. MAX LIA EM VOZ ALTA, A
PEDIDO DO ADVOGADO.
MAX - “Cirurgião condena transplante e acusa Dr.
Cyro Valdez. – O Professor Geraldo Spinezzi, da Universidade de São Paulo,
condenou hoje o Dr. Cyro Valdez, acusando-o de buscar popularidade, mediante o
transplante do coração que, em última análise – diz ele – foi realizado à custa
do sacrifício da vida de um homem. De um pobre homem. A fim de conseguir um
coração vivo, pulsando, que é essencial para a citada operação, o Dr. Cyro
Valdez inventou a “morte cerebral”, afirmando que o cérebro do doador estava
destruído e a morte era iminente. Mas hoje todos os centros neurológicos do
mundo contestam essa teoria absurda. Em primeiro lugar – prossegue o cientista
paulista – o eletroencefalograma apagado não é sinal de morte iminente,
principalmente num prazo de duas horas, como quer o Dr. Cyro Valdez. Dizer que
o coração é ressuscitado no receptor é confessar uma eutanásia por omissão.
Então, por que não ressuscitá-lo no doador? O professor observa que o eletro,
para significar morte, tem de ser nulo. Na massa encefálica e não no couro
cabeludo. Durante 24 horas e não apenas duas. Lembra ainda os numerosos casos
de acidentados, com eletrochoques, que depois de vários dias, se recuperaram
inteiramente. Por tudo isso, o Professor Spinezzi garante que no caso do
paciente do Dr. Cyro Valdez, o doador teve o coração retirado em vida. O que
constitui um crime.”
A NEGRA CONCEIÇÃO MAL PODIA SUSTENTAR-SE EM PÉ.
PAULUS - (apoiou-se na palavra final do especialista
de São Paulo) O que constitui um crime. Na opinião do professor Spinezzi, o Dr.
Cyro é um criminoso.
DR. MAX - Feriu a ética. Deve e vai ser punido pela
Ordem. É uma opinião muito particular, dele. Não é a opinião geral. E ele não
tem condições de contradizer Barnard, Zerbini e outros cirurgiões de renome
internacional. Este médico é, decididamente contra transplantes. Já é
conhecido. Não é seu primeiro depoimento, neste sentido. Apenas faz aí algumas
considerações de ordem pessoal, que atingem a honra de um profissional como o
Dr. Cyro Valdez.
PAULUS - Mas sua opinião torna-se muito válida, quando
se trata de respeitar uma vida humana. Se ele acusa o Dr. Cyro Valdez de ter
arrancado o coração do doador ainda com vida e diz que poderia haver uma
possibilidade do homem viver... o senhor há de convir que se trata de um crime!
O MÉDICO COMEÇAVA A DEMONSTRAR NERVOSISMO, DIANTE DA
ARGUMENTAÇÃO INSISTENTE DO ADVOGADO.
DR. MAX - O Dr. Cyro estava certo de que não havia a
mínima possibilidade de sobrevivência. Para isso são feitos testes.
GODOY - (que se mantinha silencioso, no findo da
sala) Nós sabemos. Mas o Professor acusa-o de não ter esperado o tempo
suficiente. Esperou apenas duas horas... quando, necessariamente, seriam
precisas 24 horas.
DR. MAX - Este médico... não pode dizer uma coisa
dessas! Se o resultado da prova foi nulo em duas horas... é porque o homem já
estava clinicamente morto!
PAULUS - Pode convencer ao senhor, que é favorável ao
transplante. Mas... convencerá à família do morto, por exemplo?
DR. MAX - Repito, senhores. Esta declaração não faz
sentido. É capciosa, leviana, mal intencionada. E só tem um propósito: destruir
a boa reputação do Dr. Cyro Valdez. Com licença!
O MÉDICO DEIXOU O APOSENTO, VISIVELMENTE CONTRARIADO.
CORTA PARA:
CENA 5 - FLORIANÓPOLIS -
HOSPITAL - SALA DE REUNIÕES -
INTERIOR - DIA
A CAMPANHA COMEÇARA. E NOS DIAS SEGUINTES OS JORNAIS ABRIRAM
ESPAÇOS E MANCHETES PARA FOCALIZAR O QUE JÁ QUALIFICAVAM DE “CRIME CIENTÍFICO”.
NO RÁDIO E NA TELEVISÃO, O NOME DE CYRO VALDEZ TORNARA-SE UM SINÔNIMO DE
AVENTUREIRO DA CIENCIA. E OS DIRETORES DOS ÓRGÃOS DE IMPRENSA EXIGIAM UMA
ENTREVISTA COLETIVA COM O MÉDICO PARA TIRAR A LIMPO O QUE REALMENTE ACONTECERA.
COMEÇAVAM, INCLUSIVE, A ESPECULAR E EXIGIR A REVELAÇÃO DO NOME DO DOADOR. O
DIRETOR DO HOSPITAL RESOLVEU DAR UM PARADEIRO NA CAMPANHA E A MUITO CUSTO
OBTEVE A APROVAÇÃO DE CYRO VALDEZ. ELE ACEITAVA AVISTAR-SE COM OS JORNALISTAS,
DESDE QUE SUAS PALAVRAS NÃO FOSSEM DISTORCIDAS E ELES NÃO VOLTASSEM A SOLICITAR
NOVOS DEPOIMENTOS.
O DR. MAX OLHOU A SALA DE REUNIÕES DO HOSPITAL. REPLETA DE
REPÓRTERES, FOTÓGRAFOS, CINEGRAFISTAS E HOMENS DE MICROFONE EM PUNHO, TESTANDO
FITAS E GRAVADORES.
DR. MAX - Boa tarde, senhores. O Dr. Cyro Valdez já
chegou ao hospital e irá, em seguida, conceder a entrevista aos senhores. Ele
vai falar sobre o transplante que realizou nesta casa e mostrar aos senhores a
prova definitiva... de que não existia no doador a mínima condição de
sobreviver.
CYRO VALDEZ ENTROU TRANQUILO, SEGUIDO POR UM HOMEM POUCO
CONHECIDO NA CAPITAL: MESTRE JONAS. O PESCADOR PROCUROU UM CANTO ONDE PUDESSE
PERMANECER DESPERCEBIDO.
O CIRURGIÃO CUMPRIMENTOU OS JORNALISTAS, ENQUANTO ESPOCAVAM
FLASHES E AS LUZES OFUSCANTES DO APARELHAMENTO DE ILUMINAÇÃO DA TV ENCHIAM DE CLARIDADE SOLAR
O RECINTO DE ESTUDOS E DEBATES DO HOSPITAL.
DR. CYRO - Estou aqui para me defender. Fiquem à vontade.
GODOY DE CASTRO ABRIU O ROL DE PERGUNTAS.
GODOY - Dr. Cyro, em primeiro lugar, qual era o
estado do paciente, isto é, do doador, no momento em que foi realizado o
transplante?
CYRO - Apresentava lesões cerebrais que tornavam
impossível a sua recuperação. Em outras palavras... ele se encontrava
cerebralmente morto.
GODOY - Isto foi uma opinião sua, no momento, ou um
fato comprovado?
CYRO - Era um fato comprovado pelo
eletroencefalograma.
GODOY - Foi tentada alguma cirurgia para salvá-lo?
CYRO - Não, porque o eletro era nulo.
UM DOS REPÓRTERES PEDIU UM ESCLARECIMENTO.
REPÓRTER - O senhor pode explicar, em palavras simples,
o que quer dizer um eletroencefalograma nulo?
CYRO - É muito simples. É quando a linha traçada
pela agulha não apresenta ondulação de espécie alguma. É uma linha reta.
REPÓRTER - E o que é um eletroencefalograma chato?
CYRO - É quando essa linha apresenta ligeiras
ondulações, quase imperceptíveis. E é esse o equívoco do Dr. Spinezzi. Ele julga que o último eletro do doador era chato e não nulo. E,
nesse caso levanta a hipótese de que o paciente poderia ter alguma chance,
mesmo remota, de recuperação. Eu não vou discutir esse assunto com os senhores.
Vou apenas provar que o Dr. Spinezzi agiu levianamente. Tenho em meu poder
(mostrou dois envelopes brancos) o último eletro realizado no doador e, como os
senhores verão, ele é absolutamente nulo, não restando qualquer dúvida de que o
paciente morreria dentro de algumas horas. (abriu o envelope que tinha nas
mãos, retirou o exame e mostrou-o aos jornalistas) Faço questão de que cada um
dos senhores o examine, detidamente.
À MEDIDA QUE OS REPÓRTERES O EXAMINAVAM, AS EXPRESSÕES SE
TRANSMUDAVAM E UMA ONDA DE COCHICHOS ENCHEU A SALA.
CYRO - (intrigado) O que há? Não estão entendendo?
GODOY - Não estamos, mesmo. Pelo que o senhor nos
explicou, este não é um eletro nulo!
CYRO - (aproximou-se do grupo, tomou o eletro das
mãos do repórter e analisou-o) Não... não é esse! Trocaram o eletro!
GODOY TROCOU OLHARES IRÔNICOS COM OS COLEGAS E PRESSENTIU A
DERROTA DO HOMEM A QUEM ODIAVA.
GODOY - Como é que trocaram, Dr. Cyro? Não estavam em
seu poder?
CYRO - Estavam... estavam no meu cofre particular,
no meu consultório!
DR. MAX - O que aconteceu, Cyro?
CYRO - Veja isto, Dr. Max! Eu não entendo!
DR. MAX - (admirado) Não é o resultado verdadeiro!
POR UM MOMENTO OS MÉDICOS FICARAM PERPLEXOS E NÃO PERCEBERAM
QUE O ENVELOPE COM O NOME DO DOADOR CAÍRA AOS PÉS DE GODOY DE CASTRO. O
REPÓRTER RECOLHEU O PAPEL E LEU EM VOZ ALTA, PARA QUE TODOS OUVISSEM, NA SALA.
GODOY - O nome do doador é... aqui está... Senhor
Marques... apenas um sobrenome. Marques... acidentado no dia 20 de maio de
1968, traumatismo craniano.
CYRO - Sim... não há engano. O envelope é do doador.
Mas este resultado do exame é falso.
REPÓRTER - (exaltado) Não é possível! Como é isso?
CYRO - Só posso explicar como... como uma troca de
exames. Eu vou averiguar... o que está acontecendo, senhores. Com licença.
CYRO DEIXOU A SALA SOB OS OLHARES DESCONFIADOS DO GRUPO.
IMEDIATAMENTE, GODOY CORREU AO TELEFONE. DISCOU O NÚMERO DA
RESIDENCIA DE OTTO MULLER.
GODOY - Dr. Paulus? Olha, o senhor vai cair de
costas! Podemos conversar?
PAULUS - Fale!
GODOY - Aconteceu um troço, rapaz! O Dr. Cyro Valdez
está perdido, arrasado, graças a Deus! Já era, o imbecil!
PAULUS - Fale logo!
GODOY - Ninguém sabe como, nem por que... mas os
exames que podiam comprovar a impossibilidade de sobrevivência do doador...
desapareceram. Pelo menos ele afirma que desapareceram. O que ele mostrou foi
um exame com possibilidade de vida!
PAULUS BATEU PALMAS DE ALEGRIA E SEUS OLHOS BRILHARAM COM A
NOTÍCIA.
PAULUS - Incrível! Como pode ter acontecido?
GODOY - Ah... outra grande descoberta. Eu já tenho o
nome... ou melhor... o sobrenome do doador! Vi no envelope dos exames. Um tal
senhor Marques, ou Marquês, não sei!
PAULUS - Ótimo! Excelente nova! Venha jantar conosco
hoje. Otto e Lia se casam.
FIM DO CAPÍTULO 67
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