Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair
CAPÍTULO 88
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:
CEMA
JOÃO
ALBERTO
DIANA
LÁZARO
ANTONIO
PEDRO BARROS
JERÔNIMO
DELEGADO FALCÃO
FRANCISCO
CENA 1 - ALDEIA - CHOUPANA DE JOÃO - INT. - DIA.
Cema preparava o café. O aroma da bebida impregnava o ar da pequena aldeia de foragidos. João empurrou a porta e, seguido de Alberto, entrou afobado.
CEMA - Puxa! Ceis demoraro...
JOÃO - Vê café aí pra gente, Cema. Tá todo mundo cansado.
O barulho dos cavalos relinchando e pisoteando o terreiro chegava aos ouvidos da mulher de Braz.
CEMA - Foi tudo bem?
JOÃO - Não. E ela?
CEMA - Acabou se acalmando, depois de me dar um tranco aqui na cabeça. Agora tá lá, dormindo.
João cruzou a sala e abriu a porta do quarto.
CORTA PARA:
CENA 2 - ALDEIA - CHOUPANA DE JOÃO - QUARTO - INT. - DIA.
Diana dormia tranquila, respirando compassadamente. O peito subia e descia, em cadencia regular. “Linda”, pensou João, sentindo vontade de acariciá-la. Deu alguns passos em direção á cama, ajeitou a mão da esposa, caída no chão. Controlava-se para não a apertar entre os braços. Num átimo, Diana acordou.
DIANA - Que foi?
JOÃO - Nada. Só queria avisá que cheguei...
DIANA - Grandalhão... você me assusta!
Ainda era ela, constatou, com tristeza, e retirou-se do quarto, sem dar margem a diálogos.
CENA 3 - CHOUPANA DE JOÃO - SALA - INT. - DIA.
João retornou á sala, onde Cema acabara de pôr o café na mesa. Lázaro apareceu. Chapelão de couro, botas com esporas e farto material de luta: revólver, facão, punhal, balas...
LÁZARO - Alô, companheiro... vai reunir os homem? Qual é o galho?
João não respondeu; nem sequer ergueu os olhos. O grosso traço negro das sobrancelhas transformou-se numa linha reta. Braz também acabara de entrar na sala.
ALBERTO - A gente tá correndo risco! Falcão pediu reforços e prometeu mandar esta aldeia pelos ares.
LÁZARO - No duro? (gesticulou, contente) Desespero de causa dessa gente.
JOÃO - É. O Pedro Barros tá querendo a filha dele. Como eu não quero entregá, ele vem me tirá ela à força.
LÁZARO - E tu... vai resistir? Não vai entregá essa mulhé?
JOÃO - (sentiu o sangue subir-lhe à cabeça) Veja lá como fala. Essa mulhé é minha esposa.
LÁZARO - É um sacrificio besta, home! Tu não pode arriscá a vida da sua gente... só por causa da Dona Lara!
JOÃO - É para isso que vou reunir os home. Quem quisé ficá comigo, pra enfrentá a situação, que fique. Eu não vou obrigá ninguém. Quem tivé medo, pode dá o fora!
CORTA PARA:
CENA 4 - ALDEIA - CHOUPANA DE JOÃO - EXT. - DIA.
O dia amanhecera bom, céu claro, interrompido aqui e ali por nuvenzinhas claras, de algodão. Uma aragem fresca banhava os campos, esbatendo-se na fronde das árvores e nas encostas longínquas das montanhas. Os homens sentaram-se em roda, sob os galhos de uma mangueira e limpavam alegremente as armas. Lázaro abriu a conversa.
LÁZARO - João tá é doido. Alguém tem que abri os olho dele. Tá se matando por causa dessa mulhé que não vale nada. (distraído, inteiramente voltado para o trabalho, não viu a aproximação do chefe do bando) Onte ela me cantô. Tentô me suborná. Antonio viu. Como eu me neguei a traí João, ela me deu a entender outra coisa. (todos os olhos estavam voltados para o garimpeiro. Qualquer coisa eletrizava o ar).
JOÃO - (com ódio na voz) Deu a entendê... o quê?
LÁZARO - (levantou-se de um salto) Ora! Você sabe. Todo mundo sabe.
JOÃO - (agarrou-o violentamente pelo colarinho) O quê?
LÁZARO - Essa mulhé não vale nada. É por ela que ocê qué sacrificá sua gente. Ela não presta!
O braço direito do garimpeiro distendeu-se como uma lançadeira, atingindo em cheio o queixo do antagonista. Lázaro foi ao chão e no mesmo instante levantou-se com uma faca na mão.
LÁZARO - Tava esperando por isto!
JOÃO - Eu te ensino a respeitá minha mulhé...
LÁZARO - Ela não merece respeito! Ela me cantô, João! Ela me cantô pra cama! Eu que num quis...
Descontrolado, João atirou-se contra o companheiro. Lázaro ergueu o punho e...
ALBERTO - Para com isso, gente! (a mão de Alberto segurava firme o punho do bandido. Antonio agarrava João pelas costas).
LÁZARO - (insistia) Diz a ele, Antonio. Tu ouviu, home. Diz a ele que foi que a dona dele me ofereceu! E como é que ela tava sentada... a gente via tudo...
ANTONIO - (negou as acusações do outro) Que eu visse ofereceu só dinheiro!
LÁZARO - Tu saiu. Não viu o resto!
JOÃO - Olha aqui. Fica prevenido! Se falá no nome de minha mulhé... nessa boca suja... eu te arranco a língua. Tá me ouvindo? Eu te arranco a língua com os dedo...
Deu meia volta e entrou na choupana.
CORTA PARA:
CENA 5 - CHOUPANA - QUARTO DE JOÃO - INT. - DIA.
Diana, deitada, pareceu amedrontada diante da expressão fuzilante do marido.
DIANA - Que é que há, bonitão? Que é que você tem? Vai me bater?
JOÃO - Era o que você merecia. Não só que te batessa, mas que te matasse de uma vez. Tenho até certeza que Deus ia me perdoá esse crime. Era como matá um demônio ou uma cobra venenosa dos campo. Como pisá a cabeça dela.
DIANA - (ergueu-se a meio, já senhora de si) Olha, cuidado, hem? A serpente pode te morder!
JOÃO - Já mordeu. Você já me envenenou o corpo e a alma.
DIANA - Chi! Então precisa tomar contra-veneno! (o cinismo da mulher revoltava o garimpeiro).
JOÃO - Que foi que ocê prometeu ao Lázaro... pra ele te ajudá a fugi?
DIANA - Ah, isso? Prometi dinheiro!
JOÃO - Não foi o que ele disse!
DIANA - Não prometi outra coisa... porque não quis. Porque se me der na telha... eu prometo mesmo. É justamente isto que eu quero que fique acertado entre nós. Sou dona de mim mesma! Eu mando em mim!
A pesada mão do garimpeiro desabou sobre o rosto da mulher. Com um grito desesperado, Diana caiu sobre a cama.
CENA 6 - ALDEIA - CHOUPANA - EXT. - DIA.
Lá fora os foragidos escutavam em silencio as imprecações e os berros da mulher do chefe. Cema se benzeu.
CORTA PARA:
CENA 7 - COROADO - DELEGACIA - INT. - DIA.
O relógio da delegacia marcava onze e meia. Barros entrou agitado, armado até os dentes.
PEDRO BARROS - A gente não pode esperar mais. Tá todo mundo preparado? Vamos embora. Você, Jerônimo, vai na frente dos homens.
O coronel dava ordens, como se fosse a autoridade máxima da cidade. Ignorava a presença do delegado, do prefeito, do juiz. Coroado era dele e tinha de viver sob o tacão de sua bota. Jerônimo sentiu-se diminuído.
JERÔNIMO - Quem é que manda aqui?
Barros virou-se para o rapaz com cara de mau vizinho. Detestava ver-se na posição de subalterno.
PEDRO BARROS - Você me desafia, rapaz?
O prefeito deu-lhe as costas. Não era policial. A função que lhe conferia o cargo era bem diferente. Administrar, supervisionar. Traçar planos para o progresso e desenvolvimento de Coroado. As ações policiais que ficassem por conta do delegado. As ações legais, a cargo do juiz e de Rodrigo. A ele cabia olhar pela cidade. O coronel era figura estranha. Um tirano poderoso que comprava tudo às custas do poder econômico. Rico e mau. Ambicioso e sem caráter. Um verme, pensava Jerônimo. E se lamentava pela fraqueza da noite de temporal, na gruna. O delegado, quem sabe, poderia ser o irmão foragido, depois de comprovada sua inocencia. E a carreira infame de Pedro Barros estaria finda na cidade que ele dizia ser dele.
Cema preparava o café. O aroma da bebida impregnava o ar da pequena aldeia de foragidos. João empurrou a porta e, seguido de Alberto, entrou afobado.
CEMA - Puxa! Ceis demoraro...
JOÃO - Vê café aí pra gente, Cema. Tá todo mundo cansado.
O barulho dos cavalos relinchando e pisoteando o terreiro chegava aos ouvidos da mulher de Braz.
CEMA - Foi tudo bem?
JOÃO - Não. E ela?
CEMA - Acabou se acalmando, depois de me dar um tranco aqui na cabeça. Agora tá lá, dormindo.
João cruzou a sala e abriu a porta do quarto.
CORTA PARA:
CENA 2 - ALDEIA - CHOUPANA DE JOÃO - QUARTO - INT. - DIA.
Diana dormia tranquila, respirando compassadamente. O peito subia e descia, em cadencia regular. “Linda”, pensou João, sentindo vontade de acariciá-la. Deu alguns passos em direção á cama, ajeitou a mão da esposa, caída no chão. Controlava-se para não a apertar entre os braços. Num átimo, Diana acordou.
DIANA - Que foi?
JOÃO - Nada. Só queria avisá que cheguei...
DIANA - Grandalhão... você me assusta!
Ainda era ela, constatou, com tristeza, e retirou-se do quarto, sem dar margem a diálogos.
CENA 3 - CHOUPANA DE JOÃO - SALA - INT. - DIA.
João retornou á sala, onde Cema acabara de pôr o café na mesa. Lázaro apareceu. Chapelão de couro, botas com esporas e farto material de luta: revólver, facão, punhal, balas...
LÁZARO - Alô, companheiro... vai reunir os homem? Qual é o galho?
João não respondeu; nem sequer ergueu os olhos. O grosso traço negro das sobrancelhas transformou-se numa linha reta. Braz também acabara de entrar na sala.
ALBERTO - A gente tá correndo risco! Falcão pediu reforços e prometeu mandar esta aldeia pelos ares.
LÁZARO - No duro? (gesticulou, contente) Desespero de causa dessa gente.
JOÃO - É. O Pedro Barros tá querendo a filha dele. Como eu não quero entregá, ele vem me tirá ela à força.
LÁZARO - E tu... vai resistir? Não vai entregá essa mulhé?
JOÃO - (sentiu o sangue subir-lhe à cabeça) Veja lá como fala. Essa mulhé é minha esposa.
LÁZARO - É um sacrificio besta, home! Tu não pode arriscá a vida da sua gente... só por causa da Dona Lara!
JOÃO - É para isso que vou reunir os home. Quem quisé ficá comigo, pra enfrentá a situação, que fique. Eu não vou obrigá ninguém. Quem tivé medo, pode dá o fora!
CORTA PARA:
CENA 4 - ALDEIA - CHOUPANA DE JOÃO - EXT. - DIA.
O dia amanhecera bom, céu claro, interrompido aqui e ali por nuvenzinhas claras, de algodão. Uma aragem fresca banhava os campos, esbatendo-se na fronde das árvores e nas encostas longínquas das montanhas. Os homens sentaram-se em roda, sob os galhos de uma mangueira e limpavam alegremente as armas. Lázaro abriu a conversa.
LÁZARO - João tá é doido. Alguém tem que abri os olho dele. Tá se matando por causa dessa mulhé que não vale nada. (distraído, inteiramente voltado para o trabalho, não viu a aproximação do chefe do bando) Onte ela me cantô. Tentô me suborná. Antonio viu. Como eu me neguei a traí João, ela me deu a entender outra coisa. (todos os olhos estavam voltados para o garimpeiro. Qualquer coisa eletrizava o ar).
JOÃO - (com ódio na voz) Deu a entendê... o quê?
LÁZARO - (levantou-se de um salto) Ora! Você sabe. Todo mundo sabe.
JOÃO - (agarrou-o violentamente pelo colarinho) O quê?
LÁZARO - Essa mulhé não vale nada. É por ela que ocê qué sacrificá sua gente. Ela não presta!
O braço direito do garimpeiro distendeu-se como uma lançadeira, atingindo em cheio o queixo do antagonista. Lázaro foi ao chão e no mesmo instante levantou-se com uma faca na mão.
LÁZARO - Tava esperando por isto!
JOÃO - Eu te ensino a respeitá minha mulhé...
LÁZARO - Ela não merece respeito! Ela me cantô, João! Ela me cantô pra cama! Eu que num quis...
Descontrolado, João atirou-se contra o companheiro. Lázaro ergueu o punho e...
ALBERTO - Para com isso, gente! (a mão de Alberto segurava firme o punho do bandido. Antonio agarrava João pelas costas).
LÁZARO - (insistia) Diz a ele, Antonio. Tu ouviu, home. Diz a ele que foi que a dona dele me ofereceu! E como é que ela tava sentada... a gente via tudo...
ANTONIO - (negou as acusações do outro) Que eu visse ofereceu só dinheiro!
LÁZARO - Tu saiu. Não viu o resto!
JOÃO - Olha aqui. Fica prevenido! Se falá no nome de minha mulhé... nessa boca suja... eu te arranco a língua. Tá me ouvindo? Eu te arranco a língua com os dedo...
Deu meia volta e entrou na choupana.
CORTA PARA:
CENA 5 - CHOUPANA - QUARTO DE JOÃO - INT. - DIA.
Diana, deitada, pareceu amedrontada diante da expressão fuzilante do marido.
DIANA - Que é que há, bonitão? Que é que você tem? Vai me bater?
JOÃO - Era o que você merecia. Não só que te batessa, mas que te matasse de uma vez. Tenho até certeza que Deus ia me perdoá esse crime. Era como matá um demônio ou uma cobra venenosa dos campo. Como pisá a cabeça dela.
DIANA - (ergueu-se a meio, já senhora de si) Olha, cuidado, hem? A serpente pode te morder!
JOÃO - Já mordeu. Você já me envenenou o corpo e a alma.
DIANA - Chi! Então precisa tomar contra-veneno! (o cinismo da mulher revoltava o garimpeiro).
JOÃO - Que foi que ocê prometeu ao Lázaro... pra ele te ajudá a fugi?
DIANA - Ah, isso? Prometi dinheiro!
JOÃO - Não foi o que ele disse!
DIANA - Não prometi outra coisa... porque não quis. Porque se me der na telha... eu prometo mesmo. É justamente isto que eu quero que fique acertado entre nós. Sou dona de mim mesma! Eu mando em mim!
A pesada mão do garimpeiro desabou sobre o rosto da mulher. Com um grito desesperado, Diana caiu sobre a cama.
CENA 6 - ALDEIA - CHOUPANA - EXT. - DIA.
Lá fora os foragidos escutavam em silencio as imprecações e os berros da mulher do chefe. Cema se benzeu.
CORTA PARA:
CENA 7 - COROADO - DELEGACIA - INT. - DIA.
O relógio da delegacia marcava onze e meia. Barros entrou agitado, armado até os dentes.
PEDRO BARROS - A gente não pode esperar mais. Tá todo mundo preparado? Vamos embora. Você, Jerônimo, vai na frente dos homens.
O coronel dava ordens, como se fosse a autoridade máxima da cidade. Ignorava a presença do delegado, do prefeito, do juiz. Coroado era dele e tinha de viver sob o tacão de sua bota. Jerônimo sentiu-se diminuído.
JERÔNIMO - Quem é que manda aqui?
Barros virou-se para o rapaz com cara de mau vizinho. Detestava ver-se na posição de subalterno.
PEDRO BARROS - Você me desafia, rapaz?
O prefeito deu-lhe as costas. Não era policial. A função que lhe conferia o cargo era bem diferente. Administrar, supervisionar. Traçar planos para o progresso e desenvolvimento de Coroado. As ações policiais que ficassem por conta do delegado. As ações legais, a cargo do juiz e de Rodrigo. A ele cabia olhar pela cidade. O coronel era figura estranha. Um tirano poderoso que comprava tudo às custas do poder econômico. Rico e mau. Ambicioso e sem caráter. Um verme, pensava Jerônimo. E se lamentava pela fraqueza da noite de temporal, na gruna. O delegado, quem sabe, poderia ser o irmão foragido, depois de comprovada sua inocencia. E a carreira infame de Pedro Barros estaria finda na cidade que ele dizia ser dele.
O pensamento de Jerônimo divagava, lento...
CORTA PARA:
CENA 8 - COLINA PRÓXIMA À ALDEIA - EXT. - DIA.
Os homens se aproximavam da aldeia dos foragidos de Coroado. Falcão dava ordens rápidas, organizando o plano estratégico. As pequenas choupanas eram agora vistas do altiplano onde se achavam os policiais. Os homens se espalhavam em colunas.
DELEGADO FALCÃO - Tomem cuidado! Ao meu sinal, mandem fogo! Fiquem de ôlho! Muita atenção, gente!
Como num movimento ensaiado, Falcão e Pedro Barros retiraram as armas do coldre. Rodaram o tambor, verificando a carga. Tudo em ordem. O braço erguido de Diogo Falcão baixou num movimento vertical. Era o sinal. O tiroteio quebrou o silencio da região. Durante vários minutos as balas picotaram as pequenas choupanas de barro batido e sapê O chumbo penetrava como dedos na manteiga. Protegidos por uma barragem de fogo, os dois entraram no terreno da aldeia. Falcão fez um sinal, pedindo a cessação do fogo. Parou diante do casebre mais amplo.
DELEGADO FALCÃO - (gritou, arma em punho) João Coragem! Estamos aqui e viemos te buscar! Onde você está?
Não houve resposta. Um silencio enervante se seguiu às palavras do delegado.
PEDRO BARROS - Cuidado! Isso pode ser uma emboscada!
DELEGADO FALCÃO - Se for mesmo, estão roubados, porque agora, vai ser pra valer!
Fez outro sinal com o braço, num chamamento coletivo. Os homens ocuparam o centro da aldeia. De todas as choupanas saíam pessoas humildes. Imediatamente voltavam as costas para os soldados, num protesto mudo. Ninguém falava. Ninguém respondia às perguntas ásperas dos chefes da ação.
PEDRO BARROS - Onde está João? (gritou, irritado) Onde está minha filha?
Falcão decidiu entrar na choupana.
DELEGADO FALCÃO - Venha comigo, coronel. Ele deve morar aí. (voltou-se para os soldados que enchiam o terreiro) Vocês vem comigo. Muito cuidado! (empurrou a porta com o bico da botina) João, se você está aí, se entrega, que é melhor!
A porta rangeu nos trincos. Silencio. Pedro Barros levantou a arma e entrou no casebre.
CENA 9 - ALDEIA - CHOUPANA DE JOÃO - INT. - DIA.
PEDRO BARROS - Lara! Lara! Onde está você?
Entraram o coronel, o delegado e alguns soldados.
FRANCISCO - (um dos cabras de Pedro Barros, anunciou) Não tão em lugá nenhum!
PEDRO BARROS - João fugiu!
DELEGADO FALCÃO - (balançando a cabeça e triturando o palito preso entre os dentes) Por esta eu não esperava!
PEDRO BARROS - Mande revistar todas as cabanas. É possível que João tenha se escondido numa delas.
DELEGADO FALCÃO - Está certo, chefe. (ordenou ao grupo) Vamos, minha gente. Vamos dar uma busca em regra. Mas cuidado pra não assustar ninguém.
Sobre a mesa de madeira bruta, alguns pedaços de carne-seca, uma terrina de farinha e duas garrafas de aguardente, pela metade. Falcão deu um tapa nos copos, sujos de café.
DELEGADO FALCÃO - Só lhe posso prometer uma coisa, coronel. Nossa investida de hoje fracassou e, sinceramente, estou dando graças a Deus. Mas lhe juro, daqui por diante vou me meter pelos matos afora à procura do João e da Lara. Vou me empenhar nisso como um dever de honra. Renuncio ao meu cargo, se não agarrar João. Vou buscar ele, vou revirar esse sertão de cabeça para baixo. Repito: é uma questão de honra.
Os olhos do policial despejavam faíscas.
FIM DO CAPÍTULO 88
Potira e Jerônimo |
e no próximo capítulo...
*** ALBERTO ATIRA NOS HOMENS DE FALCÃO E ACERTA UM DELES, QUE ACABA MORRENDO.
*** BRANCA AMEAÇA CONTAR TODA A TRAMÓIA DE LOURENÇO ÀS AUTORIDADES!
*** BRANCA AMEAÇA CONTAR TODA A TRAMÓIA DE LOURENÇO ÀS AUTORIDADES!
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